Preso ontem em Mato Grosso, acusado de matar ex-vereador baleou e deixou incapacitado policial militar veterano
Mesmo com sequelas permanentes, militar hoje na reserva não pensa em vingança
Por telefone, o FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou o 2ª tenente da reserva remunerada da PM em Vilhena, Francisco Alves Bezerra, e ele confirmou ter ficado deficiente após ser baleado pelo mesmo homem preso ontem na zona rural de Comodoro (MT).
Acusado de trabalhar como “pistoleiro” em cidades do Cone Sul desde a década de 1980, Pedro Loureiro da Fontoura, de 52 anos, conhecido como “Pedro Magro”, é acusado de executar o ex-vereador em Pimenteiras do Oeste, Delvi Pardim de Jesus, de 67 anos. Amarrado e amordaçado, o ex-parlamentar foi morto no meio da rua, em Vilhena, na semana passada (LEMBRE AQUI).
Ao ser preso na cidade mato-grossense depois de tentar correr ao ver a guarnição policial e ser capturado, Loureiro negou participação no crime (CONFIRA AQUI).
No final dos anos 1990 (mais precisamente em 1999), “Magro” e um comparsa conhecido como “Goiano” haviam sido contratados para matar um dos marginais mais conhecidos de Vilhena, que tinha o apelido de “Espicha”.
No dia em que o “serviço” estava sendo feito, o então sargento Bezerra, fardado, seguia para o quartel, quando viu o tiroteio na Praça do Mensageiro, na avenida Paraná, e parou para intervir.
Um tiro disparado por “Pedro Magro” o atingiu na cocha e Goiano foi preso, mas disse que estava apenas pilotando a moto usada no crime, argumentando que os disparos haviam sido feitos por Loureiro. Os dois haviam sido contratados por um comerciante de Cerejeiras, cuja filha tinha sido estuprada por Espicha.
Coincidentemente, Pedro foi preso, naquela ocasião, também em Comodoro, mesma cidade onde acabou capturado ontem. Levado a julgamento, foi condenado a 13 anos de cadeia, segundo relembra Bezerra.
AVISOU ANTES DE MORRER
Compadre de Bezerra, o ex-vereador pimenteirense que foi assassinado por “Magro” em Vilhena teria revelado a um policial que o matador havia planejado executar, além de Delvi, também o próprio militar da reserva, um colega de farda dele e uma quarta pessoa.
Apesar dos laços de amizade com Delvi, o tenente aposentado justamente pelo ferimento, que o deixou incapacitado para o serviço policial, disse desconhecer os motivos que levaram ao assassinato dele.
22 anos atrás, o militar vilhenense teve que ir para um hospital de Cuiabá (MT) para não perder a perna, mas o membro ficou atrofiado, pois uma veia femural foi atingida pelo disparo.
Parceiros em empreitadas criminosas, Delvi e Pedro teriam sido filmados na conveniência de um posto de combustíveis na véspera do crime, informação que o site não conseguiu confirmar com nenhuma autoridade.
SEM MÁGOAS
Hoje aos 56 anos e mesmo com sequelas permanentes do tiro que levou, o militar agora na reserva não demonstra qualquer desejo de vingança contra seu agressor. “Atualmente só quero viver em paz com meus familiares”, disse Bezerra na entrevista, falando por telefone do distrito de Vila Neide, pertencente a Cabixi, onde estava pescando no rio Guaporé.
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