O serial killer da democracia ataca de novo
"Bolsonaro chamou os ministros do STF de 'surdos de toga' que 'têm que aprender a se comportar dentro das quatro linhas'", escreve Alex Solnik
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Bolsonaro cometeu mais um crime de responsabilidade na convenção em que foi oficializado candidato à reeleição pelo PL, hoje, no Maracanãzinho, Rio de Janeiro.
Chamou os ministros do STF de “surdos de toga” que “têm que aprender a se comportar dentro das quatro linhas” e virou o microfone para a plateia gritar o slogan “Supremo é o povo”. Uma cena que remete à famosa palestra na qual seu filho, Eduardo Bolsonaro, em 2018, falou que seria muito fácil fechar o STF:
“Basta um soldado e um cabo”.
Além de ameaçar o livre desempenho da mais alta corte do Poder Judiciário, onde correm processos contra ele, seus filhos e aliados - motivo evidente para abrir processo de impeachment - o atual presidente da República convocou protestos contra o STF para 7 de setembro:
“Vamos às ruas pela última vez” afirmou.
Como de hábito, planeja estragar a festa dos 200 anos da Independência.
Seu discurso também pode ser enquadrado como crime de tentativa de mudança violenta de regime, pois suprimir ou mudar a composição do STF ao gosto do Poder Executivo é golpe de estado.
Tudo isso aconteceu nas barbas do presidente da Câmara, Arthur Lira, testemunha ocular do discurso golpista, que mais uma vez fez cara de paisagem.
É inaceitável um presidente da República golpear abertamente, à luz do dia, todos os dias, até no dia da convenção do seu partido, o estado democrático de Direito. Não sei se ainda vige o velho provérbio:
“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
Tem que ser parado antes de virar o serial killer da democracia brasileira.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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"Assim sendo, é preciso que o compromisso com a democracia não se esgote na realização das eleições e na posse do novo eleito", diz o sociólogo Marcelo Zero
Golpismo ou esperança
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O fim do pesadelo está próximo
"Como time que está com boa vantagem no segundo tempo da partida, temos que jogar com um olho na bola, outro no relógio", diz Paulo Nogueira Batista Jr.
Comentários
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Isso não é provérbio você está enganado assim como está enganado em votar para o Lula ladrão confirmado. Você deve ter orgulho da esquerda estar acabando com a América do Sul. Ainda bem que o povo brasileiro vai votar em bolsonaro 2022.
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