Projeto “Masculinidade em Redes” tem início em Porto Velho
O projeto “Masculinidade em Redes” tem como objetivo realizar grupos reflexivos na modalidade online, focado na construção de cultura de paz no ambiente doméstico
O Núcleo de Perícia Psicossocial do Juizado de Violência Doméstica e Familiar de Porto Velho deu início a um novo projeto voltado para atender homens acusados de cometer violência doméstica e familiar contra mulheres. O projeto “Masculinidade em Redes” tem como objetivo realizar grupos reflexivos na modalidade online, focado na construção de cultura de paz no ambiente doméstico. O primeiro encontro ocorreu no dia 4 de agosto.
Com a pandemia, exigiu-se a elaboração de propostas educacionais e terapêuticas alternativas às que usualmente foram desenvolvidas em período anterior ao surgimento da covid-19.
O projeto surge para somar com as ações dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Porto Velho e é desenvolvido pelo Núcleo de Perícia Psicossocial. Nas situações de violência doméstica, quando há decisão de medida protetiva de urgência, medida alternativa à prisão (quando há flagrante) ou condenação, o juiz determina aos agressores a participação obrigatória em reuniões de cunho reflexivo, a exemplo do pioneiro projeto Abraço.
Sobre a nova proposta, a psicóloga Aline ressalta que “exige-se que o poder público mantenha seus olhos voltados para a criação de novas políticas de atuação para o atendimento da população, sem pôr em risco o cumprimento das normas de segurança sanitária vigentes”.
Durante as reuniões são abordados temas como aspectos da Lei Maria da Penha, história de vida, ciclo da violência, processos de mudança, dentre outros. Ao total serão 10 reuniões por grupo, com duração de até 2 horas.
Para o coordenador da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Rondônia, juiz Álvaro Kalix Ferro, o Grupo Masculinidades em Rede será mais uma ação do Judiciário que reflete positivamente na sociedade. “Observamos que, quando não havia as atividades em grupo realizadas com os agressores, a reincidência era superior a 40%, e, posteriormente, com a participação dos mesmos a reincidência caiu para uma média de 10%. Em alguns anos a reincidência caiu para 5%. Essa nova modalidade atende às regras de distanciamento social, devido à pandemia, com o objetivo de não interromper esse trabalho que tem trazido bons frutos", explicou o magistrado.
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