O ideal seria construir duas pontes: uma em Guajará Mirim e outra em Costa Marques. Será sonhar demais?

Mas duas pontes, aí sim, elas seriam perfeitamente viáveis e atenderiam os interesses de produtores de toda a região norte e, obviamente, dos nossos vizinhos

Sérgio Pires
Publicada em 02 de setembro de 2020 às 08:13
O ideal seria construir duas pontes: uma em Guajará Mirim e outra em Costa Marques. Será sonhar demais?

O caso da ponte sobre o rio Mamoré, unindo por terra Brasil e Bolívia, Guajará Mirim, no lado rondoniense e Guayeramerim, no lado de lá, volta ao noticiário. Recentemente, o radialista Flávio Camilo, que é amigo pessoal do presidente Bolsonaro, a quem chama de você e não de Vossa Excelência, tal a intimidade, pediu que a chefe da Nação pensasse na construção de uma ponte Brasil Bolívia sim, mas na altura da cidade de Costa Marques. O caso causou polêmica, porque parecia que Camilo queria uma ponte para substituir a que está programada para Guajará Mirim e que faz parte do centenário Tratado de Petrópolis, até hoje não cumprido pelo Brasil. Na verdade, o que as comunidades da fronteira e vários empresários que têm grandes negócios com os bolivianos, como o rondoniense César Cassol, acham, é que o ideal seria a construção de pelo menos duas pontes. A de Guajará, que seria mais próxima de algumas cidades do lado brasileiro e a de Costa Marques, que encurtaria em mais de mil quilômetros, em relação a Guajará, da região central do Estado, para quem precisa ir e voltar do lado boliviano, na área dos grandes negócios, em Santa Cruz de La Sierra. Há quem defenda ainda uma terceira ponte, em região ainda mais próxima aos dois países, mas daí já seria um sonho bem distante. Mas duas pontes, aí sim, elas seriam perfeitamente viáveis e atenderiam os interesses de produtores de toda a região norte e, obviamente, dos nossos vizinhos.

Destaque-se de que há possiblIidades concretas de que os negócios brasileiros (e principalmente rondonienses), deem um salto, caso haja uma ligação por terra com nossos vizinhos, pelo custo muito menor e pela rapidez com que poderiam ir nossos produtos para lá e vir os deles para cá. Nós podemos exportar quase tudo. Agora, por exemplo, a maior necessidade dos produtores da Bolívia é o calcário, que está ajudando a melhorar a qualidade das terras e enriquecendo as lavouras. Para nós, seria de grande importância a importação de sal (abundante no nosso vizinho) e a ureia, vital para nosso rebanho de quase 14 milhões de cabeças, que hoje trazemos de países do Oriente Médio, pagando cerca de 800 dólares a tonelada. Poderíamos comprar aqui, da Bolívia, pela metade do preço. São apenas alguns exemplos do que esse rico mercado pode representar para o desenvolvimento de toda a região. A ponte sobre o rio Mamoré, em Guajará, já não está tão distante. Até projeto tem, embora os custos (75 milhões de dólares, na época), seja considerado por muito alto. É uma questão importante a ser rediscutida. Uma ponte em Costa Marques, custaria muito menos que isso, porque enquanto a de Guajará teria que ter mais de um quilômetro, a da outra cidade fronteiriça teria menos de 500 metros. São avanços necessários para o crescimento da região. E são questões de infraestrutura que o Brasil tem que atender, inclusive porque não cumprimos integralmente, até hoje, um tratado centenário, que nos deu um pedaço do território boliviano e, em troca, demos muito pouco.

