No Dia do Combate ao Fumo, Governo de Rondônia conscientiza população sobre malefícios causados pelo tabagismo
A finalidade da data é fortalecer as ações antifumo e sensibilizar a população sobre os malefícios do cigarro à saúde em tempos de pandemia
Perigo não é causado apenas ao fumante ativo, o fumante passivo pode também adquirir complicações na saúde, até mesmo capaz de desenvolver câncer de pulmão
Neste sábado (29), é celebrado mais um Dia Nacional do Combate ao Fumo, data que visa conscientizar a população sobre os malefícios causados pelo tabagismo. Com o tema “tabagismo e coronavírus”, o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), alerta a população sobre os perigos para os fumantes em tempos de pandemia. Isso porque o tabagismo, também considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde, tem papel de destaque no agravamento da Covid-19.
De acordo com a médica pneumologista, Ana Carolina Terra Cruz, há sete mil substâncias contidas no cigarro que são tóxicas ao organismo, sendo algumas comprovadamente cancerígenas. Situação que pode agravar nos casos de infecção pelo coronavírus.
A médica ainda afirma que o perigo não é causado apenas ao fumante ativo, o fumante passivo pode também adquirir complicações na saúde, até mesmo capaz de desenvolver câncer de pulmão. “O risco para fumante passivo pode ser excessivamente danoso, pois o fumante ativo ainda inala as substâncias do cigarro por intermédio do filtro, o que não acontece com o fumante passivo que inala toda fumaça sem nenhuma contenção”.
Para a pneumologista, o consumo de tabaco aumenta a probabilidade de desenvolver, além do câncer de pulmão, câncer de estômago, bexiga, esôfago e intestino, também pode ocasionar doenças respiratórias – como doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema, bronquite crônica e asma–, doenças cardiovasculares – como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e doença arterial periférica – e outros tipos de neoplasias. Ela ainda cita que doença oculares, microvascular ocular e dificuldade na cicatrização ou recuperação do pós-operatório podem ser afetadas também pelo consumo.
Para a médica, o tabagismo é uma condição importante para riscos e complicações da Covid-19, a princípio, pelo manuseio constante do cigarro até a boca e a retirada indevida da máscara. Mas, principalmente, por fazer parte do grupo de risco e já possuírem sequelas pulmonares. “Mesmo para jovens fumantes infectados pelo vírus poderão dispor de uma piora no quadro clínico, fazendo com que eles não consigam produzir uma imunidade efetiva, especialmente quando apresenta indícios de pneumonia”, salienta.
O Governo do Estado, por meio da Sesau, conta com um Programa Nacional de Controle do Tabagismo que tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil. O programa articula a Rede de tratamento do tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Saber Saúde, campanhas, ações educativas e a promoção de ambientes livres.
A Coordenação Estadual de Tabagismo em Rondônia, juntamente com Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, realiza capacitações continuadas, atualmente on-line, para os profissionais que estão vinculados às unidades de saúde, de modo que possa efetivamente contribuir no atendimento e tratamento dos tabagistas em unidades de saúde do SUS.
AUMENTO DO CONSUMO DURANTE A PANDEMIA
Um dado recente chamou atenção dos órgãos de prevenção. No Brasil foi registrado um aumento significativo do consumo de cigarro durante a pandemia. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, 34% dos entrevistados fumantes afirmaram ter aumentado o consumo de cigarros em até 22%.
Foi o que ocorreu com Maria das Neves Silva, de 55 anos, fumante há 35 anos. Ela relata que, antes da pandemia, consumia um maço de cigarro por dia e agora consome duas vezes mais. Maria ainda afirma que tentou parar de fumar diversas vezes, mas nunca obteve sucesso. Agora com a pandemia, graças a ansiedade, a situação dificultou ainda mais.
Para o psicólogo Reginaldo Pedroso, a situação é completamente comum, pois a população está vivendo um momento que ninguém tem um modelo para sinalizar o que fazer e como fazer. Ao ser questionado sobre como evitar o tempo ocioso, ele afirma: “É uma resposta difícil e até perigoso criar uma regra geral, todavia, qualquer atividade que se possa fazer, nem que seja limpar o quintal é uma estratégia importante. Também pode buscar se envolver em atividades de criação, o importante é estar em movimento, e diminuir o tempo no sofá frente à TV”, relata.
Ao dar dica para quem tem interesse de abandonar o cigarro, ele exalta que primeiramente a pessoa precisa querer. “É importante salientar que a recaída é normal no processo de parar de fumar. Dessa forma, quando tiver uma recaída deve-se prestar atenção não na recaída em si, mas qual foi a última vez que teve e tente diminuir o seu tempo”. Para ele, a atividade física é uma das melhoras estratégias, pois produz sensações prazerosas, sem dizer o benefício que traz para vida.
PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DO TABAGISMO EM RONDÔNIA
O tratamento das pessoas tabagistas é realizado nas Unidades Básicas de Saúde e Estratégias de Saúde da Família. Para o tratamento, faz-se necessária a avaliação clínica, abordagem intensiva – individual ou em grupo – e, caso necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva.
O paciente interessado em parar de fumar, pode estar procurando uma unidade de atenção básica no seu bairro ou nas proximidades em que reside.
Conforme os dados da Coordenação Estadual de Controle do Tabagismo, as mulheres são as que mais buscam tratamento contabilizando um total de 69%, se comparado com os homens que são de 31%. A faixa etária entre maior de 18 anos e menos que 60 anos contabilizou 85% de procura, maior de 60 anos somou 14% e menor 18 anos apenas 1%.
AGOSTO BRANCO
Agosto Branco é uma campanha destinada à conscientização sobre o câncer de pulmão. O tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão no mundo. Para a pneumologista, 85% dos casos de tumor decorrem do tabagismo. Outros 15% resultam da exposição ao fumo passivo, radônio, poluição e outros fatores.
Paciente com câncer de pulmão, geralmente, não apresenta sintomas. Por isso, a médica pneumologista, Ana Carolina Terra Cruz, indica que, para aqueles que possuem carga tabágica alta, submetam anualmente à tomografia seriada de baixa dosagem, até 15 anos depois que parou de fumar.
Os sintomas mais frequentes são tosse sem motivo, tosse com sangue, pneumonia de repetição e emagrecimento. Já o tratamento é dividido em três tipos: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Isso tudo vai depender do estágio do câncer e a condição clínica, após isso, o profissional médico, juntamente com uma equipe multidisciplinar, traçará plano de terapia para dar início ao tratamento.
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