O maior adversário de Lula em 2026

Ele é o campeão em agradecer com a toga

Fonte: Alex Solnik - Publicada em 09 de dezembro de 2024 às 09:25

O maior adversário de Lula em 2026

Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Nunca antes na história do STF um ministro agradeceu tanto com a toga ao presidente que o nomeou.

A lista de alinhamentos é extensa.

Ele suspendeu, por exemplo, a decisão do plenário do STF que cassou o deputado Fernando Francischini por disseminar desinformação sobre fraude nas urnas eletrônicas, a principal bandeira de Bolsonaro em 2022.

Foi o único dos 11 ministros do STF pela absolvição do deputado Daniel Silveira, que incitou o linchamento do presidente do TSE e seu colega de STF, Alexandre de Moraes, o maior inimigo de Bolsonaro.

Votou para barrar a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados, outro inimigo declarado do então presidente da República. Mas votou a favor da reeleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de seu patrono.

Durante a pandemia, deu um show de subserviência.

Votou a favor da liberação de cultos, atendendo aos apelos das lideranças evangélicas, o grande eleitorado de Bolsonaro. 

Decidiu que os estados não poderiam decidir sobre obrigatoriedade de vacinação, só o governo federal. E quem estava no governo era quem o nomeou.

Foi o ministro que tomou mais decisões contra a CPI da Covid, para a qual Bolsonaro foi responsável por milhares de vítimas em razão de seu comportamento anti-ciência.

Em outra seara de interesse de outro grupo de apoiadores de Bolsonaro, o agro-business, votou a favor do marco temporal das terras indígenas.

Em 30 de junho de 2023, foi voto vencido contra a inelegibilidade de Bolsonaro, quando a maioria já estava formada.

Neste 2024, a 10 de maio, rejeitou um habeas corpus a favor de Bolsonaro, o que, à primeira vista, soa como uma decisão contra seu mentor. Mas não. Ele o rejeitou porque o pedido não veio da defesa de Bolsonaro, portanto não era de seu interesse.

Este é o currículo de Kássio Nunes Marques desde 5 de novembro de 2020 quando passou a ocupar uma das cadeiras do STF.

Atual vice-presidente, ele será presidente do TSE a partir de junho de 2026, em meio à campanha em que Lula provavelmente irá tentar a reeleição.

Como já vimos na eleição anterior, o presidente do TSE é muito poderoso. Não foi o plenário, mas o então presidente, Alexandre de Moraes, quem segurou o touro à unha, quem se opôs a todas as investidas de Bolsonaro e seus aliados, e garantiu as eleições e a posse do vencedor.

O histórico sugere que Nunes Marques ficará a favor de Bolsonaro e contra Lula, seu arqui-inimigo, em casos de litígio,  já provou inúmeras vezes que não tem o menor problema em nadar contra a corrente para proteger aquele que lhe deu um reluzente posto vitalício com o qual jamais sonhou.

Na presidência do TSE, Nunes Marques fará tudo o que seu mestre mandar.

Vai chefiar o tribunal não sob a espada de Dâmocles, mas de Bolsonaro.   

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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O maior adversário de Lula em 2026

Ele é o campeão em agradecer com a toga

Alex Solnik
Publicada em 09 de dezembro de 2024 às 09:25
O maior adversário de Lula em 2026

Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Nunca antes na história do STF um ministro agradeceu tanto com a toga ao presidente que o nomeou.

A lista de alinhamentos é extensa.

Ele suspendeu, por exemplo, a decisão do plenário do STF que cassou o deputado Fernando Francischini por disseminar desinformação sobre fraude nas urnas eletrônicas, a principal bandeira de Bolsonaro em 2022.

Foi o único dos 11 ministros do STF pela absolvição do deputado Daniel Silveira, que incitou o linchamento do presidente do TSE e seu colega de STF, Alexandre de Moraes, o maior inimigo de Bolsonaro.

Votou para barrar a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados, outro inimigo declarado do então presidente da República. Mas votou a favor da reeleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de seu patrono.

Durante a pandemia, deu um show de subserviência.

