Prefeito ameaça acabar com PCCR da educação se CPI for aberta
Professores querem que vereadores cumpram seu papel e investiguem as contas da prefeitura
O prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro de Miranda Junior (PODE) em entrevista a um site local, ameaçou acabar com o Plano de Cargos Carreiras e Salários da Educação, em vigor desde 2022 se a CPI pedida pelos profissionais de educação for aberta na próxima segunda-feira, 28. Esta semana, os professores entregaram um abaixo assinado com mais de 800 subscrevestes pedindo a abertura de uma investigação em relação as contas da cidade.
O impasse entre o prefeito e os educadores iniciou quando Flori alegou não ter condições de conceder um reajuste de 14,9% previstos em lei aos professores. Uma greve que durou cerca de 2 semanas foi encerrada essa semana por uma liminar concedida pelo desembargador Miguel Monico, do Tribunal de Justiça de Rondônia, determinando o retorno de 80% dos trabalhadores. Na última quinta-feira eles optaram pelo fim da greve pois já haviam pedido a abertura da CPI. São necessárias 5 assinaturas e 4 vereadores já confirmaram estarem à favor da abertura.
Flori alega que o PCCS aumentou as despesas do município, e para “se defender, ele vai questionar a legalidade do plano”. Segundo o entendimento do prefeito, “ao aprovar o Plano com uma emenda da vereadora Vivian Repessold (PP), aumentando as despesas do município, a Câmara incorreu em uma ilegalidade“
A vereadora rebateu, “realmente foi aprovada uma emenda que não foi vetada e foi referendada pelo prefeito Flori”, disse a vereadora. Para Vivian, “isso daí pra mim eu vejo mais como uma ameaça, é mais uma forma de amedrontar, aterrorizar, desestabilizar e eu sigo em frente”, completou a vereadora.
Para Vivian, o prefeito ‘secou os cofres das demais secretarias para atender apenas os pagamentos para a Santa Casa de Misericórdia de Chavantes, que recebe pouco mais de R$ 8 milhões por mês para gerir a saúde municipal“.
Na última quinta-feira, o presidente da Câmara, Samir Ali afirmou que “Se defender o direito dos trabalhadores e da Educação é ser politiqueiro, então podem me chamar assim”, rebatendo acusações do prefeito em entrevistas concedidas ao longo da semana. Ele acredita que houve inabilidade do prefeito em lidar com a situação, considerando que Flori em momento algum quis dialogar com os trabalhadores de forma empática, sempre tentando impor sua vontade aos trabalhadores.
Samir ainda afirmou que é preciso avaliar melhor o argumento apresentado pelo prefeito acerca das finanças municipais estarem no limite do que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal no que diz respeito a folha de pagamento, “pois se for considerado que a entidade para a qual foi terceirizado o sistema de saúde municipal é responsável pelo pagamento dos funcionários do setor, então há limite sim para se promover reajuste aos educadores”.
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