Ponte sobre o Madeira terá moderno sistema de iluminação, assim como a futura travessia da Ponta do Abunã

Ainda vai demorar um pouco. Os problemas com o coronavírus, que estão prejudicando as importações, ainda vieram para atrasar um pouco mais o projeto

Sérgio Pires
Publicada em 17 de março de 2020 às 14:45
Ponte sobre o Madeira terá moderno sistema de iluminação, assim como a futura travessia da Ponta do Abunã

Ainda vai demorar um pouco. Os problemas com o coronavírus, que estão prejudicando as importações, ainda vieram para atrasar um pouco mais o projeto. Mas a iluminação da ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa, é apenas questão de mais alguns meses. Depois de convênio firmado com o Dnit, foi a Prefeitura de Porto Velho quem ficou responsável para resolver o problema, aliás, criado pelo próprio Dnit, quando decidiu pela construção de uma ponte enorme, atravessando quase um quilômetro de rio e que, no seu planejamento, não foi aquinhoada com iluminação. Inaugurada oficialmente em 15 de setembro de 2014, numa grande festa recheada de autoridades, discursos, oba-oba, já na noite daquele primeiro dia a obra simplesmente sumiu no escuro. Esqueceram de que ela deveria ter sido projetada para receber fiação canalizada e postes para a colocação de lâmpadas. Agora, o competente secretário da Emdur, Thiago Tezzari, que em apenas três anos e meio praticamente duplicou a iluminação pública da Capital, ficou com a missão, que lhe foi dada como prioritária pelo prefeito Hlldon  Chaves, de resolver a questão. Com recursos próprios, a Prefeitura está importando um moderno sistema de iluminação, sensível à luz e que se acendem  automaticamente ao escurecer, apagando durante o dia. Não será necessário fazer qualquer buraco na ponte para colocar fios ou postes. A informação foi dada com exclusividade por Tezzari, em entrevista ao programa Direto ao Ponto (Record News, sábados ao meio e reapresentação aos domingos, 7h30 e, no ar no site Gente de Opinião, durante toda a semana) confirmando que o equipamento já foi negociado e chegará em breve, para serem iniciados os testes.

Se tudo der certo, o mesmo sistema de iluminação será utilizado na segunda ponte, a da Ponta do Abunã, que, faltando ainda apenas as cabeceiras do lado de cá do rio, não tem data para ser concluída, por falta de recursos. Mas tão logo ela seja entregue, fazendo a ligação histórica, por terra, de Rondônia com o Acre, com a Bolívia e o Peru, a iluminação também será colocada, no mesmo sistema de convênio com o Dnit. Há ainda muitos desafios da maior cidade do Estado em relação à iluminação pública, mas as coisas já melhoraram muito, não há dúvida alguma. Inclusive vão melhorar no Espaço Alternativo, onde se fará uma rigorosa fiscalização, para que os ambulantes parem de fazer “gatos”, queimando lâmpadas. Lá, para cada “gato”, pelo menos 25 lâmpadas queimam. Quando a obra for totalmente entregue à Prefeitura, com a organização prevista para os ambulantes, o titular da Emdur garante: o sistema funcionará com todas as lâmpadas, tanto nos dois lados da avenida quanto na Passarela. Torçamos, pois, para que tanto na questão da ponte quanto do Espaço Alternativo, as coisas se resolvam.

ESTADO SEM AULAS. CAPITAL PARA NA QUARTA

A questão do coronavírus, que não teve, até agora, um só caso confirmado em Rondônia, também assusta a Assembleia Legislativa e ao Governo. No Parlamento, foram canceladas reuniões, audiências e até a CPI da Energisa. E o Governo, além de uma série de outras medidas, decidiu interromper o recém iniciado ano letivo, num primeiro momento por 15 dias, mas que poderá ser prorrogado por mais 15, dependendo da evolução do problema. A decisão será publicada no Diário Oficial desta terça, anunciando o fechamento de todas as escolas. No final do dia, paralisação semelhante das aulas em nível municipal, em Porto Velho, foi confirmada pela Prefeitura. O prefeito Hildon Chaves anunciou que as aulas na terça e quarta serão realizadas, mas sem exigência de presença dos estudantes. E a partir de quinta, tudo fecha, por tempo indeterminado. Cultos e eventos, como boates e festas, estão proibidos. , Sobre a parada nas aulas no Estado, o anúncio foi feito pelo secretário da saúde, Fernando Máximo, junto com o titular da Seduc, Suamy Vivecananda, durante coletiva à imprensa, quando eram repassadas as últimas informações sobre a situação de suspeitas de contágio do coronavírus em Rondônia.

