Nota da CNM sobre portaria com reajuste para o piso do magistério

Os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) não são do governo federal

Assessoria
Publicada em 04 de fevereiro de 2022 às 15:16
Nota da CNM sobre portaria com reajuste para o piso do magistério

O governo federal assinou nesta sexta-feira, 4 de fevereiro, Portaria que estabelece o reajuste do piso do magistério para 2022. O anúncio reforça a falta de planejamento e comunicação dentro do próprio governo, bem como demonstra que a União não respeita a gestão pública no país. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) entende que a Portaria não muda o entendimento anterior de que é necessária regulamentação da matéria por intermédio de uma lei específica, conforme reforçado em Nota de Esclarecimento do Ministério da Educação, de 14 de janeiro, com base em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).

Os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) não são do governo federal. Ao declarar que há recursos disponíveis para o pagamento do piso e de que os recursos do Fundeb são repassados aos Municípios pela União, o governo tenta capitalizar politicamente em cima desse reajuste sem, no entanto, esclarecer que o Fundo é formado majoritariamente por impostos de Estados e Municípios. Trata-se de um mecanismo de redistribuição composto por receitas dos três Entes.

Importante frisar que, com o reajuste anunciado, os Municípios terão um impacto de R$ 30,46 bilhões, colocando os Entes locais em uma difícil situação fiscal. Levantamentos da CNM mostram que, desde a criação do piso, há um aumento real muito acima da inflação e do próprio Fundeb. O piso do magistério cresceu 204% entre 2009 e 2021, superando o crescimento de 104% da inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e de 143% do próprio Fundo, recurso que serve para o financiamento de todos os níveis da Educação Básica. O repasse do Fundeb para este ano será de R$ 226 milhões. Com esse reajuste, estima-se que 90% dos recursos do Fundo sejam utilizados para cobrir gastos com pessoal.

Como o piso é o valor abaixo do qual não pode ser fixado o vencimento inicial das carreiras do magistério, esse reajuste repercute em todos os vencimentos dos professores. Dessa forma, pode implicar o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) por muitos Municípios. Desde 2008, a CNM atua junto ao Legislativo e ao Executivo pela aprovação do texto original do Projeto de Lei (PL) 3.776/2008, com a adoção do INPC nos doze meses anteriores para reajuste do piso.

Dessa forma, ao entender que a Portaria não tem base legal, a CNM reafirma que vai continuar acompanhando a discussão no âmbito jurídico a fim de garantir que haja clareza diante da indefinição criada, bem como mantendo orientação aos gestores de que seja feito o reajuste dado às demais categorias da administração municipal e fiquem atentos à discussão em âmbito nacional.

Paulo Ziulkoski Presidente da CNM

Comentários

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    edgard feitosa 05/02/2022

    percebe-se que a preocupação: impacto de 30 bilhões; sempre o pensamento economicista-monetarista; ora, esse dinheiro volta aos cofres públicos em forma de impostos, seja na movimentação de bens de consumo´, ou de comércio (ICMS), ou serviços ( ISSQN), ou imposto de renda na fonte; quem sustenta e suporta toda a carga tributária: SALARIO DO trabalhador; enquanto isso: 5 bilhões para gastança pantagruélica dos políticos corruptos; 15 bilhões para votarem na pec dos precatórios; bilhões que foram perdoados das igrejas evangélicas; REGRA DE OURO POLI TICOS E EMPRESARIOS ODEIAM SALARIO E DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA; bons tempos era de Washington Luiz que dizia: A questão social e´ questão de polícia; ou da ditadura militar que dizia: Vamos fazer o bolo crescer, para depois distribuir; o bolo cresceu, mas foi apropriado pelos bancos e empresários; os preços disparam; a inflação galopa feliz; juros altos fazem a alegria dos banqueiros; salário e´ palavra indecente e imoral no brasil.........

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    Yure 05/02/2022

    As afirmações são MENTIROSAS, pois existem recursos e Lei que ampara a correção do Piso sim. A questão é que não há vontade de investir em EDUCAÇÃO. Governadores e prefeitos querem margem para desvios.

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    SÉRGIO MONTENEGRO DE OLIVEIRA 04/02/2022

    Putz! Eu gostaria de saber por quê quando alguém CUMPRE o que preconiza uma Lei ( Piso Salarial do Magistério), causa o Maior descontentamento, só por que vai ao encontro dos Profissionais que FORMAM ( ou contribuem para a Formação) todas as Profissões; Em Países considerados de 1° Mundo, a Educação é prioridade das prioridades, e quem executa as ações pedagógicas, é muito respeitado! Vamos sempre valorizar esses Profissionais, para que tenhamos um País melhor para todos!

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    RONILDA PEREIRA DO NASCIMENTO 04/02/2022

    Já começam os invejosos querer melar o reajuste concedido pelo Governo Federal aos professores, é sempre assim; quando os governos anteriores concediam no maximo 6% de reajuste ninguém se manifestava. Haja paciência!

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