Mente criminosa de Bolsonaro é um arquétipo da extrema-direita

'Bolsonaro reúne características do extremista fascista', escreve o colunista Jeferson Miola. 'Não é líder político, é chefe de facção criminosa; um gângster'

Jeferson Miola
Publicada em 04 de maio de 2023 às 15:38
Mente criminosa de Bolsonaro é um arquétipo da extrema-direita

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Pânico)

Bolsonaro tem uma mente criminosa. A vida criminal dele é um itinerário que percorre um número significativo de artigos do Código Penal brasileiro.

A mentira é o ar que ele respira. Em tudo, mas em absolutamente tudo o que Bolsonaro faz, há algo fake, mentiroso, cavernoso, ardiloso, enganoso.

Este comportamento está bem evidenciado no escândalo de falsificação do certificado de vacinação para ingressar nos EUA com familiares e assessores – por óbvio, alguns deles protagonistas contumazes de desvios e ilícitos do governo militar: os oficiais do Exército brasileiro.

O inquérito da PF sobre a fraude do certificado vacinal aponta que Bolsonaro e comparsas cometeram vários crimes: associação criminosa, infração de medida sanitária, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, inserção de dados falsos em sistema de informações e corrupção de menores.

Entrar nos EUA com documentos falsos é crime; e, se fossem flagrados, Bolsonaro, seus familiares e assessores ficariam sujeitos à pena de 10 anos de prisão lá.

À luz do direito internacional e dos protocolos científicos mundiais, Bolsonaro pode ser classificado como um criminoso genocida e sociopata.

De acordo com a Convenção da ONU de 1948 sobre crimes de Genocídio, Bolsonaro é um genocida, tanto que está sendo processado em tribunais internacionais.

E, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana [MSD, sigla em inglês], Bolsonaro é um sociopata, ou seja, portador de Transtorno de Personalidade Antissocial [TPAS].

O MSD descreve que “pessoas com transtorno de personalidade antissocial cometem atos ilegais, fraudulentos, exploradores e imprudentes para ganho pessoal ou prazer e sem remorsos”.

Essas pessoas “podem fazer o seguinte: [i] justificar ou racionalizar seu comportamento; [ii] culpar a vítima por ser tola ou impotente; [iii] ser indiferente aos efeitos exploradores e prejudiciais de suas ações sobre os outros”.

Ainda segundo a descrição do MSD, “pacientes com TPAS podem expressar seu descaso pelos outros e pela lei […]”; “podem enganar, explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que querem [p. ex., dinheiro, poder, sexo]” […]; “são muitas vezes facilmente irritados e fisicamente agressivos […]; “não têm remorso pelas ações”.

E, finalmente, uma descrição que parece sob medida para bolsonaristas e para Bolsonaro, quando debochava de pessoas em sofrimento respiratório e morrendo asfixiadas pela Covid: “esses pacientes não têm empatia pelos outros e podem ser desdenhosos ou indiferente aos sentimentos, direitos e sofrimento dos outros”.

Bolsonaro é um arquétipo do agente de extrema-direita médio. Assim como Donald Trump, ele reúne como poucos todas as características e predicados do exemplar perfeito do extremista fascista.

A mentira, o ardil, o jogo sujo, o truque desonesto são marcas registradas desta facção que se esbalda nos esgotos da terra sem lei das plataformas digitais e das redes sociais.

É um equívoco de qualquer sociedade que se pretenda democrática e que tenha apreço pela democracia banalizar como natural a presença de Bolsonaro na arena política e no debate público.

Bolsonaro chegou onde chegou porque foi a escolha da oligarquia dominante para destruir Lula e o PT; e, também, porque por décadas houve desatenção da sociedade e das instituições, que sempre trataram o comportamento criminoso dele com naturalidade e como folclore político.

Bolsonaro não é um líder político, mas sim um chefe de facção criminosa; um gângster. Ele é uma aberração incompatível com a democracia, e constitui uma ameaça permanente à civilização humana.

Bolsonaro precisa ser colocado no seu lugar, que é o de responder perante a justiça e a polícia pelos inúmeros crimes perpetrados contra o povo brasileiro, o Estado de Direito e a soberania nacional.

Julgar, condenar e prender Bolsonaro dentro do devido processo legal é uma urgência da democracia. A investigação da  falsificação dos certificados de vacinação pode ser um ponto de partida eficaz para materializar esta tarefa democrática crucial para a sociedade brasileira e para a sobrevivência da democracia.

Jeferson Miola

Articulista

Comentários

  • 1
    image
    José Ferreira 05/05/2023

    Análise perfeita, acerca do sociopata Jair Bolsonaro.  Como rondoniense, fico extremamente envergonhado por saber que cerca de 70% dos moradores destas paragens do poente se derretem a favor desse genocida vil, demonstrando serem dotados de um cérebro lotado de bosta de suíno... Como uma pessoa que se diz de bem, sensata, educadora de seus filhos, pode ter como mito um vagabundo do porte do Boso. É incompreensível.

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