MPRO participa da 2.ª edição do evento 'Conectando Periferias'
O Secretário Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente enfatizou a importância da presença 24 horas na estrutura do Estado de serviços não policiais, como saúde e assistência social
O Ministério Público, por meio da Coordenadora do Grupo de Atuação Especial da Infância e Juventude (GAEINF), Promotora de Justiça Tânia Garcia Santiago, foi representado no evento “Conectando Periferias Edição 2", realizado no último sábado, 18 de março, no residencial Orgulho do Madeira em Porto Velho.
A segunda edição do evento teve por objetivo dar continuidade ao primeiro, realizado em 2019, trazendo agentes públicos, ativistas sociais, representação jovem para rodas de conversa, que discutiram vários temas de interesse da juventude periférica de Porto Velho.
Além de rodas de conversas sobre políticas públicas e atuação do Estado também foram desenvolvidas diversas atividades envolvendo a comunidade jovem, a exemplo de grafitagem, batalhas de rap, break e oficinas de turbante, cabelo afro, educomunicação, poesia, compostagem, dentre outras, segundo informou Edjales Benicio de Brito, Conselheiro da ONG KANINDÉ e Membro da Coordenação do Conectando Periferias.
A Promotora de Justiça Tânia Garcia Santiago participou da roda de conversa intitulada "Sistema Carcerário, sistema socioeducativo, ressocialização e povo negro", juntamente com o Secretário Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente e Presidente CONANDA, representantes do Poder Judiciário, Defensoria Pública, OAB, Serviços de Assistência Social do Município, dentre outras entidades representativas da sociedade civil e lideranças jovens.
A integrante do MP destacou a necessidade de perseverança institucional e individual no processo de desconstrução das estruturas comportamentais que sustentam a perpetuação das violações de direitos por agentes públicos e pessoas que integram o meio social, devendo olhar-se atentamente para os recortes de gênero, raça e condição social.
Enfatizou também a importância de ampla divulgação dos direitos humanos entre operadores do sistema e comunidades atendidas, assim como a necessidade de enfrentamento das situações recorrentes de deserção, abandono paterno e de ausência de políticas públicas de apoio às mães de crianças pequenas.
Em meio aos debates da roda de conversa, várias propostas foram apresentadas, entre elas a instalação de uma escola técnica voltada à formação profissional dos jovens e adultos, bem como a implementação de bibliotecas nas unidades de internação socioeducativas e a recepção humanizada dos egressos do sistema prisional e da ressocialização.
O Secretário Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente enfatizou a importância da presença 24 horas na estrutura do Estado de serviços não policiais, como saúde e assistência social.
A Promotora considerou o evento muito positivo, haja vista que os jovens da periferia são, na maioria das vezes, invisibilizados pela sociedade e vítimas de preconceitos, seja pela cor da pele, pela classe social a que pertencem ou ao local onde vivem. “São absolutamente necessárias ações que possam garantir direitos básicos, como educação e saúde, fundamentais para o futuro desses jovens”, concluiu, se comprometendo com a liderança do movimentos e ongs envolvidas na mobilização a recepcioná-los no MP para receber as pautas e demandas coletadas durante todo o evento.
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