Porto Velho limpa? Duvido!

Porto Velho não é uma cidade suja. São os seus quase 500 mil moradores que a emporcalham todo dia jogando lixo e sujeira em suas ruas

Fonte: Professor Nazareno - Publicada em 13 de janeiro de 2025 às 09:27

Porto Velho, a suja, fedida e imunda capital de Roraima vive atualmente dias diferentes. O prefeito Léo Moraes parece que declarou guerra à sujeira e à imundície tão características da cidade. O atual prefeito foi praticamente eleito quando denunciou, na noite anterior à votação do segundo turno, o estado deplorável que a capital mais suja do país sempre apresentou: esgotos escorrendo a céu aberto. Em um vídeo, Léo “dançou” no meio das águas podres e imundas que tomavam conta das residências no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé no bairro Nova Porto Velho, zona Leste da capital. “Fazer somente o asfalto sem saneamento básico, dá nisso” disse o futuro prefeito. O eleitor gostou e já no dia seguinte deu uma enxurrada de votos ao seu novo “queridinho”. Foram mais de 135 mil votos dados para eleger um candidato com poucas esperanças de vitória.

O otimista e sonhador prefeito acha que vai fazer em Porto Velho o que os outros mais de cinquenta administradores não conseguiram ou não quiseram fazer nos 110 anos da cidade. Em uma recente reunião com assessores, ele apresentou as metas prioritárias organizadas por prazos e destacou o lançamento do “Limpômetro”, uma espécie de ferramenta que contabiliza os resultados das ações de limpeza feitas na cidade. Só de lixo e de detritos já foram recolhidas mais de três mil toneladas incluindo a limpeza das bocas de lobo. Léo também vai mandar instalar várias lixeiras pelas sujas e fedorentas ruas. Parabéns para o prefeito de Porto Velho pela iniciativa, mas este esforço tem tudo para ser em vão, inútil. É como enxugar gelo. Porto Velho não é uma cidade suja. São os seus quase 500 mil moradores que a emporcalham todo dia jogando lixo e sujeira em suas ruas.

Segundo o Instituto Trata Brasil, esta capital é a pior cidade do Brasil em IDH por que dentre outras coisas aqui não há saneamento básico nem oferta de água tratada para a população. Apenas limpar a sujeira da cidade não vai adiantar nada, pois já no dia seguinte o lodaçal começará a crescer e a tomar conta de ruas e avenidas. Nossa capital precisa de água tratada em abundância e de saneamento básico e redes de esgoto. Precisa também que seus habitantes tomem consciência e não sujem tanto o lugar onde moram. Quer um exemplo? A Banda do Vai Quem Quer vai sair em fevereiro próximo e seus brincantes vão jogar no meio das ruas milhares de toneladas de lixo e seboseira como fazem todos anos. Da Marcha do Orgulho Gay à Parada para Jesus, assim como tantos outros ajuntamentos feitos aqui, o lixão que fica é uma vergonhosa caraterística do lugar.

Léo Moraes sabe que não é somente limpando bocas de lobo e tirando sujeiras momentâneas das valas que Porto Velho vai se tornar uma cidade limpa, aconchegante, cheirosa e bonita igual a Maringá, Curitiba ou mesmo Foz do Iguaçu no Paraná. Sua atitude é louvável, mas esta capital precisa ser repensada como uma verdadeira cidade digna para todos os seus habitantes. Entrou o ano de 2025 e o que se observa são ruas alagadas todo santo dia. A Avenida Jorge Teixeira, por exemplo, chamada de BR-319, tem que ser toda limpa, suas valas fechadas e os seus canteiros adornados com flores perfumadas. Este mês vou pagar quase 800 reais de IPTU e gostaria de ver esse dinheiro sendo aplicado na melhoria da cidade como um todo. O lixo recolhido tem que ser selecionado. Os moradores precisam ser ensinados a viver num lugar limpo e decente. Se outras cidades bem mais novas conseguem ser como um bonito jardim, por que nós não?

*Foi Professor em Porto Velho.

