Motorista de ônibus deixa emprego e diz que está sendo ameaçado por testemunhar morte de homem acusado de assalto
Familiares dizem que vão provar a inocência de homem que morreu em confronto com a polícia
Na madrugada do domingo, 01 de novembro, uma tentativa de assalto a um motorista de ônibus na BR 364, em Vilhena, terminou com um dos suspeitos morto pela polícia.
O caso, ainda cheio de dúvidas, tem repercutido muito, principalmente nas redes sociais. Após o confronto que resultou na morte do acusado, o motorista envolvido no episódio procurou a redação da FOLHA DO SUL ONLINE e disse que está recebendo ameaças. Ele contou que recebeu ligações de números restritos, nas quais os interlocutores, as vezes com voz masculina, outras com voz feminina, o intimidam. “Eles dizem que não vai ficar assim, que terá acerto de contas”, disse o motorista.
“Eles tentaram me roubar, não levaram nada porque eu não tinha. Mas, eu não tenho culpa da morte de ninguém”, argumentou o motorista que, por causa das ameaças que vem recebendo, já pediu afastamento do trabalho.
O CASO
De acordo com o motorista, ele foi obrigado a parar o ônibus no meio da rodovia, nas proximidades da avenida Melvin Jones, para não bater numa mulher se jogou na frente do veículo e ficou caída no asfalto.
Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e levou a mulher para o Hospital Regional. Outra equipe da Polícia Rodoviária Federal isolou o local, e depois se dirigiu até o hospital para tentar identificar a mulher, orientando o motorista para não retirar o ônibus do local.
De acordo com o motorista, minutos após a saída da equipe da PRF, dois homens se aproximaram e um deles, com uma arma de fogo, anunciou o assalto e exigiu que ele entregasse o faturamento do ônibus. “Eu disse pra eles que não tinha nada, que não trabalhava com valores. Mas, eles continuavam exigindo que eu entregasse tudo”, contou o motorista.
De acordo com motorista, no meio desse impasse, um dos suspeitos teria percebido a aproximação da viatura policial, alertado o comparsa e ambos correram. Um deles foi direção ao centro, enquanto o outro suspeito, Domingos de Souza Francisco, de 37 anos, correu na direção da avenida Melvin Jones e deu de cara com os policiais. Ele foi alvejado pelos policiais e morreu no hospital, horas depois.
No boletim de ocorrência consta que os policiais deram diversas ordens de parada, que foram ignoradas pelo suspeito. Também consta no registro policial que Domingos teria tentado atirar contra os policiais, e que por isso os militares dispararam. Na arma que estava com ele havia seis munições, uma delas “picotada”, indício de que o gatilho foi acionado, mas a arma falhou.
PARENTES TÊM OUTRA VERSÃO
Em ligações para a redação, familiares de Domingos alegam que ele foi morto sem culpa. Dizem que o acusado era um homem trabalhador, que usava a arma apenas porque estava sendo ameaçado, e que não tentou praticar o assalto alegado. E prometeram apresentar provas de sua inocência. O site entrevistará essas pessoas tão logo elas se disponham a falar sobre o caso.
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