MPF e PF buscam provas de crimes envolvendo magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás

Investigação tem como alvo esquema criminoso com atuação em processos de recuperação judicial e falências

MPF/Foto: Antonio Augusto/Secom/MPF
Publicada em 30 de junho de 2020 às 11:29
MPF e PF buscam provas de crimes envolvendo magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás

Com o objetivo de reunir provas da prática de crimes como corrupção, tráfico de influência, exploração de prestígio, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) cumprem, nesta terça-feira (30), mandados de busca e apreensão em endereços de sete pessoas físicas e uma pessoa jurídica ligadas a dois desembargadores e um juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).

As medidas cautelares foram determinadas pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como desdobramento da Operação Máfia das Falências, iniciada em primeira instância. A descoberta de indícios de participação de magistrados com prerrogativa de foro no STJ fez com que as investigações passassem a ser conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os magistrados são investigados por integrar organização criminosa envolvida com a venda de decisões judiciais em processos de recuperação judicial de empresas. Na petição enviada ao STJ, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araujo descreve a dinâmica de dois fatos criminosos, sendo um deles relacionado à tentativa de nomeação de administrador específico para atuar no processo de recuperação judicial de uma usina de álcool para a obtenção de lucros. O segundo fato envolve o pagamento de R$ 800 mil a um desembargador para que fosse autorizado o retorno de investigado ao cargo de administrador judicial da usina de álcool e acolhida exceção de suspeição oposta em face da magistrada que estava à frente do processo de recuperação da empresa.

Além das buscas nos endereços relacionados na decisão, o relator do caso também autorizou a apreensão de aparelhos celulares e as oitivas dos envolvidos. Como os fatos são apurados no âmbito de procedimento sigiloso, os nomes dos alvos não serão divulgados neste momento.

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