Votou a favor da liberação de cultos, atendendo aos apelos das lideranças evangélicas, o grande eleitorado de Bolsonaro. 

Decidiu que os estados não poderiam decidir sobre obrigatoriedade de vacinação, só o governo federal. E quem estava no governo era quem o nomeou.

Foi o ministro que tomou mais decisões contra a CPI da Covid, para a qual Bolsonaro foi responsável por milhares de vítimas em razão de seu comportamento anti-ciência.

Em outra seara de interesse de outro grupo de apoiadores de Bolsonaro, o agro-business, votou a favor do marco temporal das terras indígenas.

Em 30 de junho de 2023, foi voto vencido contra a inelegibilidade de Bolsonaro, quando a maioria já estava formada.

Neste 2024, a 10 de maio, rejeitou um habeas corpus a favor de Bolsonaro, o que, à primeira vista, soa como uma decisão contra seu mentor. Mas não. Ele o rejeitou porque o pedido não veio da defesa de Bolsonaro, portanto não era de seu interesse.

Este é o currículo de Kássio Nunes Marques desde 5 de novembro de 2020 quando passou a ocupar uma das cadeiras do STF.

Atual vice-presidente, ele será presidente do TSE a partir de junho de 2026, em meio à campanha em que Lula provavelmente irá tentar a reeleição.

Como já vimos na eleição anterior, o presidente do TSE é muito poderoso. Não foi o plenário, mas o então presidente, Alexandre de Moraes, quem segurou o touro à unha, quem se opôs a todas as investidas de Bolsonaro e seus aliados, e garantiu as eleições e a posse do vencedor.

O histórico sugere que Nunes Marques ficará a favor de Bolsonaro e contra Lula, seu arqui-inimigo, em casos de litígio,  já provou inúmeras vezes que não tem o menor problema em nadar contra a corrente para proteger aquele que lhe deu um reluzente posto vitalício com o qual jamais sonhou.

Na presidência do TSE, Nunes Marques fará tudo o que seu mestre mandar.

Vai chefiar o tribunal não sob a espada de Dâmocles, mas de Bolsonaro.   

Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Comentários

  • 1
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    joao 09/12/2024

    O velho estadista Luis Inácio Lula da Silva, "O GRANDE LULA", não precisa de apadrinhamento político, em nenhum lugar do Brasil. pois quem elegeu e vai continuar elegendo o melhor presidente do Brasil, é o povo Brasileiro. o povo sabe quem é quem, sabe que as políticas públicas de esquerda contempla a classe trabalhadora. enquanto as políticas públicas de direita contenpla os grandes empresários e magnatas. porém existe uma confusão exorbitante na cabeça do gado pobre bolsotralhista, esse gado pobre, que vive achando que é gado rico. ainda continuam orando para pneus, esperando 72 horas, andando como aranhas em parabrisa de caminhão, colocando os celulares na testa aguardando resposta de Ets. mas na vesdade são uns qualiras.

  • 2
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    Bento Arruda 09/12/2024

    NÃO ENTENI O SR. ALEX, SE ESSE MINISSTRO VAI FAZER TUDO PARA BENEFICIAR QUEM QUER QUE SEJA, VAI FAZER O MESMO QUE A CORTE QUASE INTEIRA FEZ EM 2022 A FAVOR DO ATUAL PRESIDENTE INCLUSIVE O DESCONDENOU PERMITIN DO QUE SAISSE CANDIDATO PELA TERCEIRA VEZ.. NUMA ELEIÇÃO QUE CAUSA SUSPEITAS ATÉ HOJE. HA DEIXE EU ESCLARECER EU VOTEI NO LADRÃO TAMBÉM A PEDIDO . NÃO MORRO DE PAIXAO POR NENHUM DOS CANDIDATOS, ASSIM COMO O SR. SOLNIK E NÃO SOU NEM DE ESQUERDA NE"M DE DIREITA. NEM DE QUEM ROUBA MAIS OU MENOS, MUITO MENOS PRA QUEM PAGA MAIS PRA IMPRENSA - QUE VIROU UMA "COISA" INSIUPORTAVEL DE SER LIDA, ASSISTIDA E OUVIDA.

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