UNIR: AULAS TAMBÉM VÃO PARAR

O ensino superior também foi atingido por esse novo momento em que vivemos, de grande risco e de um vírus que está acabando com os nervos do mundo. Nesta segunda, o reitor Ari Ott, da Unir, emitiu nota cancelando as aulas na Universidade Federal por tempo determinado. Diz o texto: “A  Reitoria da Fundação Universidade Federal de Rondônia, considerando as recomendações feitas pelo Grupo de Trabalho da UNIR sobre o novo coronavírus, comunica à comunidade acadêmica e ao público em geral sobre a suspensão das aulas presenciais entre os dias 23 de março e 12 de abril de 2020Informamos que ficam mantidas as atividades administrativas, adotando-se os cuidados sugeridos pelas autoridades de saúde e ressalvados os casos elencados na Ata de Reunião do Grupo de Trabalho, anexa a este comunicado. Prof. Dr. Ari Miguel Teixeira Ott – Reitor”. Horas antes, a Faculdade Católica já tinha anunciado a paralisação temporária das aulas presenciais. Outras faculdades privadas deverão começar definir suas medidas a partir desta terça.

NÃO HÁ EXAGERO. HÁ PREVENÇÃO AO PERIGO

Durante sua participação, nessa segunda, no programa Papo de Redação, com os Dinossauros do Rádio, na Parecis FM, o secretário Fernando Máximo respondeu a pelo menos uma dezena de perguntas dos ouvintes, afora todos os questionamentos feitos por Beni Andrade, Jorge Peixoto e Sérgio Pires. Uma pergunta comum entre o grande número de pessoas que enviaram suas dúvidas e questionamentos se referia às medidas que estão sendo tomadas. Não seriam exageradas? O problema não estaria sendo tratado de forma superlativa? Resumidamente, Máximo respondeu que não. Aqui em Rondônia, disse, são tomadas todas as medidas recomendadas pelos organismos nacionais e internacionais, para tentar impedir a disseminação do vírus. Mesmo sem nenhum caso ainda registrado em Rondônia, embora até ontem 24 suspeitas estejam sendo investigadas, “tudo o que se faça, todas as providências possíveis,  para não permitir que a doença atinja em cheio a população, devem ser tomadas”, afirmou. O secretário também bateu na tecla da necessidade de lavar as mãos, usar álcool gel e não trocar apertos de mãos ou beijos e abraços. A previsão é que a crise do corona dure ainda mais entre dois a três meses.

SÓ OS IMPOSTOS NÃO CAEM

Dois trilhões de dólares. Alguma coisa em torno de 10 trilhões de reais. É tudo isso, que nem se tem ideia do quanto representa, em termos de dinheiro, que o mundo perdeu até o final de semana, por causa do coronavírus, que praticamente fez decair os negócios em todo o Planeta. O Brasil, contudo, mesmo com queda nas bolsas, com graves riscos para a maioria das suas empresas; com o temor de que o vírus derrube a produção e volte a causar desemprego, continua arrancando cada vez mais dinheiro do bolso da sua população. E principalmente daqueles que produzem. Até essa segunda-feira à tarde, o Impostômetro, que registra todos os tributos e taxas que pagamos nesse país que vampiriza sua população trabalhadora, já tinha registrado nada menos do que 565 bilhões de reais. Desde 1º de janeiro, todos os dias, incluindo sábados e domingos, pagamos em torno de 7 bilhões e 432 milhões de reais em tributos, para sustentar a obesidade mórbida dos governos e dos poderes, em todas as instâncias. Nem com corona vírus deixamos de pagar o maior número e os maiores impostos do Planeta, sem praticamente nenhum retorno decente. Lamentável.

