Ozempic ajuda mesmo no emagrecimento?

Especialista do CEJAM explica vantagens e desvantagens da medicação que vem ganhando popularidade entre os brasileiros

Assessoria/CEJAM/Foto: Freepik
Publicada em 21 de agosto de 2023 às 10:03
Ozempic ajuda mesmo no emagrecimento?

Nos últimos tempos, o Ozempic tem se tornado uma verdadeira febre entre as pessoas que desejam perder peso. Inicialmente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, esse medicamento passou a integrar também a rotina de muitos indivíduos que não se encaixam precisamente nesse diagnóstico.

"Ozempic é um dos nomes comerciais da substância semaglutida, que pertence à classe dos agonistas do GLP-1. Ela é utilizada para auxiliar os pacientes com diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina. Nesse caso, durante o seu uso, é essencial manter uma dieta adequada e atividade física", afirma a Dra. Verônica El Afiouni, endocrinologista do AME Itu, instituição administrada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

A semaglutida simula no organismo humano a função do GLP-1, hormônio presente no intestino, responsável por controlar tanto os níveis de glicose no sangue como a satisfação alimentar, por isso, a sua utilização é positiva para o tratamento do quadro.

Quando prescrita especificamente para diabéticos, a substância pode ainda contribuir para a redução de eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico, assim como em doenças cardiovasculares já estabelecidas.

No entanto, o que vem chamado a atenção de muitas pessoas é uma característica específica: "Devido à saciedade gerada e o retardo do esvaziamento gástrico, ela auxilia ativamente no controle e na redução de peso de pacientes diabéticos que possuem obesidade, por exemplo", explica Dra. Verônica.

Com isso, muitas pessoas com sobrepeso, ou que simplesmente buscavam emagrecimento com fins estéticos, passaram a consumir a medicação de forma off label, ou seja, de uma maneira diferente daquela orientada em sua bula.

Até o momento, o remédio é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas para casos de diabetes 2. Mesmo assim, a demanda tem sido tão alta no Brasil que muitas farmácias enfrentaram escassez do produto este ano. E como sua compra não exige receita médica, a aquisição para outros fins torna-se ainda mais fácil.

“Usar qualquer medicação sem orientação médica é arriscado. No caso do Ozempic, de modo geral, podem ocorrer náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, obstipação, entre outros sintomas”, afirma a endocrinologista.

Porém, a especialista ressalta que esses efeitos podem ser minimizados com o aumento gradual das dosagens utilizadas e que, normalmente, são transitórios, desaparecendo após algumas semanas de uso.

Já pessoas que sofrem com alterações na função dos rins precisam ficar atentos, pois o medicamento pode desencadear desidratação e insuficiência renal. Em indivíduos predispostos, pode colaborar para o aparecimento de pancreatite aguda. Quanto aos diabéticos, o uso em conjunto com outros antidiabéticos orais ou insulina pode gerar hipoglicemia no organismo.

É fundamental enfatizar que, quando utilizado com supervisão médica e seguindo as orientações corretas, o medicamento pode ser uma ferramenta valiosa para a saúde de muitas pessoas. No entanto, além desse auxílio profissional, é importante sempre associá-lo a um estilo de vida saudável e consciente.

Nova dosagem

Mesmo com a popularização do Ozempic no auxílio do emagrecimento, a Anvisa aprovou recentemente o primeiro medicamento injetável de uso semanal, focado especificamente no tratamento de pessoas com sobrepeso e obesidade.

Com nome comercial de Wegovy, a nova medicação contém 2,4 mg de semaglutida e promete reduzir em até 17% o peso corporal dos pacientes. Embora o medicamento já esteja disponível em países como Estados Unidos, Dinamarca e Noruega, ainda não há uma data definida para o início das vendas no Brasil.

Além de ajudar na perda de peso, que é o objetivo principal dessa dosagem, uma recente pesquisa conduzida pela farmacêutica Novo Nordisk também constatou uma diminuição nos riscos cardíacos para os dois grupos.

O estudo, divulgado neste mês de agosto, acompanhou pessoas com sobrepeso e obesas que já apresentavam problemas cardíacos e utilizavam a medicação. Ao longo de cinco anos, os resultados demonstraram uma redução de 20% no risco de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto entre todos os participantes analisados.

Sobre o CEJAM   

O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com prefeituras locais, nas regiões onde atua, ou com o Governo do Estado, no gerenciamento de serviços e programas de saúde nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Itu, Osasco, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Santos, São Roque, Francisco Morato, Ferraz de Vasconcelos, Peruíbe e Itapevi.

Com a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde, o CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.

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