POC registrou mais de 700 novos casos de Hanseníase em 2019

Ambulatório Estadual de Referencia em Hanseníase na Policlínica Oswaldo Cruz registrou mais de 700 novos casos em 2019

Sângela Oliveira - Fotos: Ítalo Ricardo e Frank Nery
Publicada em 27 de janeiro de 2020 às 15:41
POC registrou mais de 700 novos casos de Hanseníase em 2019

Teste de sensibilidade

Em 2019 na Policlínica Oswaldo Cruz (POC), em Porto Velho, o Ambulatório Estadual de Referência registrou 4.290 atendimentos, em média 400 por mês, atualmente 74 pacientes estão em tratamento ativos.

A POC é referência estadual para a hanseníase, atende pacientes regulados, via Sistema de Regulação Estadual (Sisreg), do município de Porto Velho, interior e também do Sul do Amazonas e até do Acre.  A unidade funciona como retaguarda especializada para confirmação de diagnóstico de hanseníase em menores de 15 anos, hanseníase predominantemente neural, ou seja, quando o paciente não apresenta manchas na pele, e sim comprometimento neurológico. Casos de difícil diagnostico, reações racêmicas graves que é um episodio epidemiológico que pode acontecer durante o tratamento do paciente logo após a alta e também atende casos de recidivas, quando o paciente fez tratamento anteriormente para a hanseníase e, após cinco anos da alta, volta apresentar sinais e sintomas da doença.

“Nós chamamos de recidiva porque a doença volta, ou o paciente adquire novamente. Diferente da catapora e do sarampo, quando adquirida uma vez  o individuo cria imunidade, a hanseníase não tem essa capacidade de estimular o sistema imunológico do paciente, uma vez ele adoecendo, tratando e curando, não cria essa imunidade, ele pode contrair a doença novamente, por isso a importância de procurar o ambulatório de referência para fazer a avaliação. A recidiva é caso raro, acontece em menos de 1% dos pacientes que receberam tratamento adequado”, explicou o enfermeiro do ambulatório de referência estadual em hanseníase, Wanderlei Ruffato.

O Brasil registra em média de 25 a 30 mil casos de hanseníase por ano, a recidiva vai ter por volta de 150 a 200 casos.

 

“É uma situação rara, por isso o paciente precisa passar por um serviço de referência. Por mais que o médico da atenção básica suspeite de recidiva, ele não pode iniciar o tratamento sem que o paciente passe pela Policlínica Oswaldo Cruz”, destacou o enfermeiro.

 

DOENÇA

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que afeta pele e nervos. É uma doença de evolução lenta. Após o contagio, o paciente pode demorar de 2 a 7 anos para apresentar os primeiros sinais ou sintomas.

Wanderlei Ruffato, enfermeiro do ambulatório de referência estadual em hanseníase.

Os sinais e sintomas mais comuns da hanseníase são manchas na pele avermelhada, acastanhada ou esbranquiçada, com diminuição ou perda da sensibilidade, podendo se manifestar através de comprometimento de nervos periféricos onde o paciente vai ter dor, dormência e formigamento em mãos, pés com perda da sensibilidade e das forças.

Ela se apresenta de quatro formas básicas, formas iniciais e mais avançadas, o importante é que todas as formas têm tratamento e cura. “O tratamento é gratuito, oferecido em todas as unidades básicas de saúde, de todos os municípios de Rondônia, dura em torno de seis meses a um ano, dependendo da forma de hanseníase que o paciente apresentar”, disse Wanderlei Ruffato.

O Ambulatório Estadual de Referência atende diariamente com equipe multidisciplinar de enfermeiros, técnicos de enfermagem, serviço administrativo, fisioterapeutas, psicólogos, assistente social, e médicos. “A hanseníase atinge homens, mulheres e crianças de todas as idades, de qualquer cor, raça ou classe social, o importante é que tem tratamento e tem cura”, destacou Ruffato.

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