PAU NO PRESIDENTE E OS ANTIDEMOCRATAS

Mesmo com o risco do coronavírus, que está afetando a vida de praticamente toda a população do Planeta e mesmo com toda a paranoia que cerca a doença (as emissoras de TV, rádios, jornais e sites têm dedicados espaços imensos para falar da tragédia de cinco mil mortes no mundo), milhares de brasileiros foram às ruas, no domingo, em apoio ao presidente Bolsonaro e seu governo e com protestos e xingamentos contra o Congresso e o STF. Alguns noticiários criticaram duramente o Presidente, por ter participado de um dos encontros em Brasília e ter divulgado vídeos das manifestações em várias cidades. As críticas, obviamente eram esperadas. Assim como a reação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pressionado pelas ruas, que preferiu culpar Bolsonaro pela mobilização. O único senão dos discursos e faixas, país afora, foram demonstrações antidemocráticas, pedindo a volta do regime militar e um novo AI-5. Inclusive em Porto Velho isso ocorreu. É um efeito colateral negativo, num pacote de manifestações patrióticas, em defesa do País e contra quem apenas se locupleta com suas funções, em detrimento da grande maioria da população. Mas AI-5 e essas besteiras de ditadura militar, aí não tem como apoiar...

TEM UM LADO BOM NISSO TUDO!

Um fator positivo nos protestos do Domingo foi a reação tanto da grande mídia, que quer derrubar na marra um Presidente da República legitimamente eleito (acabou a grana que abarrotava os cofres, vindas do PT e dos aliados?)  e dos representantes do Legislativo e do Judiciário, obviamente do Congresso e do Supremo, que ficaram numa saia justa ante a enorme manifestação de parte da população – e uma parte importante – que quer ver mudanças profundas no país. Tais transformações, tão necessárias, não se conseguem fazer exatamente por não serem tratados pela Câmara, Senado e STF como não vitais para o país,  porque há uma espécie de boicote generalizado contra qualquer ato que venha do Planalto e que possa modificar o status quo atual. Mais uma vez, parte significativa do povo deu seu recado. E, mais uma vez, aqueles a quem o recado foi dado, fizeram ouvidos de mercador. Tem que ficar de olho para que a corda, que já está esticada ao máximo, não arrebente. Daí sim, é que o perigo será imenso.

OS NOVOS ÔNIBUS VEM AÍ

Única participante da licitação para operar o transporte público em Porto Velho, a empresa JTP Transportes, Serviços, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda foi declarada vencedora do certame e deve cobrar uma tarifa de 4 reais e cinco centavos. Segundo o secretário municipal de transportes Nilton Gonçalves Kisner, para chegar a esse valor houve a verificação de vários critérios dentro da licitação por técnica e preço. Cita por exemplo a antiguidade dos veículos, que será até 2014. Não serão aceitos ônibus mais velhos do que os que tenham seis anos. Houve ainda boa pontuação com relação a quantidade de ônibus com ar condicionado. O edital exigia o mínimo de 14 ônibus com ar condicionado na fase inicial. A empresa anuncia que começará com quase 25, mas garante ainda que chegará a 74. Pela proposta vencedora, em um prazo de 120 dias após a assinatura do contrato, a empresa começa a operar com 143 veículos. Será que dessa vez vai mesmo acontecer tudo isso? Oremos...

GUAJARÁ TEME POR SEUS ÍNDIOS

Guajará Mirim também vive momentos de vulnerabilidade. Há, naquela cidade fronteiriça, algumas particularidades que a tornam extremamente  diferente e com maior complexidade, entre todos os 52 municípios do Estado. Uma delas é a questão índios, entre os quais um vírus poderoso como esse, poderia causar danos arrasadores. Guajará tem a maior população indígena do Estado e uma das maiores da Amazônia, nos seus 25 mil quilômetros quadrados. Alguns grupos de índios não são encontrados com facilidade. Além disso, tem a maior fronteira ativa com a Bolívia e a maior com o Acre. Tudo ali é superlativo e, portanto, os perigos maiores. A Bolívia fechou algumas de suas fronteiras, depois de ter os primeiros casos do corona confirmados. Até a tarde desta segunda ainda se passava para Guayaramerin, mas a fronteira, ali, pode ser fechada a qualquer momento. O prefeito Cícero Noronha atravessou toda a segunda, reunido com representantes  das Forças Armadas, com autoridades estaduais e entidades locais, em busca de alternativas para que o corona não cause graves danos à cidade e, principalmente, à população indígena. É missão daquelas muito perto do impossível, mas Noronha está  batalhando. Tomara que consiga todos os apoios que precisa...

PERGUNTINHA

Você considera o coronavírus tão perigoso, com tão alto grau de contágio e mortalidade, que merece mesmo esse desespero de praticamente todo o mundo, por causa dele?

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