A COMISSÃO DA VERDADE (?) DECIDE SOBRE PORTO VELHO

O Ministério Público Federal, seguindo a linha petista de pensar e agir, “sugeriu”, através de documento assinado pelo procurador da República, Raphael Bevilaqua, que a Prefeitura de Porto Velho mude o nome do bairro Costa e Silva e que troque também nomes de ruas homenageando pessoas que tenham sido citadas naquela famosa “Comissão da Verdade”, criada no governo do PT e composta por gente do PT ou da esquerda militante. E  que é chamada, por muitos brasileiros, como a “Comissão da Meia Verdade”, já que puniu apenas um lado, o dos que são acusados de envolvimento no “golpe militar” de 64 ou em atos de violência e tortura. Absolutamente ideológica e apenas isso, a teoria de que há que se retirar nomes de homenageados do período militar pode atingir também várias ruas da Capital. Uma ala do MPF, claramente apoiadora das ideias esquerdistas (considerar que a Comissão da Verdade, que não puniu um só guerrilheiro, seja a única fonte de referência, deixa isso bem claro!), continua não aceitando que grande parte do Brasil pense diferente, vote diferente e aja diferente do que éramos, nos tristes tempos em que os ladrões tomaram nosso dinheiro, durante quase duas décadas, sob silêncio sepulcral de muitas autoridades. A Prefeitura de Porto Velho já acatou a determinação do MPF.

TEM QUE TROCAR TAMBÉM NOME DE PRESIDENTE MÉDICI?

Aliás, é bom lembrar que já houve uma tentativa de mudar o nome da cidade rondoniense de Presidente Médici, perto de Ji-Paraná, obviamente uma homenagem ao Presidente militar a que a esquerda mais tem ojeriza. Foi no governo Médici a mais dura reação à guerrilha, com mortes, prisões, torturas e outros delitos, crimes que foram incluídos na anistia geral e irrestrita do governo Figueiredo, mas ressuscitados nos regimes de esquerda, sem, é claro, uma só punição a guerrilheiros, assaltantes de bancos e assassinos, que lutaram contra o governo da época. Lá na cidade, quando se levantou o assunto, a população também se levantou, mas contra qualquer mudança. Quem sabe uma nova ação do MPF de Rondônia não obrigue também a cidade a trocar de nome? Já que em Porto Velho a decisão foi acatada, porque não o seria na pequena cidade rondoniense, que homenageia um Presidente da República odiado até hoje pela guerrilha, pelos seus simpatizantes e por setores importantes da sociedade? Talvez o povo de lá tenha mudado de ideia em relação ao assunto. Por que não tentar de novo?

TREZENTOS VÃO PAGAR OS 29 MILHÕES POR DESTRUIÇÃO

Mais algumas informações sobre a decisão inédita da Justiça, já transitada em julgado  (ou seja, não há mais recursos), determinando a sétima reintegração de posse da Fazenda do falecido empresário Sebastião Conti e determinando o pagamento de uma indenização coletiva de mais de 20 milhões de reais para a família do proprietário da área. Mais de 300 pessoas, invasoras da área, foram denunciadas e responsabilizadas. São elas que terão que pagar nada menos do que 66.660 reais cada uma, para a família de Conti. Outra informação: políticos malandros andam percorrendo a região, garantindo que a indenização não precisará ser paga. Claro que é conversa mole. A decisão está tomada, é definitiva e não há político mentiroso que mude isso. Os 300 denunciados (nomes, CPFs e outros dados pessoais estão na decisão judicial), terão que pagar os 20 milhões ou enfrentar o peso do Judiciário. A Fazenda, próxima a União Bandeirante, foi invadida várias vezes; prédios e equipamentos foram queimados; houve derrubadas ilegais de árvores nobres e muita destruição. Vinte anos depois, a Justiça finalmente foi feita. Sebastião Conti morreu em março de 2016.

PP CONFIRMA CRISTIANE NO DIA 15

Dia 15 (uma terça-feira), daqui a duas semanas, uma das pré candidaturas à Prefeitura de Porto Velho já postas, será oficializada. Trata-se da primeira mulher a ser confirmada na corrida pela sucessão de Hildon Chaves. O Partido Progressista (PP) realiza sua convenção nessa data, entre sete e nove da noite, na Câmara Municipal de Porto Velho, apenas para referendar o nome de Cristiane Lopes. O PP será um dos primeiros partidos a confirmar seus candidatos (a relação de postulantes à Câmara Municipal também será oficializada), entre os partidos considerados grandes e com chances reais de chegar lá. Cristiane Lopes da Luz Benarrosh vai completar 37 anos em novembro próximo. É filha de Porto Velho e tem surpreendido nas duas eleições que participou. Na primeira, para a Câmara, ela teve 2.887 votos e ficou como a 11ª mais votada, surpreendendo a muitos nomes conhecidos e que ficaram pelo caminho. Depois, Cristiane foi indicada pelo partido para disputar uma vaga à Câmara Federal. Sem dinheiro e com pouco apoio, ela conseguiu nada menos do que 20.350 votos. Agora, o partido, comandado no Estado pela deputada federal Jaqueline Cassol, apostará todas as suas fichas em Cristiane, na disputa em Porto Velho.

