Mitos e verdades sobre a saúde mental

Com o aumento de transtornos mentais na população, cada vez mais é importante falar sobre sintomas e tratamentos que envolvem essas condições

Assessoria
Publicada em 12 de outubro de 2022 às 13:59
Mitos e verdades sobre a saúde mental

A saúde mental e seus cuidados estão cada vez mais em pauta. Porém, apesar de esse ser um assunto progressivamente mais discutido, ainda existem muitas ideias falsas que se espalham sobre o tema, bem como mitos que são tidos como verdades. Um exemplo é o fato de muitas pessoas acreditarem, por exemplo, que a insônia é um transtorno mental.

No entanto, segundo o médico psiquiatra e diretor da SIG Residência TerapêuticaDr. Ariel Lipman, cada vez mais pessoas têm buscado aprender sobre os temas que dizem respeito a saúde da mente e, portanto, “o notável aumento do interesse [pelo assunto] nos últimos anos deve fazer com que, com o tempo, esses mitos sejam descredibilizados por completo”, afirma o especialista.

Além disso, uma pesquisa realizada pela ABPS (Associação Brasileira de Psicologia de Saúde) indicou um aumento de 83,5% na procura por auxílio psicológico nos últimos dois anos, o que comprova que efetivamente existe um crescimento na importância dos cuidados da saúde mental. Na sequência, Lipman tece comentários sobre a relevância de buscar ajuda e sobre os mitos que ainda envolvem esse tema.

Todo mundo pode fazer terapia? VERDADE

Um dos mitos mais comuns sobre saúde mental é a ideia de que apenas “pessoas loucas” devem fazer terapia. Na verdade, esse é um conceito preconceituoso e falso, afirma o médico psiquiatra e diretor da SIG Residência Terapêutica. “Na realidade, a terapia pode beneficiar toda e qualquer pessoa, mesmo alguém que se sinta bem e não apresenta sintomas relacionados a transtornos mentais”, reitera.

Crédito: Canva

Toda pessoa com depressão está o tempo todo triste e distante? MITO

A ideia de que uma pessoa que sofre de depressão está constantemente triste e isolada de outras é mentira, uma vez que há a depressão de alto funcionamento. Essa é uma faceta do transtorno que mascara os sintomas tipicamente associados ao quadro depressivo. “

Seu diagnóstico é mais difícil de ser realizado, por conta do estereótipo em relação aos sintomas da depressão”, informa o Dr. Lipman. “Uma pessoa com esse quadro tem menos dificuldade para realizar as atividades do dia a dia se comparada a uma pessoa com um quadro depressivo mais severo. Ainda assim, é preciso buscar ajuda e tratamento antes que a situação se agrave”, completa o psiquiatra.

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Homens também podem ter transtornos alimentares? VERDADE

Apesar da maior incidência de diagnósticos de transtornos alimentares (TA) ser em mulheres, homens também sofrem com essa adversidade. A população masculina representa 10% dos pacientes com problemas como a anorexia, por exemplo, afirma estudo realizado pela UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. 

“Compulsão alimentar, bulimia e anorexia também ocorrem em homens. A pressão para estar em forma e problemas com distorção de imagem atingem cada vez mais pessoas à medida que, com o passar dos anos, vivemos em uma sociedade cada vez mais obcecada aparência”, declara o diretor da SIG.

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Fobia social e síndrome do pânico são a mesma coisa? MITO

A fobia social é um transtorno fóbico-ansioso e se caracteriza pelo evitamento de situações sociais por parte do paciente, bem como pelo medo irracional de críticas e pela baixa autoestima. Já a síndrome do pânico, também chamada de ansiedade paroxística episódica, é um transtorno ansioso cujas principais características são palpitação e dores no tórax, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade.

“Em essência, são dois transtornos bastante distintos, especialmente no que diz respeito aos sintomas. Por isso mesmo é necessário atentar-se aos sintomas a fim de conseguir um diagnóstico correto. Para isso, faz-se essencial procurar ajuda”, aconselha.

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Luto prolongado é um transtorno mental? VERDADE

O luto que acompanha a perda de uma pessoa querida é natural. Porém, segundo a APA (Associação Americana de Psiquiatria), se esse sentimento se estende por mais tempo que o esperado, pode se tratar de um transtorno.

“O luto é algo normal e um sentimento que quase toda pessoa sentirá em algum momento ao longo da vida. No entanto, quando ele passa a durar mais tempo do que deveria e começa a atrapalhar a vida da pessoa que o sente, é preciso avaliar se esse sentimento não se tornou, na verdade, um transtorno que requer tratamento”, afirma o psiquiatra. “Os sintomas do luto prolongado podem se confundir com os da depressão e os da ansiedade, porém, no caso do luto, o gatilho sempre será a perda”.

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Insônia é um transtorno mental? MITO

Engane-se quem pensa que a insônia por si só é um transtorno mental. Na verdade, ela é uma consequência - ou efeito colateral - de diferentes transtornos, a exemplo da ansiedade generalizada. “A perda de sono dificilmente é a raiz do problema. Em geral, ela é o resultado de outra questão não tratada, como a ansiedade ou a depressão”, explica Lipman.

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Prática de exercícios físicos pode ajudar no tratamento de pacientes com estresse pós-traumático? VERDADE

Um estudo realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comprovou que a prática de exercícios físicos tem efeito ansiolítico e antidepressivo em pacientes que sofrem de estresse pós-traumático (TSPT). Além disso, a pesquisa também apontou para uma melhora geral na qualidade de vida das pessoas que praticam exercícios físicos com regularidade.

“O exercício físico é essencial para a saúde física, mas, acima de tudo, é necessário para a saúde mental. Além de aliviar o estresse do dia a dia, promove uma melhora da autoestima e estimula o paciente a se desafiar positivamente”, esclarece o psiquiatra.

Crédito: Canva

Sobre a Sig

Fundada em 2011, no Rio de Janeiro, a Sig Residência Terapêutica, surgiu com o propósito de trazer um novo olhar em transtornos de saúde mental, com um tratamento humanizado, inclusivo e visando a ressocialização do paciente. Conta com 3 unidades, sendo duas na cidade do Rio de Janeiro e uma em São Paulo. Atualmente é gerida pelos sócios Dr. Ariel Lipman, Dra. Flávia Schueler, Dra. Anna Simões, Elmar Martins e Roberto Szterenzejer.

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