Porto Velho, RO – A eleição para reitor e vice-reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), realizada no dia 21 de dezembro, está sob suspeita de irregularidades. Um recurso administrativo apresentado ao Conselho Superior Universitário (Consun) da Unir aponta diversas falhas no processo eleitoral, incluindo a violação de sigilo dos votos e a presença de "vícios de procedimentos".

A denúncia é da Associação dos Docentes da Unir (Adunir), que enviou uma longa nota à imprensa denunciando as supostas irregularidades e alguns suspeitos de envolvimento no caso.

Durante uma reunião do Consun (Conselho Superior da Universidade), realizada na última terça-feira, foram analisadas as acusações contidas no recurso, que incluem o descumprimento das regras do edital de votação, a contagem equivocada de votos, e a ausência de sigilo no processo de votação. Documentos apresentados pelo autor do recurso sustentam as alegações de irregularidades.

Apesar do reconhecimento de tais irregularidades pelo relator do Conselho, diz a nota da Adunir, a proposta de impugnação da votação foi rejeitada, optando-se pela correção dos erros em eleições futuras. A decisão foi seguida por uma votação nominal, resultando em 23 votos a favor, 10 contrários e 5 abstenções.

Informações adicionais levantadas na reunião sugerem que os votos de eleitores poderiam ser identificados através de uma organização cronológica dos dados do sistema de votação. Esta possibilidade contraria as afirmações da Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) da Unir, que garante a proteção do sigilo dos votos, ressalta a Adunir.

A Unir, como instituição federal, segue um processo de eleição em que a lista tríplice para escolha e nomeação do reitor é enviada ao Presidente da República. A decisão do Consun sobre o recurso de impugnação levanta questões sobre a integridade do processo eleitoral na universidade.

Além das controvérsias recentes, relatórios anteriores da comissão eleitoral da Unir e artigos acadêmicos apontam para falhas no sistema de votação da instituição, incluindo a falta de garantia do sigilo do voto. Por outro lado, um documento da DTI, publicado em 2020, assegura que as recomendações de auditorias anteriores foram implementadas, garantindo a segurança e a confidencialidade do sistema de votação.

A situação atual na Unir reflete um cenário de desacordo entre as informações oficiais e as observações feitas durante a reunião do Consun, colocando em dúvida a eficácia das medidas adotadas para assegurar a integridade do processo eleitoral. Este impasse realça a necessidade de uma apuração mais aprofundada e de uma resposta institucional adequada para restaurar a confiança no sistema eleitoral da universidade, acrescenta a Adunir.