Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro travam guerra geracional na direita

"Uma coisa é certa: a guerra geracional só começou. E o vencedor definirá não apenas o futuro do partido, mas o rumo da direita brasileira", diz Esmael Morais

Fonte: Esmael Morais - Publicada em 27 de janeiro de 2025 às 14:42

Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro travam guerra geracional na direita

A direita brasileira vive um terremoto silencioso. De um lado, Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, tenta manter o controle sobre o PL. Do outro, Nikolas Ferreira, 28 anos, deputado mais votado do país em 2022, desafia a velha guarda com discurso jovem e viraliza nas redes. O embate expõe uma disputa pelo futuro do conservadorismo no Brasil.

Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro disparou na sexta-feira (24) contra a “direita limpinha” e candidatos “inexperientes. Comparou-se a uma “canoa velha” capaz de navegar em “rios cheios de piranhas” — metáfora para sua experiência política. Embora não cite nomes, o alvo é claro: Nikolas Ferreira, que, aos 30 anos em 2026, não pode concorrer à Presidência sem uma mudança constitucional.

A tensão cresceu após Nikolas embarcar em uma campanha para reduzir a idade mínima ao Senado de 35 para 30 anos. Se aprovada, a PEC 18/25, proposta pelo aliado Eros Biondini (PL-MG), permitiria ao mineiro disputar uma vaga em Minas Gerais. Bolsonaro, porém, critica “oportunistas” no partido e alerta: “Eleições sem mim não serão democráticas”.

Com 16 milhões de seguidores no Instagram, Nikolas usa as redes para ampliar influência. Seu vídeo contra a taxação do Pix (324 milhões de visualizações) pressionou o governo a recuar e atraiu 4,5 milhões de novos seguidores. Ele nega usar marqueteiros, mas aliados de Bolsonaro apontam coordenação com Duda Lima, estrategista do ex-presidente.

Agora, mira o Senado. “Se a PEC passar, ficaria feliz em representar Minas”, diz. Mas a proposta divide o PL: aliados de Bolsonaro temem que beneficie rivais, como Tabata Amaral (PSB-SP), e atrapalhe Eduardo Bolsonaro no estado de São Paulo.

A ascensão de Nikolas ameaça o projeto bolsonarista para 2026. Enquanto o PL tenta costurar uma candidatura única (Tarcísio Freitas desponta), nomes como Gusttavo Lima e Pablo Marçal fragmentam a direita. Bolsonaro insiste em liderar, mas a Justiça Eleitoral mantém sua inelegibilidade.

O ex-presidente também critica “lacração” e “terceira via”, acusando jovens de priorizarem likes em vez de projetos. Para ele, a direita só vencerá unida sob sua batuta. Nikolas, porém, responde com ações: viajou aos EUA, encontrou-se com Trump e recebeu “profecias” sobre seu futuro presidencial.

A PEC é o nó da disputa. Se aprovada, Nikolas poderá ser senador em 2026. Se barrada, seguirá como deputado, mantendo pressão interna. Bolsonaro, por sua vez, tenta equilibrar apoio a aliados (como Eduardo e Tarcísio) e frear rivais.

Enquanto isso, a base bolsonarista se divide: parte vê Nikolas como renovação; outra, como risco à unidade. Em 2026, o PL precisará decidir se aposta em velhas bandeiras ou abraça a nova geração.

Uma coisa é certa: a guerra geracional só começou. E o vencedor definirá não apenas o futuro do partido, mas o rumo da direita brasileira.

No turbilhão da política brasileira, onde velhas e novas lideranças disputam espaço, o Blog do Esmael segue decifrando os bastidores do poder. A guerra entre Bolsonaro e Nikolas Ferreira é mais que um embate de egos: revela os dilemas de um movimento que tenta se reinventar sem perder identidade. Para acompanhar os próximos capítulos dessa disputa geracional, siga nossas análises exclusivas. A política não para – e nós tampouco.

