O outro lado da folia
Mais uma vez, os governantes conseguiram desviar as atenções gerais das dificuldades que desanimam os cidadãos e os predispõem a rejeitar medidas pretensamente salvadoras.
(*) Valdemir Caldas
Acabou o carnaval. Durante os quatro dias de festa, muita gente se entregou à folia, procurando afastar para bem longe as mágoas e frustrações. Para colocar o bloco na rua teve gente que fez de tudo. Alguns sacrificaram o próprio salário. Entrar o mês no vermelho não parece problema para o folião de carteirinha. Vale tudo para afogar os sofrimentos. Outros empenharam até as cuecas. Difícil deve ter sido entrar em casa com a comissão de frente completamente desprotegida. E se a patroa é do tipo que adora um barraco, ai o bicho pegou mesmo.
Ao contrário do que muitos pensam, carnaval não é só alegria. É nesse período do ano que a violência corre solta, motivada, em grande parte, pelo uso exagerado de álcool e drogas. Entre as ocorrências policiais mais frequentes destacam-se as lesões corporais, os roubos e furtos. Entretanto, é nessa época do ano, também, que as soluções para os graves problemas têm sido postergadas. Deles, já quase nem se falam, de tal modo que a população está envolvida num dos “mais importantes acontecimentos culturais da nossa história”, ou, ainda, como preferem alguns, “um dos traços mais marcantes da nossa nacionalidade”.
Passados os quatro dias de festa, é hora de voltar à realidade, de encarar as agruras de um período particularmente difícil de nossa história. Tudo volta ao que era antes. Novamente, será acompanhado com interesse, o movimento das autoridades, principalmente no campo politico, com a reforma da previdência, em tramitação na Câmara Federal.
No terreno municipal, a população de Porto Velho padece com as chuvas de março, com relevo para os ribeirinhos do rio Madeira, cujo nível já superou os dezessete metros. No distrito de São Carlos, distante setenta quilômetros da capital, muitas famílias já tiveram suas casas invadidas pelas águas. O transporte coletivo continua sendo uma pedra no sapato do prefeito Hildon Chaves e um transtorno na vida dos que dependem desse meio de locomoção. O mesmo acontece com o transporte escolar rural. O calendário escolar já começou, exceto para centenas de estudantes da área rural, que estão perdendo aula por falta de ônibus.
Como se vê, o carnaval se foi, mas ficaram os problemas. Mais uma vez, os governantes conseguiram desviar as atenções gerais das dificuldades que desanimam os cidadãos e os predispõem a rejeitar medidas pretensamente salvadoras.
Projeto Canta Mulher leva ao palco Show Musical “Sonho Meu”
É importante ressaltar que o Projeto Canta Mulher tem como objetivo, promover um espaço cultural, democrático e plural, através da participação feminina no cenário da musica e de outras referências artísticas, visibilizando e marcando a cena de mulheres artistas no espaço cultural da cidade.
Cirurgia cardíaca volta a ser realizada em Rondônia, procedimento estava suspenso desde agosto de 2018
Os procedimentos são considerados de alta complexidade e estavam suspensos, deixando pacientes esperando na fila desde agosto de 2018, por falta de materiais cirúrgicos.
Começa hoje o prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda
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