Ministério prepara protocolo para uso de cloroquina contra Covid-19 e Queiroga avisa: vai virar política pública

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está elaborando um protocolo autorizando o uso de drogas sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como ivermectina e cloroquina

Brasil 247/(Foto: ABr | Reprodução)
Publicada em 23 de abril de 2021 às 16:04
Ministério prepara protocolo para uso de cloroquina contra Covid-19 e Queiroga avisa: vai virar política pública

247 - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta está elaborando um protocolo autorizando médicos a receitarem medicamentos sem eficácia científica comprovada, como ivermectina e cloroquina, no tratamento contra  a Covid-19. “Esse protocolo é um guia. Uma recomendação. E quando aprovado pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia) no SUS, vai ser publicado no Diário Oficial e virar uma política pública”, disse Queiroga ao jornal O Globo

Segundo o ministro, o protocolo atende um desejo de Jair Bolsonaro. “É o desejo do presidente da República de que os médicos tenham a autonomia de tomar as melhores decisões para seus pacientes”, destacou Queiroga. Bolsonaro defende o chamado tratamento precoce – com o uso de um coquetel de drogas sem eficácia comprovada - no combate à covid-19. O uso deste medicamentos, porém é desaconselhado pelas autoridades internacionais de saúde, como A Organização Mundial ad Saúde (OMS) em função dos riscos de reações adversas que podem, em casos graves, levar à morte dos pacientes. 

“Sabemos que a Covid foi descoberta no final de 2019 e, àquela época, não havia tratamento específico e ainda hoje não há tratamento específico. Várias medicações foram aventadas entre elas essas que você citou (cloroquina e ivermectina). Hoje há consenso amplo de que essa medicação em pacientes com Covid grave, em grau avançado, não tem ação, embora em pacientes no estágio inicial, existem alguns estudos observacionais que mostram alguns benefícios desses dois fármacos que você citou. É uma questão técnica que médicos avaliam e, aí, tomam a decisão em relação à prescrição”, justificou o ministro. 

“Existem níveis de evidência científica. Níveis. Nível A: evidência construída com estudos randomizados. Então você tem vários estudos randomizados testando aquela conduta. Quando você tem vários estudos, e esses vários estudos são incluídos no que chamamos de meta-análise, isso gera evidência uma A, que é a melhor evidência científica que nós temos. Mas, na nossa prática médica, nem tudo é feito com base em evidência nível A. Na evidência Nível B, tem estudo randomizado metodologicamente bem feito. Isso é uma evidência Nível B. Evidência Nível C: é a opinião pessoal do médico. Você diz “doutor, o que você acha?”. Estudos observacionais são evidências mais fracas, nível C. Mas não quer dizer que não possam ser empregadas”, completou. 

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