Piso da enfermagem: novo pedido de vista suspende julgamento no STF

Logo após ser retomado, julgamento teve novo pedido de vista, agora pelo ministro Dias Toffoli. Impasse continua

Brasil 61
Publicada em 16 de junho de 2023 às 16:54
Piso da enfermagem: novo pedido de vista suspende julgamento no STF

O julgamento do piso salarial da enfermagem no Supremo Tribunal Federal (STF) foi novamente suspenso nesta sexta-feira (16) ,após pedido de vista do ministro Dias Toffoli no plenário virtual. O processo havia sido liberado no último dia 9 de junho pelo ministro Gilmar Mendes, que  pedira mais tempo para analisar a matéria no dia 24 de maio. 

Antes desta sexta, o tema entrou em plenário virtual dia 19 de maio. Com o novo pedido de vista, Toffoli tem até 90 dias para devolver o processo. A ação avalia a constitucionalidade do piso da categoria.

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Enfermagem: julgamento sobre piso salarial da categoria será retomado na sexta-feira (16)

A proposta tem causado preocupação nos setores público e privado. A advogada especialista em Direito da Saúde Rebecca Paranaguá, sócia do escritório Bento Muniz Advocacia, comenta sobre a grande repercussão do aumento e como o governo poderia colaborar para reduzir o choque no orçamento. 

“O impacto é muito grande, principalmente pros hospitais privados que não vão contar com uma fonte de custeio como os hospitais públicos. Então o ideal seria que houvesse uma medida para reduzir esse impacto, como a desoneração da folha de pagamento, que foi uma questão muito discutida, ou enfim outras questões que possam ajudar a reduzir esse impacto financeiro, que vai ser muito grande para o setor”, explicou, reforçando a falta de recursos dos hospitais particulares para bancar o reajuste. 

Ao setor público, está previsto um repasse para colaborar no custeio do novo piso salarial, contudo os  gestores municipais ressaltam que o valor é insuficiente. O prefeito de Santa Maria da Boa Vista (PE), George Duarte, expõe que com o aumento proposto pelo governo, o município precisa de R$ 320 mil por mês para custear o piso, porém o repasse que é feito é de apenas R$ 38 mil, o que gera um déficit de quase R$ 2 milhões no ano.

“A gente não é contra nenhum aumento de nenhuma categoria, mas desde que se diga a fonte da receita e que seja repassada aos municípios. Aí a gente vai poder dar esse aumento com tranquilidade. Se não for assim, fica impossível a gente conseguir pagar o piso”, completa.

De acordo com a Lei 14.434/2022, que instituiu o piso nacional da enfermagem, enfermeiros devem receber ao menos R$ 4.750; técnicos de enfermagem, R$ 3.325 e auxiliares de enfermagem e parteiras no mínimo R$ 2.375. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Municípios (CNM), essa revisão do salário mínimo da categoria vai gerar um acréscimo de R$ 10,5 bilhões nos gastos municipais.

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