Presidente Laerte Gomes agradece por leitos de UTI em Ji-Paraná e reafirma erro em fechar o comércio
Parlamentar disse que os acertos do Governo devem ser reconhecidos, mas também expõe os erros
O presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes (PSDB), em pronunciamento na sessão ordinária desta terça-feira (7), agradeceu ao governador Marcos Rocha (PSL) pela implantação de uma estrutura em Ji-Paraná para atender pacientes com Covid-19. O Governo contratou leitos clínicos e de UTI no Hospital Cândido Rondon (HCR) para tratar os pacientes da Região Central de Rondônia.
“Há dois meses venho pedindo para que fossem contratados leitos clínicos e de UTI em Ji-Paraná, e o governador determinou que isso acontecesse. O HCR ganhou a licitação. Serão atendidos pacientes de Ji-Paraná, Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste, Jaru e dos demais municípios da Região Central”, detalhou o presidente.
Laerte Gomes explicou que, com essa contratação, todas as despesas com pessoal e medicamentos para tratamento de pacientes com Covid-19 ficam por conta do HCR. “Antes disso esses pacientes precisavam ser encaminhados para Porto Velho ou Cacoal”, citou.
Comércio
O presidente do Legislativo disse ser impossível concordar com a portaria governamental que pune quem fez o dever de casa, impedindo que o comércio abra no interior. Ele lembrou que foram penalizados 23 municípios, sendo que em muitos deles o número de casos de Covid-19 é baixo.
Laerte Gomes destacou que Rondônia é dividida somente duas macrorregiões, Porto Velho e o interior, sendo que deveriam existir pelo menos cinco. “Temos o Cone Sul, a Zona da Mata, a Região Central, o Vale do Jamari, a Grande Porto Velho. Cada macrorregião é uma realidade. Se tiver que fazer lockdown em alguma cidade, que se faça lá, mas não podemos penalizar todos os municípios”, detalhou.
Na nova portaria emitida pelo Governo o presidente Laerte Gomes citou um ponto considerado absurdo. É especificado que o município que disponibilizar novos leitos em UTI deve comprovar ao Executivo. Dessa forma o Governo autorizaria o prefeito a decidir sobre a abertura do comércio.
“Nem o Governo está conseguindo abrir leitos de UTI, por falta de estrutura e de profissionais. Como uma cidade pequena vai conseguir isso? O Estado tenta jogar uma responsabilidade dele para as prefeituras. É o Governo quem deve cuidar da saúde de média e alta complexidade, e não o município”, esclareceu.
Conforme o parlamentar, a Assembleia Legislativa defende o empresário ao trancar a pauta e não votar nenhuma matéria encaminhada pelo Executivo enquanto a portaria não for alterada. “É muito fácil jogar a responsabilidade para cima dos prefeitos. Aos assessores do governador precisam agir, pois a portaria está matando CNPJs e CPFs”, especificou.
Kits de exame
O presidente disse que não responsabiliza diretamente o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, mas lembra que faltou planejamento à Sesau, que deixou faltar kits de exames para o Covid-19. No caso, acabaram os kits de extração PCR, impossibilitando que testes confiáveis sejam realizados pelo Governo.
“É a mesma coisa que o dono da empresa de ônibus deixar faltar óleo diesel. É a mesma coisa que o dono da empresa de aviação deixar faltar querosene. Deixaram acabar, foram licitar e a empresa não tem como entregar. Agora o exame tem que ir para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. Antes o resultado saía em dois dias e agora sairá em oito”, detalhou.
Supermercados
Laerte Gomes disse deixar sua solidariedade aos empresários que não podem abrir seus estabelecimentos, mas mesmo assim precisam pagar funcionários e impostos. Ele lembrou que somente uma grande rede de supermercado teve 5 mil autenticações em um único dia.
“Se em um dia esse número de pessoas reunidas não espalha Covid-19, o vírus vai se espalhar em uma lojinha com cinco pessoas? Que serviço essencial é esse? Nunca houve tanta gente em supermercado como agora. Me desculpe quem está redigindo essas portarias, mas elas estão erradas”, finalizou o presidente da Assembleia.
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