No Dia da Amazônia, Rondônia ressalta o esforço conjunto de órgãos no combate aos ilícitos ambientais

Grilagem de terras para posterior legalização, assassinato de indígenas e queimadas são diferentes facetas de um mesmo fenômeno, retratando o avanço do crime na floresta. Sábado é o Dia da Amazônia

Montezuma Cruz, Ananda Carvalho e Rio Terra Fotos: Arquivo Rio Terra e Ananda Carvalho
Publicada em 05 de setembro de 2020 às 11:23
No Dia da Amazônia, Rondônia ressalta o esforço conjunto de órgãos no combate aos ilícitos ambientais

Parte da Amazônia Ocidental Brasileira; em território brasileiro, região é um continente 5,5 milhões de Km²

Operações executadas pelas Forças Armadas, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), com a colaboração de diversos órgãos, visam combater os ilícitos ambientais no Estado.

A regularização fundiária em Rondônia (que faz parte da Amazônia Ocidental Brasileira) ainda pesa no cômputo dos problemas a serem solucionados. Financiamento e assistência rural, reivindicados desde o final dos anos 1970, voltam à pauta no período da pandemia mundial do coronavírus.

No Dia da Amazônia*, lembrado neste sábado, ainda não se pode comemorar a vitória, mas os responsáveis pelas operações revelam que os resultados já superam os de 2019.

A destruição de áreas florestais tem prejudicado a cada ano a biodiversidade, por causar a perda de espécies e também comunidades tradicionais.

Em apoio à Operação Hileia, que combate crimes ambientais em Rondônia, o Grupamento de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia facilitou o embargo de 7,3 mil hectares de terras. A operação lavrou R$ 83 milhões em multas.

O Congresso Nacional aprovou em agosto a abertura de crédito suplementar de R$ 616 milhões para três Ministérios. Do total, R$ 410 milhões serão usados pelas Forças Armadas na Operação Verde Brasil 2, de combate a crimes ambientais na Amazônia.

“Estamos bastante empolgados com o resultado da operação, especialmente com a intensificação de ações após a liberação de recursos”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Almirante Carlos Chagas.

Ele falou no dia 31 de agosto ao programa de rádio Por Dentro da Amazônia, do presidente do Conselho Nacional da Amazônia e vice-presidente da República, general Hamilton Mourão.

Operações conjuntas visam medidas preventivas para evitar a destruição

Segundo o Almirante Chagas, os atuais resultados superam em mais de três vezes a Operação Verde Brasil I, em 2019.

“Um dos grandes referenciais desta operação é o trabalho de sinergia do Grupo de Integração Para a Proteção da Amazônia, com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Ibama, ICMBio, Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe),  Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Serviço Florestal Brasileiro e Agência Nacional de Mineração”.

O porta-voz assinalou que as ações agora serão concentradas “em alvos prioritários”. Já o general Mourão afirmou que o empenho, o esforço e a cooperação das equipes da Operação Verde Brasil 2, e da população da Amazônia  refletirão “na redução dos ilícitos ambientais, e isso resulta a melhor resposta que o Brasil pode dar à Comunidade Internacional”.

Duzentos policiais militares ambientais atuam em todo o Estado. Contra queimadas e derrubadas ilegais, a 17ª Brigada de Infantaria de Selva lançou recentemente o aplicativo Guardiões da Amazônia [no Google Play], exclusivamente voltado ao combate de ilícitos ambientais. A população pode utilizá-lo para fiscalização e denúncias.

A Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) vem advertindo que queimadas e Covid-19 só abarrotariam a rede hospitalar.

De modo geral, mesmo havendo alguma redução nos desmatamentos, se comparados aos que ocorreram uma década atrás, o Ministério do Meio Ambiente ainda vê intensa destruição na Amazônia.

Basta ver os números de valores oriundos de multas aplicadas durante a fiscalização policial e das Forças Armadas.

DEFESA CIVIL

Nota da Defesa Civil, que atua no Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia cumprimenta a população no Dia da Amazônia, exaltando a atuação do Exército Brasileiro no campo social.

Ao enfatizar seu papel como força auxiliar, a Defesa Civil lembrou seu trabalho em ações preventivas no cadastramento da população de risco e vulneráveis; nas ações de socorro em grandes enchentes; e nos incêndios florestais que sazonalmente acometem a região amazônica.

“Seja nas ações de assistencialismo humanitário, levando alimento, remédios e outros suprimentos em momentos de flagelo, ou ainda na reconstrução e restabelecimento da paz social, onde assim o requeira”, assinala a nota.
* O 5 de setembro se deve à criação da Província do Amazonas, nessa mesma data, em 1850, por D. Pedro II.

SAIBA MAIS

► A operação Hileia, é repressiva e preventiva contra os delitos ambientais em Rondônia, no combate ao desmatamento e prevenção às queimadas ilegais.

► Técnicos ambientais da Sedam trabalham no âmbito da Coordenadoria de Educação Ambiental e Coordenadoria de Geociência, que é responsável pela coleta de informações via satélite, depois repassadas às equipes de campo.

► A Coordenadoria de Proteção Ambiental (Copam) lidera as equipes de campo,que contam com o apoio BPA, Delegacia. Especializada em Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Escritórios Regionais de Gestão Ambiental, Núcleo de Operações Aéreas (NOA), Grupamento de Operações Aéreas (GOA) e órgãos de inteligência.

► O Batalhão de Polícia Ambiental é a última força do Estado para o controle da multidão, patrulhamento tático urbano e rural e consequentemente, o conflito agrário.

Ligue 193 para informar sobre incêndios florestais.

Ligue 09800 618080 ou utilize o aplicativo Guardiões da Amazônia para denunciar queimadas rurais.

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