PORTO VELHO – A retiradas de várias árvores da Avenida Tiradentes durante esta semana, em frente ao Comando Geral da PM, na zona Norte de Porto Velho, causou comoção e revolta nas redes sociais.

Grupos de WhatsApp discutiram o tema e diversas páginas no Facebook receberam fotos e vídeos da derrubada das espécies e limpeza da via, considerada uma das mais arborizadas e com sombra na cidade. “Arrancaram as árvores da Avenida Tiradentes. Repararam que não houve ninguém dos direitos ao verde, do movimento das árvores caídas, dos defensores da floresta, do Conselho geral das folhas secas. Nada, nada. Apenas foram lá e arrancaram as árvores. Não sou especialista, mas creio que dava para ser feito o esgoto em um outro local, sei lá. Agora é esperar mais 169 anos para as árvores crescerem e fazer uma bela sombra novamente. Moramos na capital da Amazônia e não temos árvores na cidade”, disse um homem de 45 anos, revoltado em um grupo de troca de mensagens.

Já uma outra internauta disse estar triste: “Fiquei arrasada com esta situação. Daí, vem aquelas desculpas de que as espécies estragaram as redes elétrica e de esgoto, blá blá blá... Daí, as perguntas: Quê rede de esgoto? E daqui a quantos anos outros gestores dirão o mesmo para justificar os cortes das espécies que forem colocadas no lugar? Se forem colocadas... Que absurdo! Era um dos poucos lugares de PVH, com arborização, que dava gosto de ver!”

Prefeitura promete reposição

Em nota, enviada pela assessoria de comunicação da Prefeitura, “um levantamento feito pela Sema aponta que a árvore da espécie Ficus teve o plantio, na área urbana da cidade, iniciado por volta dos anos 90, inicialmente em praças, depois em ruas e avenidas, porém com o crescimento da cidade, construção de novos prédios e residências, calçamento e pavimentação, as árvores foram se tornando um grande problema, pois as raízes dessa espécie se desenvolvem em efeito capilar em busca de água, podendo comprometer galerias pluviais e demais tubulações, além de outras construções”.

A nota ainda aponta que “foram justamente esses problemas que levaram a uma ação do Ministério Público Estadual. A demanda existe desde 2013, mas as gestões anteriores não solucionaram o problema”.

O documento ainda reafirma que haverá retirada de outras árvores. “A ação iniciou na semana passada pela Avenida Tiradentes, e também de estenderá para outras avenidas. Só na Tiradentes foram contabilizadas cerca de 120 árvores retiradas, mas entendendo a importância da arborização para a cidade, a prefeitura fará o replantio assim que toda a retirada e limpeza forem concluídas. Nessa primeira fase a Sema entra com o corte das árvores, a Semusb faz a coleta e retirada de troncos, e na sequência a Suop vai fazer a limpeza das galerias e tubulações com a retirada das raízes e ainda com a reconstrução das calçadas".

A Prefeitura ainda garantiu a reposição com outras espécies de plantas em cerca de 90 dias. “A equipe da Suop espera em cerca de 90 dias ter concluído toda essa fase. Na sequencia a Sema entrará em ação mais uma vez com o plantio de novas espécies como Sibipiruna, Pau Ferro, Guanhuma, Cássia Amarela, dentre outras”.