Polícia Civil de Rondônia nega que esteja a serviço da Energisa no combate a gatos

A Polícia Judiciária Civil do Estado de Rondônia divulgou, nesta terça-feira, nota em que admite receber benefícios financeiros da empresa Energisa, mas negou que esteja agindo “com predileção” pelos casos de furto de energia apontados pela empresa privada

TUDORONDONIA
Publicada em 08 de outubro de 2019 às 14:18

Até então a população desconhecia as relações financeiras entre o órgão governamental e a empresa particular, fato que só veio a público com a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa  

A Polícia Judiciária Civil do Estado de Rondônia divulgou, nesta terça-feira, nota em que admite receber benefícios financeiros da empresa Energisa, mas negou que esteja agindo “com predileção” pelos casos de furto de energia apontados pela empresa privada.

Desde que a Energisa se estabeleceu em Rondônia, após comprar a estatal Ceron pelo valor simbólico de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), a Polícia Civil do Estado tem atuado com mais freqüência, firmeza e entusiasmo nos casos de furto de energia elétrica, os chamados gatos.

Até então a população desconhecia as relações financeiras entre o órgão governamental e a empresa particular, fato que só veio a público com a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa.

A nota da Polícia Civil alega que o convênio não envolve diretamente repasse de dinheiro e que o termo de cooperação foi publicado no Diário Oficial do Estado, portanto, teria sido dada transparência ao negócio firmado entre as partes.

Ocorre que, apesar de realmente não repassar diretamente valores financeiros à polícia, a empresa particular tem bancado obras como a reforma do pátio do Departamento de Narcóticos e de prédios policiais, pagando diretamente aos fornecedores.

Quanto à publicação no Diário Oficial, trata-se de uma divulgação circunscrita a uma plataforma eletrônica cuja leitura  não faz parte do cotidiano da população.

Diante da repercussão negativa da descoberta do acordo entre a polícia e a empresa particular, a direção geral do órgão governamental disse que a polícia rondoniense opera de forma independente e imparcial, não agindo para atender interesses governamentais ou particulares.

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Comentários

  • 1
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    Raimunda 09/10/2019

    Estamos perdidos nesse pais de impunidade, e descaso com os menos favorecidos, um estado que vende energia, e ter a tarifa mais caro do brasil! Isso vergonhoso pro estado de Rondônia.

  • 2
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    Francisco 08/10/2019

    Eles vão de casa em casa atrás de gato mais atrás de bandidos eles não vão. Só sabem quere dinheiro sujo que é tirado dos contribuintes.

  • 3
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    brazilino viana 08/10/2019

    No ano de 1933, o sociológo Giberto Freire, publicou o livro " Casa Grande e Senzala", em uma das páginas ele diz textualmente: " O Brasil é o país das impossibilidades possíveis". Pois bem esse contrato, esse acordo ou esse "acerto" entre a Energisa e a polícia judiciária, é, no mínimo, duvidoso; sabe-se que não existe almoço grátis. Ora, esse "acerto" é escuso e temerário para se dizer o mínimo. Essa ajuda mútua, sem nenhum interesse, assemelha-se aquela estória citado por Henrique Ferri na obra de sua autoria " Discurso de Acusação", quando cita o caso da lebre e o caçador. Tudo isso, sem contar a ofensa direta ao art. 37 do Texto Magno, que trata da impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Numa hipótese da CPI não dar em nada, só por isso já valeu a pena. Quem tem a obrigação de construir, canil, reformar pátio de imóveis públicos é o Estado e não uma empresa particular; na hipótese desse acerto desinteressado vir a ser efetivado, que seja dada a mais ampla publicidade, para que o povo fique sabendo, e não às escondidas como parece ser. Com a palavra o nosso Parquet .

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