Oferta de quatrocentas mil doses de vacinas para Porto Velho era uma tremenda fraude

Na manhã desta quinta-feira, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), reuniu a imprensa e garantiu que não pagou nenhum tostão à empresa responsável pela oferta fraudulenta das vacinas e que já revogou a carta de crédito concedida pelo município

Tudorondonia/Foto: istock
Publicada em 22 de abril de 2021 às 11:57
Oferta de quatrocentas mil doses de vacinas para Porto Velho era uma tremenda fraude

Porto Velho, Rondônia - A oferta de quatrocentas mil doses de vacina da Oxford/ AstraZeneca à Prefeitura de Porto Velho não passou de tentativa de uma mega-fraude de R$ 20 milhões contra os cofres da administração pública municipal. A descoberta veio a partir de investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro que, nesta quinta-feira (22), deflagrou uma operação para desbaratar suposta organização criminosa que estava aplicando o golpe em 20 prefeituras do País. O Tribunal de Contas de Rondônia já vinha investigando o contrato do município rondoniense.

Porto Velho havia negociado a aquisição de quatrocentas mil doses de vacina, que custariam R$ 20 milhões, com uma tal de Monteserrat Consultoria, com sede em Recife (PE), que dizia representar uma empresa que afirmava ter um lote de meio bilhão de doses do imunizante contra Covid-19. 

A tal empresa ofertava a unidade da vacina a US$ 7,90 (dólares) ou R$ 44 reais, mas, segundo a polícia carioca, a vacina jamais seria entregue. 

Nesta quinta estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão por ordem da justiça do Rio de Janeiro. 

Do esquema, segundo a polícia, também fazia parte uma certa Ecosafe Solutions, com sede na Pensilvânia, Estados Unidos, que teria a posse dos quinhentos bilhões de doses da vacina por ter supostamente financiado o desenvolvimento do imunizante. 

Ocorre que, segundo a polícia, a Oxford/Astrazenca não negociou suas vacinas com empresas privadas ou municípios e que a Ecosafe não vende vacinas e estaria sendo usadas para diversas fraudes.

O grupo que tentou aplicar o golpe usava uma carta de crédito emitida pela Prefeitura de Porto Velho para tentar convencer outras administrações municipais a entrarem no “negócio”.

Na manhã desta quinta-feira, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), reuniu a imprensa e garantiu que não pagou nenhum tostão à empresa responsável pela oferta fraudulenta das vacinas e que já revogou a carta de crédito.

O golpe foi descoberto a partir da denúncia do prefeito de de Barra do Piraí (RJ), que desconfiou da trama e acionou a polícia  para investigar o caso.

O prefeito Hildon Chaves disse ter sido surpreendido com a operação policial e assegurou que a Prefeitura não sofreu prejuízos, pois os R$ 20 milhões depositados numa conta só seriam pagos dez dias após as vacinas serem entregues no Brasil e certificadas por meio de um sistema de controle de qualidade.

Hildon disse ainda que irá ao Rio de Janeiro inteirar-se sobre as investigações que ocorrem naquele Estado e na cidade do Recife, onde fica a sede da empresa cujos dirigentes se apresentavam como representantes comerciais, no Brasil, da firma que teria as quinhentas milhões de doses da vacina. 

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