Porto Velho limpa? Duvido!

Porto Velho não é uma cidade suja. São os seus quase 500 mil moradores que a emporcalham todo dia jogando lixo e sujeira em suas ruas

Professor Nazareno
Publicada em 13 de janeiro de 2025 às 09:27

Porto Velho, a suja, fedida e imunda capital de Roraima vive atualmente dias diferentes. O prefeito Léo Moraes parece que declarou guerra à sujeira e à imundície tão características da cidade. O atual prefeito foi praticamente eleito quando denunciou, na noite anterior à votação do segundo turno, o estado deplorável que a capital mais suja do país sempre apresentou: esgotos escorrendo a céu aberto. Em um vídeo, Léo “dançou” no meio das águas podres e imundas que tomavam conta das residências no encontro das ruas Rio de Janeiro e Guaporé no bairro Nova Porto Velho, zona Leste da capital. “Fazer somente o asfalto sem saneamento básico, dá nisso” disse o futuro prefeito. O eleitor gostou e já no dia seguinte deu uma enxurrada de votos ao seu novo “queridinho”. Foram mais de 135 mil votos dados para eleger um candidato com poucas esperanças de vitória.

O otimista e sonhador prefeito acha que vai fazer em Porto Velho o que os outros mais de cinquenta administradores não conseguiram ou não quiseram fazer nos 110 anos da cidade. Em uma recente reunião com assessores, ele apresentou as metas prioritárias organizadas por prazos e destacou o lançamento do “Limpômetro”, uma espécie de ferramenta que contabiliza os resultados das ações de limpeza feitas na cidade. Só de lixo e de detritos já foram recolhidas mais de três mil toneladas incluindo a limpeza das bocas de lobo. Léo também vai mandar instalar várias lixeiras pelas sujas e fedorentas ruas. Parabéns para o prefeito de Porto Velho pela iniciativa, mas este esforço tem tudo para ser em vão, inútil. É como enxugar gelo. Porto Velho não é uma cidade suja. São os seus quase 500 mil moradores que a emporcalham todo dia jogando lixo e sujeira em suas ruas.

Segundo o Instituto Trata Brasil, esta capital é a pior cidade do Brasil em IDH por que dentre outras coisas aqui não há saneamento básico nem oferta de água tratada para a população. Apenas limpar a sujeira da cidade não vai adiantar nada, pois já no dia seguinte o lodaçal começará a crescer e a tomar conta de ruas e avenidas. Nossa capital precisa de água tratada em abundância e de saneamento básico e redes de esgoto. Precisa também que seus habitantes tomem consciência e não sujem tanto o lugar onde moram. Quer um exemplo? A Banda do Vai Quem Quer vai sair em fevereiro próximo e seus brincantes vão jogar no meio das ruas milhares de toneladas de lixo e seboseira como fazem todos anos. Da Marcha do Orgulho Gay à Parada para Jesus, assim como tantos outros ajuntamentos feitos aqui, o lixão que fica é uma vergonhosa caraterística do lugar.

Léo Moraes sabe que não é somente limpando bocas de lobo e tirando sujeiras momentâneas das valas que Porto Velho vai se tornar uma cidade limpa, aconchegante, cheirosa e bonita igual a Maringá, Curitiba ou mesmo Foz do Iguaçu no Paraná. Sua atitude é louvável, mas esta capital precisa ser repensada como uma verdadeira cidade digna para todos os seus habitantes. Entrou o ano de 2025 e o que se observa são ruas alagadas todo santo dia. A Avenida Jorge Teixeira, por exemplo, chamada de BR-319, tem que ser toda limpa, suas valas fechadas e os seus canteiros adornados com flores perfumadas. Este mês vou pagar quase 800 reais de IPTU e gostaria de ver esse dinheiro sendo aplicado na melhoria da cidade como um todo. O lixo recolhido tem que ser selecionado. Os moradores precisam ser ensinados a viver num lugar limpo e decente. Se outras cidades bem mais novas conseguem ser como um bonito jardim, por que nós não?

*Foi Professor em Porto Velho.

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