JARU GANHA HOSPITAL VETERINÁRIO. E PORTO VELHO?

Há muitos anos, Porto Velho reivindica um hospital veterinário público. Nunca conseguiu. Mas para Jaru, a história é diferente. O Campus do Ifro da cidade, que está sendo ampliado, vai ganhar o seu hospital, para tratamento e animais. A obra vai se tornar realidade graças a uma emenda do deputado federal Lúcio Mosquini, líder da bancada rondoniense no Congresso e que tem naquela cidade, a sua principal base eleitoral. Segundo Mosquini, o moderno hospital veterinário é uma obra que vai abranger uma área de 1.200 metros quadrados e será um importante suporte aos alunos que estão cursando Medicina Veterinária. A ideia é oferecer aos estudantes um local amplo e equipado, para  realizar  atendimentos clínicos, cirúrgicos e laboratoriais. Segundo o professor Uberlando Tiburtino, reitor do Ifro, a emenda parlamentar liberada por Mosquini para a obra do hospital, será na ordem de 4 milhões e 800 mil reais.   Ou seja, graças a um parlamentar atuante, Jaru sai na frente de Porto Velho. Então, fica a pergunta: quando a Capital terá seu hospital público para atendimento aos animais?

GRANDES EMISSORAS DE TV ESTÃO EM GUERRA

A guerra entre duas poderosas redes de TV (a Globo e a Record), aumenta todos os dias. A emissora dos Marinho, agora acusados de terem recebido milhões de dólares ilegalmente (será que é por isso que a Lava Jato começa a recuar?), ataca o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que é da Record e da Igreja Universal, a principal mantenedora da empresa que se destaca na mídia nacional, subindo para o segundo lugar e até beliscando primeiro, em alguns momentos. As denúncias contra os Marinho são divulgadas pela Record, enquanto a Globo, com seu enorme poderio, busca todos os dias motivos para que seja pedido o impeachment de Crivela. A guerra está cada vez mais dura. A Globo, aliás, está colocando todo o seu prestígio, conquistado durante décadas, para criar um jornalismo unilateral, com notícias apenas de ataques ao atual governo do presidente Bolsonaro e apenas defesa dos seus próprios interesses. Nesse quesito, o jornalismo da Record está dando um baile de competência e independência.  

RECORDE DE TESTES, MAS MORTES CONTINUAM 

Há que se repetir, até por questão de justiça, que Rondônia continua sendo o Estado brasileiro com maior percentual de testagem, proporcionalmente à sua população. Até essa terça-feira, por exemplo, estamos caminhando para os 170 mil testes, numa população que, segundo o IBGE, se aproxima dos 1 milhão e 800 mil rondonienses. Ou seja, um em cada mais de nove moradores do nosso Estado, já foi testado para detectar a presença do coronavírus. Outro aspecto é o número de recuperados, que bate nos 84 por cento. Ou seja, dos 55.789 casos registrados até a terça à noite, 46.883  rondonienses estão livres da doença. Preocupa ainda o aumento do número de contaminados, principalmente no interior, mas ainda na Capital. Já são quase 56 mil atingidos pela doença, dos quais 615  em apenas 24 horas. Já o número de mortes também cresce e apavora. Da segunda para a terça, foram mais sete óbitos. Agora, já são 1.155 pessoas que se foram, atingidas pela Covid 19, somente uma em Porto Velho. Foram 30 mortes no Estado, desde domingo.

PERGUNTINHA

Com a saída do promotor Deltan Dalagnoll da chefia da Lava Jato, você acha que toda a operação corre risco de não ir em frente ou considera que tudo vai continuar normalmente?

Comentários

  • 1
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    Denilton 02/09/2020

    Perguntinha! O que aquela grana do Queiroz faz na conta da primeira dama! Será que o nobre vai se calar ?    Ou será que faz parte da cegueira infame do gado ?

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