Para Maia, ainda há setores que não foram atendidos pelas medidas do governo

O presidente da Câmara voltou a cobrar um pacote de medidas integradas

Fonte: Agência Câmara de Notícias
Publicada em 01 de abril de 2020 às 17:59
Para Maia, ainda há setores que não foram atendidos pelas medidas do governo

Segundo Maia, setores que não foram atendidos fazem pressão sobre os parlamentares para que apresentem soluções isoladas - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou que o melhor caminho para enfrentar a crise da pandemia da Covid-19 seria um pacote de medidas do governo atendendo todos os segmentos da sociedade. Segundo ele, isso ajudaria a tirar a pressão sofrida por parlamentares de atender setores específicos de forma isolada e solta.

“Como não há um pacote completo, os setores se sentem não atendidos e procuram pelos seus representantes para apresentar soluções específicas. Isso fazia sentido lá atrás, quando se começou a fechar o shopping, bares, companhias aéreas. É obvio que o melhor caminho é que nós tivéssemos recebido um pacote único onde todas as frentes fossem representadas. Não foi assim”, criticou Maia.

Maia destacou que setores que foram inicialmente prejudicados com as medidas de restrição em razão da pandemia ainda não foram beneficiados por políticas públicas por parte do governo; como o setor aéreo, de shopping centers e de bares e restaurantes. Na semana passada, o presidente já havia cobrado o Executivo um pacote integrado de ações para combater os impactos da pandemia na economia, na saúde e no emprego dos brasileiros.

“O Parlamento tem ajudado, filtrado as ideias, para que a gente tente ajudar no primeiro momento o que é mais emergencial e dar segurança para o governo avançar”, ponderou o presidente.

Maia elogiou algumas propostas do governo que, segundo ele, seguem a linha correta, como a MP que trata dos contratos de trabalho e a que cria uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias empresas.

Pronunciamento
Rodrigo Maia criticou publicação do presidente da República, Jair Bolsonaro, nas redes sociais que traz um vídeo afirmando haver desabastecimento na região metropolitana de Belo Horizonte. A postagem foi retirada em seguida. Segundo Maia, o pronunciamento de Bolsonaro ontem à noite sinalizou que há espaço para o diálogo com os demais Poderes e entes federados, mas informações desencontradas geram preocupação na sociedade.

“Claro que um twitter do presidente deveria ter um cuidado maior em relação ao que posta, ele não é apenas um endereço, é o presidente da República e quando ele fala, fala como presidente. Ter cuidado ajuda a evitar passar como informação verdadeira,  algo que gera preocupação e pânico maior na sociedade”, disse Rodrigo Maia.

Investidores
Rodrigo Maia voltou a dizer que é preciso enfrentar a crise com base em dados técnicos e não apenas pelo viés econômico. Segundo ele, a adoção de medidas contra o isolamento social pode gerar o agravamento da crise econômica. “A recuperação da economia será maior ou menor dependendo da nossa capacidade de enfrentar o vírus. Se a nossa curva (de infectados) for menor, a capacidade de recuperação econômica é muito mais rápida. Se tiver uma curva muito rápida, e colapsar os hospitais, a crise vai ser muito maior”, ressaltou

O presidente da Câmara reafirmou que e perda momentânea de dinheiro por parte de investidores, que tem perdido recursos na bolsa, não pode ser motivo para criar uma narrativa que coloque em risco a vida das pessoas.

“Nesse momento, claro, que temos que garantir os empregos, mas os empregos a gente garante com o estado aumentando o endividamento e garantindo estruturas para área de saúde”, afirmou Rodrigo Maia.

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