Praga social: feminicídio e os impactos da pandemia
Precisamos urgentemente aplicar técnicas de reeducação nos jovens, conscientizando-os dentro da escola desde os primeiros anos de vida
Mais do que nos apresentar um novo vírus fatal, a pandemia da Covid-19 escancarou para a sociedade o já antigo problema da violência contra a mulher. Em meio ao isolamento social, o Brasil contabilizou 1350 casos de feminicídio - um a cada seis horas e meia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mas engana-se quem pensa que o problema não atinge também os países de primeiro mundo. Na Itália, um relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat) revelou que o total de homicídios motivados por questões de gênero passou de 35%, no primeiro semestre de 2019, para 50%, durante o lockdown imposto em março e abril. Outro sinal de alerta para o aumento da violência sexista foi a saída da Turquia da Convenção de Istambul, um tratado internacional contra a violência à mulher que obriga os governos a adotarem leis que punem a violência doméstica e abusos semelhantes. Com isso, a situação mundial tende a se agravar. Na última segunda-feira (22), estive no Senado da República da Itália em um evento da Jornada Mundial Contra a Violência da Mulher que debateu maneiras de mitigar o feminicídio no país. Os números apontados mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer: a cada ano que passa, a idade dos agressores diminui. Ou seja, a violência contra as mulheres é uma praga enraizada na cultura social. Quando fui deputada no Parlamento Italiano, assinei a Lei do Feminicídio como um dos primeiros atos do meu mandato, que ratificou as diretrizes promulgadas pela União Europeia. Em 2019, o Senado Italiano aprovou a lei Código Vermelho, impondo que as denúncias relacionadas à violência contra a mulher tenham preferência de análise e um tempo de tramitação e resposta mais rápido que as outras. Entretanto, o problema continua, o que só reforça os desafios dos líderes de Estado e da sociedade para combater esse tipo de crime. Não podemos parar de lutar. Fazer o bem para as mulheres significa fazer o bem para o país. Não apenas hoje, no Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher, mas todos os dias. Precisamos urgentemente aplicar técnicas de reeducação nos jovens, conscientizando-os dentro da escola desde os primeiros anos de vida. Além disso, o papel da família é fundamental, ensinando a importância do respeito e da responsabilidade pela vida. Precisamos causar impacto para que haja mudança! *Renata Bueno é advogada internacionalista e política brasileira. Foi eleita vereadora de Curitiba (PR) pelo Cidadania no ano de 2009 e, mais tarde, entre 2013 e 2018, atuou como deputada do Parlamento da República Italiana pela União Sul-Americana dos Emigrantes Italianos. |
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