Esmael Morais

Jornalista e blogueiro paranaense, Esmael Morais é responsável pelo Blog do Esmael, um dos sites políticos mais acessados do seu estado

573 artigos

Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro travam guerra geracional na direita

"Uma coisa é certa: a guerra geracional só começou. E o vencedor definirá não apenas o futuro do partido, mas o rumo da direita brasileira", diz Esmael Morais

Esmael Morais
Publicada em 27 de janeiro de 2025 às 14:42
Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro travam guerra geracional na direita

A direita brasileira vive um terremoto silencioso. De um lado, Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, tenta manter o controle sobre o PL. Do outro, Nikolas Ferreira, 28 anos, deputado mais votado do país em 2022, desafia a velha guarda com discurso jovem e viraliza nas redes. O embate expõe uma disputa pelo futuro do conservadorismo no Brasil.

Em entrevista à Revista Oeste, Bolsonaro disparou na sexta-feira (24) contra a “direita limpinha” e candidatos “inexperientes. Comparou-se a uma “canoa velha” capaz de navegar em “rios cheios de piranhas” — metáfora para sua experiência política. Embora não cite nomes, o alvo é claro: Nikolas Ferreira, que, aos 30 anos em 2026, não pode concorrer à Presidência sem uma mudança constitucional.

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A tensão cresceu após Nikolas embarcar em uma campanha para reduzir a idade mínima ao Senado de 35 para 30 anos. Se aprovada, a PEC 18/25, proposta pelo aliado Eros Biondini (PL-MG), permitiria ao mineiro disputar uma vaga em Minas Gerais. Bolsonaro, porém, critica “oportunistas” no partido e alerta: “Eleições sem mim não serão democráticas”.

Com 16 milhões de seguidores no Instagram, Nikolas usa as redes para ampliar influência. Seu vídeo contra a taxação do Pix (324 milhões de visualizações) pressionou o governo a recuar e atraiu 4,5 milhões de novos seguidores. Ele nega usar marqueteiros, mas aliados de Bolsonaro apontam coordenação com Duda Lima, estrategista do ex-presidente.

Agora, mira o Senado. “Se a PEC passar, ficaria feliz em representar Minas”, diz. Mas a proposta divide o PL: aliados de Bolsonaro temem que beneficie rivais, como Tabata Amaral (PSB-SP), e atrapalhe Eduardo Bolsonaro no estado de São Paulo.

A ascensão de Nikolas ameaça o projeto bolsonarista para 2026. Enquanto o PL tenta costurar uma candidatura única (Tarcísio Freitas desponta), nomes como Gusttavo Lima e Pablo Marçal fragmentam a direita. Bolsonaro insiste em liderar, mas a Justiça Eleitoral mantém sua inelegibilidade.

O ex-presidente também critica “lacração” e “terceira via”, acusando jovens de priorizarem likes em vez de projetos. Para ele, a direita só vencerá unida sob sua batuta. Nikolas, porém, responde com ações: viajou aos EUA, encontrou-se com Trump e recebeu “profecias” sobre seu futuro presidencial.

A PEC é o nó da disputa. Se aprovada, Nikolas poderá ser senador em 2026. Se barrada, seguirá como deputado, mantendo pressão interna. Bolsonaro, por sua vez, tenta equilibrar apoio a aliados (como Eduardo e Tarcísio) e frear rivais.

Enquanto isso, a base bolsonarista se divide: parte vê Nikolas como renovação; outra, como risco à unidade. Em 2026, o PL precisará decidir se aposta em velhas bandeiras ou abraça a nova geração.

Uma coisa é certa: a guerra geracional só começou. E o vencedor definirá não apenas o futuro do partido, mas o rumo da direita brasileira.

No turbilhão da política brasileira, onde velhas e novas lideranças disputam espaço, o Blog do Esmael segue decifrando os bastidores do poder. A guerra entre Bolsonaro e Nikolas Ferreira é mais que um embate de egos: revela os dilemas de um movimento que tenta se reinventar sem perder identidade. Para acompanhar os próximos capítulos dessa disputa geracional, siga nossas análises exclusivas. A política não para – e nós tampouco.

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