MP promove debate com a sociedade sobre efeitos das queimadas e agravamento do quadro de pacientes com COVID-19 em primeira audiência pública virtual
O encontro também teve como propósito promover um alerta para o possível colapso do sistema hospitalar público e privado da região
O Ministério Público de Rondônia, por meio da Promotoria de Justiça de Ariquemes, reuniu membros da sociedade e autoridades da área de saúde e do meio ambiente do Vale do Jamari, durante uma audiência pública virtual, realizada no dia 09/07, pelo canal do MPRO no Youtube, para debater a relação entre a inalação dos gases oriundos da fumaça de queimadas o agravamento do quadro de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus (covid-19). O encontro também teve como propósito promover um alerta para o possível colapso do sistema hospitalar público e privado da região.
A audiência foi coordenada pela Promotora de Justiça Elba Souza de Albuquerque e Silva Chiappetta, que registrou a importância do debate, o primeiro no formato de audiência pública, realizado pelo MPRO em ambiente integralmente virtual, para sensibilizar a população do Vale do Jamari sobre os riscos da prática de queimas, em áreas rurais e urbanas, durante o período de pandemia.
Na ocasião, a Promotora falou de forma abrangente da ação do vírus no sistema respiratório humano, destacando o cenário que vem sendo registrado no sistema público de saúde, em decorrência dos números da doença e chamando a atenção dos participantes para os danos da fumaça para a saúde da população.
Integrando o grupo de autoridades que participaram da audiência, o Secretário Estadual de Saúde (Sesau), Fernando Máximo, expôs o panorama da doença em Rondônia, traçando um cenário preocupante, considerando a ocorrência de queimadas, comumente registradas nesse período do ano.
Coronavírus e fumaça - Fernando Máximo informou existirem no Estado mais de 24 mil pessoas infectadas pelo coronavírus, das quais 10 mil estão com a doença ativa. Por apresentar condições que permitem permanecer em casa, pelo menos 80% dos infectados fazem o tratamento em suas próprias residências, o que, com relação às queimas, passa a ser preocupante, conforme destacou o titular da Sesau. Segundo afirmou o Secretário, a fumaça resultante do fogo pode contribuir para a piora do quadro clínico dos doentes, além de aumentar o número de internações em razão de problemas respiratórios (asma, bronquite, rinite,sinusite, alergias e outros), atacando, principalmente, crianças e idosos.
O secretário acrescentou que o Estado dispõe de 365 leitos clínicos específicos para a Covid-19, sendo que a metade desses leitos já está ocupada. Citou que o Estado passa por dificuldades para comprar equipamentos (a exemplo de bombas de infusão) e medicamentos, assim como de contratar médicos. Ele pediu que as pessoas não façam queimadas, uma vez que quem está com o Coronavírus não pode, em hipótese alguma, inalar fumaça. “Caso as queimadas ocorram, a saúde pública de Rondônia enfrentará o caos”, disse.
Também participaram das discussões, os Promotores de Justiça Alan Castiel Barbosa (Porto Velho - Coordenador do GAEMA), Naiara Ames de Castro Lazzari (Machadinho do Oeste), Valéria Giumelli Canestrini (Cacoal) e Fábio Rodrigo Casaril (Jaru), além de representantes do 5° Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar de Ariquemes, Capitão Odoni Savegnago Lopes e Sargento Luiz Joaquim de Souza Júnior; o Secrertário de Saúde do Município de Ariquemes, Marcelo Graeff; o Secretário de Meio Ambiente de Ariquemes, Vilmar Ferreira; o representante da Sedam, Sargento Fábio França dos Santos; o Diretor de UTI do Hospital Monte Sinai, médico Robson de Freitas Mangussi, além de demais autoridades e sociedade em geral.
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