Medidas de enfrentamento à crise hídrica são iniciadas pelo Porto de Porto Velho
A crise hídrica tem acendido o alerta da direção do Porto de Porto Velho, que está agindo para mitigar os impactos nas movimentações pelo modal aquaviário
A seca severa em 2023 alterou a dinâmica do transporte de cargas pelos rios e pesquisas indicam que a estiagem será ainda mais severa neste ano
A Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph) está monitorando a situação da seca no Rio Madeira, para garantir a operação de qualidade no Porto de Porto Velho. A Soph participa ativamente do Comitê da Crise Hídrica, criado pelo governo do estado para monitorar os impactos e delinear as ações necessárias neste momento. Em 2023, a região Norte enfrentou uma seca severa que alterou a dinâmica do transporte de cargas pelos rios. Em Rondônia, a bacia do Rio Madeira foi afetada e houve limitação na quantidade de cargas movimentadas.
Este ano, pesquisas indicam que a estiagem será ainda mais severa. Impulsionada pelo fenômeno conhecido por El Niño, e pelo período natural de estiagem, a crise hídrica tem acendido o alerta da direção do Porto de Porto Velho, que está agindo para mitigar os impactos nas movimentações pelo modal aquaviário.
Em outubro do ano passado, o Rio Madeira atingiu o menor nível registrado nos últimos 50 anos: 1,10 m. Porém, as embarcações ainda puderam operar, seguindo restrições para garantir a segurança na navegação. Para continuar a navegabilidade, as cargas foram reduzidas para a metade do que é rotineiramente transportado, e a Marinha proibiu a navegação noturna. Neste ano, a estimativa do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), é de que o rio atinja níveis inferiores aos registrados em 2023. No mês de junho já está sendo possível observar esses números. Em 19 de junho de 2023, o rio atingiu a marca de 9,9 metros; no mesmo dia deste ano, o rio alcançou a marca de 4,17 metros.
DRAGAGEM
A atuação ativa e próxima do Porto junto aos órgãos competentes, otimiza o tempo para a resolução de problemas como a obstrução de passagem causada pelos bancos de areia, como explicou o diretor-presidente da Soph, Fernando Parente: “Através da autoridade portuária, buscamos informações a respeito dos autores responsáveis pela manutenção da hidrovia do Madeira, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que tem contrato com a empresa que efetua a dragagem em pontos críticos da bacia. Assim podemos entender o escopo de atuação e planejamento desse ano para dragagem, e se estão surgindo novos pontos de ação para o serviço,” explicou.
Também vem sendo feito um monitoramento junto aos operadores, à Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega) e à Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), em relação ao status das movimentações e se já ocorrem agravamentos. Somado a esses esforços, o porto também entrou em contato com a empresa que opera a usina hidrelétrica no Rio Madeira para analisar a vazão de água e o impacto na área anterior e posterior da barragem.
Como o período mais intenso da seca não começou ainda, as empresas estão antecipando as dinâmicas de transporte. O porto aguarda o posicionamento da Marinha em relação aos procedimentos que geralmente ocorrem nesse período, como a proibição da navegação noturna e outras medidas, para adequar o translado de embarcações e cargas pelo Rio Madeira.
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