Não vai ter “toc, toc, toc”
"A questão não é mais se Bolsonaro será preso, mas quando, como e por quanto tempo", diz Alex Solnik
Estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes | REUTERS/Adriano Machado)
O relatório de 135 páginas divulgado ontem por Alexandre de Moraes apresenta provas robustas de que, pela primeira vez na história da República, um presidente eleito pelo voto, tentou continuar no poder por meio de um golpe de estado, o crime mais grave que um presidente pode cometer, punido com penas duríssimas.
A consistência do relatório indica que o inquérito está nos finalmente. E desmonta qualquer narrativa de que se trata de uma perseguição política.
A questão não é mais se Bolsonaro será preso, mas quando, como e por quanto tempo.
Embora o meme do “toc, toc, toc” seja engraçadinho, não acho que “o japonês da Federal” vai bater na sua porta.
Isso só acontece em caso de prisão preventiva.
Tanto ele quanto todos os que participaram com ele deverão ser julgados, tal como os vândalos do 8/1, no plenário do STF, pelos juízes que foram achincalhados, ameaçados e provocados pelo então presidente da República.
E a data do julgamento será marcada pelo presidente do STF, a quem Bolsonaro se referiu sempre com palavras de baixíssimo calão.
É fácil prever que ele será condenado por 9 a 2 e a mais de 17 anos, penas que foram aplicadas à massa de manobra do golpe.
Será a maior condenação de um presidente da República em toda a história do Brasil.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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