Centenas de policiais militares saíram às ruas de Porto Velho nesta segunda-feira numa carreata de protesto contra o que consideram descaso do governador de Rondônia, coronel PM Marcos Rocha (PSL), com a categoria.

Comandado pelo casal Jesuino Boabaid e Ada Dantas Boabaid, presidente e vice-presidente da Associação dos Praças e Familiares da Polícia e Bombeiro Militar do Estado de Rondônia (Assfapom), protesto reuniu centenas de policiais militares. Calcula-se que pelo menos 1.600 automóveis estavam na carreata, que percorreu as principais ruas da capital.

Há um clima de insatisfação generalizada entre os praças e bombeiros militares com a falta de interesse do Governo do Estado em negociar melhorias salariais e de trabalho para a categoria. Um bloqueio na entrada de quartéis pelas mulheres dos PMs não está descartado.

A medida radical, no entanto, não é incentivada pelo presidente da Assfapom, o ex-deputado estadual Jesuíno Boabaid, que defende o diálogo com o Governo.

O problema, segundo o ex-parlamentar, é que o Executivo não emite qualquer sinal de que queira sentar à mesa para conversar, o que aumenta a insatisfação, a decepção e a revolta da categoria.

Jesuíno disse temer um movimento das mulheres no sentido de interditar as entradas dos quartéis, o que poderia gerar o caos na segurança pública de Rondônia, com o mais que provável aumento da violência a patamares nunca vistos antes, tendo em vista a existência, em Rondônia, de várias facções criminosas que certamente, diante da imobilidade da PM, tomariam as ruas e implantariam um quadro de terror.

Jesuino disse ser contrário à radicalização, mas que vai continuar o movimento de protesto em busca de um diálogo com o Governo Marcos Rocha, oriundo dos quadros da PM.

A pauta da categoria foi entregue o ano passado mas, de lá para cá, o Governo não deu qualquer sinal de que queira negociar.

Jesuíno não poupa críticas ao governador Marcos Rocha, que o líder dos praças considera o pior governador que já sentou na cadeira de chefe do Poder Executivo Estadual. “É um fiasco”, resume Jesuíno.