Ministro do STJ converte em preventiva prisão de magistrada da Bahia

Ligia Cunha é investigada no âmbito da Operação Faroeste

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicada em 21 de dezembro de 2020 às 11:26
Ministro do STJ converte em preventiva prisão de magistrada da Bahia

O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), converteu em preventiva a prisão temporária da desembargadora Lígia Cunha, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). Ela é investigada no âmbito da Operação Faroeste, que apura um esquema de venda de decisões por magistrados do estado.

A medida passou a valer a partir de ontem (20). O ministro do STJ atendeu a um pedido da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelo caso, que argumentou que a magistrada atuava para impedir as investigações.

Lígia Cunha e outra desembargadora do TJBA, Ilona Reis, foram presas temporariamente na última segunda-feira (14), quando foram cumpridos também 36 mandados de busca e apreensão na 5ª e 6ª fases da Operação Faroeste.

Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) disse que “a hipótese criminal apurada é a de que as desembargadoras criaram organizações criminosas especializadas em vendas de decisões e lavagem de ativos, com atuação nos conflitos de terras do Oeste baiano e outras regiões”.

Segundo as investigações, Lígia Cunha teria recebido R$ 950 mil para proferir decisões em quatro processos e para praticar tráfico de influência em relação a outro. Ela teria intimidado uma servidora do TJBA para que apagasse informações de um computador, entre outros atos para tentar acobertar os crimes, disse o MPF. Os filhos dela, que são advogados, também estariam envolvidos no esquema. Ilona Reis, por sua vez, teria atuado em três processos e recebido R$ 300 mil.

Na decisão que autorizou a prisão temporária das desembargadoras, o ministro Og Fernandes escreveu haver indícios da existência de “uma engrenagem judicial criminosa no seio do Tribunal de Justiça baiano, que possui a venda de decisões como mercadoria para o enriquecimento ilícito em escala geométrica”. A Agência Brasil tenta contato com a defesa das magistradas.

Diversos outros magistrados do TJBA já foram afastados ou presos em fases anteriores da Operação Faroeste. Segundo o MPF, a suspeita é que diferentes organizações criminosas tenham permitido a grilagem de mais de 360 mil hectares de terras, movimentando bilhões de reais. Até o momento, as investigações resultaram na abertura de três ações penais no STJ, onde os magistrados envolvidos têm foro privilegiado.

Comentários

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    Negro 21/12/2020

    O Poder Judiciário e o Poder Legislativo do Brasil são vergonha nacional! Dos três poderes da república os piores! No final dos processos as desembargadoras e os outros magistrados envolvidos na bandidagem serão aposentados com astronômicos salários. Só no Brasil! O paraíso da corrupção e da vagabundagem desenfreada. E o povão continuará a pagar a conta e morrer de fome. Art. 142 já ou o Brasil acabará de vez.

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