Projeto de piscicultura avança na Fazenda Futuro com mais de 500 alevinos de tambaqui

Os peixes ficam confinados em um tanque não tão grande criados com ração.

Vanessa Farias/Fotos: Daiane Mendonça Secom - Governo de Rondônia
Publicada em 17 de maio de 2019 às 09:27
Projeto de piscicultura avança na Fazenda Futuro com mais de 500 alevinos de tambaqui

O investimento com ração para os alevinos é de R$ 150 por mês

Com tanques de lona doados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o projeto de piscicultura na Fazenda Futuro é uma novidade que começa a despontar. Localizada em uma área de 310 hectares, próxima ao complexo prisional do estado, em Porto Velho, a Fazenda já vem trabalhando a mão de obra apenada como forma de ressocialização há aproximadamente oito anos.

O coordenador do espaço, Rafael Sena, revela que o projeto com alevinos de tambaqui é o primeiro do estado com tanques elevados no sistema intensivo. “Os peixes ficam confinados em um tanque não tão grande criados com ração. São 550 alevinos de aproximadamente 10 centímetros mantidos em 100 metros cúbicos”, conta.

Segundo Rafael, a iniciativa se deu há pouco mais de um mês e diariamente tem sido realizada a análise da água para o bom desenvolvimento dos peixes. “Temos algumas tilápias entre eles, porque essa espécie ajuda a manter a água limpa se alimentando dos resíduos”. O engenheiro agrônomo da Fazenda, Hilder Afonso, diz que, como para esse tipo de trabalho não há nenhum estudo científico que mostre os parâmetros que devem ser seguidos, o experimento feito no local se baseia nos mais próximos, como o pacu, que também é criado em tanques elevados e escavados.

ANÁLISE DA ÁGUA 

Todos os dias os profissionais fazem a análise do pH

Os reeducandos que fazem parte do projeto, que atualmente são 60, aprendem com o trabalho e os técnicos a tratarem dos peixes e dos cultivos. Para a análise da água, o engenheiro agrônomo ensina como fazer para descobrir o Potencial Hidrogeniônico (pH) e como melhorar as condições da água.

“Essa análise mostra a quantidade de acidez ou basicidade da água. Usando um reagente indicador de pH numa pequena porção de água podemos avaliar o comportamento de acordo com a cor que apresentar, que o ideal é que esteja entre 7.0 e 8.0 na escala”, explica Hilder. Para quebrar a acidez, os profissionais utilizam o cal virgem, que eleva os níveis e deixa a água adequada para a piscicultura. O tanque conta com dois aeradores hidráulicos para oxigenar a água.

O tanque onde os alevinos estão é limpo de dois em dois dias, e o gasto mensal com ração é de R$ 150, por se tratarem de peixes pequenos, mas segundo os profissionais, o valor deve triplicar quando chegarem ao tamanho adulto. A vantagem de trabalho com tanques elevados é a qualidade sanitária, garantindo menor taxa de mortalidade, maior sanidade (livre de vermes e bactérias) e um sabor diferenciado ao animal. “Ainda não sabemos como será o escoamento, mas a primeira despesca só acontecerá daqui a um ano. A intenção aqui é mesmo transformar a Fazendo Futuro em uma escola agrícola de capacitação para os reeducandos nesse projeto de ressocialização e inclusão”, conclui o coordenador.

OUTRAS CULTURAS

Estima-se que dois mil abacaxis sejam colhidos este ano

Na Fazenda também são cultivadas várias frutíferas como abacaxi, manga, laranja, limão, cacau, açaí e pupunha (sendo as duas últimas mais utilizadas para paisagismo do espaço). A mandioca foi recorde em produção na última colheita, rendendo 70 sacos de 40 quilos de farinha em cada um. Esse resultado foi obtido em um plantio de cinco a sete hectares.

A estimativa do engenheiro agrônomo é que, até o final de maio, o pomar produza pelo menos três quilos por pé, e até o final do ano, dois mil abacaxis sejam colhidos.       

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