Metade das pessoas que procuram um serviço de saúde não está doente do corpo, mas da mente, afirma especialista

A escolha do mês de janeiro é estratégica, pois o começo do ano pode gerar ansiedade pelo desejo de cumprir as metas dos meses seguintes

Sângela Oliveira Fotos: Frank Nery e Ítalo Ricardo
Publicada em 14 de janeiro de 2020 às 11:22
Metade das pessoas que procuram um serviço de saúde não está doente do corpo, mas da mente, afirma especialista

Rodas de conversas, sendo realizada no Centro de Atenção Psicossocial (Caps)

“Hoje podemos dizer que 50% das pessoas que sentem dor de cabeça, na verdade, elas sentem uma ansiedade, uma angustia, apresentando um problema psicossomático. Pode ter certeza que metade das pessoas que procuram um serviço de saúde não está doente do corpo, ainda, é sim da mente”, destacou Daniel Lima, psicólogo e diretor do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) ao alertar sobre a importância da saúde mental.

Para isso, o Janeiro Branco, uma campanha nova, mas que merece atenção, tem o objetivo de mobilizar a sociedade em favor da saúde mental, mudando a compreensão cercada de tabus e promovendo mais possibilidade de saúde mental a todos os indivíduos e a sociedade como um todo.

A escolha do mês de janeiro é estratégica, pois o começo do ano pode gerar ansiedade pelo desejo de cumprir as metas dos meses seguintes. “Quando falamos em saúde mental, muitas vezes se tem o entendimento que é um paciente com transtorno psicológico, mas a proposta é completamente diferente, é trabalhar a saúde emocional, como lidamos com nossos problemas emocionais. É uma reflexão interior de reatar os laços, repensar os sentimentos”, enfatizou Daniel Amaral Lima.

De acordo com o especialista, o Janeiro Branco é divulgado em todo Brasil, e em outros países, por cidadãos, psicólogos e demais profissionais da saúde ou não. “Estamos mobilizando para levar mensagens e reflexões para as pessoas. Muitas vezes, essas pessoas encontram-se entrelaçadas, até mesmo em seu local de trabalho”, destacou.

Daniel Amaral Lima, psicólogo e diretor do Caps

Tratar da saúde mental ainda é um preconceito, segundo Daniel Lima. “É incomum dizer que vamos ao psicólogo, falamos que vamos a qualquer profissional, menos a um psicólogo ou psiquiatra, por conta de acharem que somos doidos ou fracos. Antes de uma pessoa adoecer e ser avaliada por um psiquiatra, tratar uma depressão grave, com certeza isso começou com emocional lá atrás, coisas que não damos valor, o que acaba trazendo inúmeros problemas futuramente”.

O Caps realiza, atualmente, cerca de três mil atendimentos, com enfermagem, psicólogo, consultas com psiquiatra, serviço social. Lembrando que para ser atendido basta levar o encaminhamento médico.

Os pacientes que fazem tratamento no Caps participam de grupos de sala de espera, oficinas terapêuticas de artesanatos, coral e atividades lúdicas. “Geralmente, em janeiro, temos uma diminuição de pacientes tanto nas questões das oficinas quanto na procura por atendimentos devido ao período de férias. Por isso, neste mês, não iremos realizar atividades relacionadas ao Janeiro Brando dentro Caps, faremos em fevereiro, quando todos retornarem, mas estamos realizando campanhas fora da unidade, e precisamos que seja divulgada a importância dos cuidados com a saúde mental”, destacou o diretor da unidade.

Comentários

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    Chico Bento 15/01/2020

    Corretíssimo. Adquiri pressão alta relacionada ao meu trabalho, fiz todos os exames laboratoriais e cardiológicos e os resultados foram todos normais. Tenho dores de cabeça pelo menos uma vez a cada 15 dias e tenho que controlar a hipertensão com medicamento diário. Melhorei um pouco com exercícios físicos. Fiz algumas sessões no psicólogo também.

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    Rogério Silva Scheidt 15/01/2020

    Concordo plenamente. Sou Matemático e educador .Acredito que a maioria das doenças são somatizadas. Não temos mais contatos pessoais, não temos diálogos , demonstrações de amor e de afeto . É tudo impessoal. Basta ir em um bar , lanchonete , restaurante .Todo mundo intretido com seus celulares.

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