Projeto para recuperação de nascentes surge como opção de enfrentamento à crise hídrica
Projeto busca restaurar o ordenamento ambiental, que regula a rede hidrográfica de Rondônia
Projeto atende à recuperação de nascentes e plantio de mudas de árvores nativas e demais espécies
Com o compromisso de revitalizar áreas degradadas e preservar os recursos hídricos, o Governo de Rondônia mantém o Projeto Recuperar, que tem como meta envolver os municípios afetados pela crise hídrica, visando proteger e revitalizar pontos cruciais para o equilíbrio ambiental do Estado. O Projeto é uma iniciativa que combina esforços para reverter os danos causados às nascentes, integrando conhecimentos científicos, práticas de reflorestamento e engajamento comunitário, não apenas para restaurar as áreas degradadas, mas também promover a sustentabilidade a longo prazo.
Foram intensificadas ações para a construção de curvas de nível e barraginhas
Proposto pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), através de suas Coordenadorias Floresta Plantada (CFP) e Coordenadoria de Recursos Hídricos (Coreh), o Projeto busca restaurar o ordenamento ambiental que regula a rede hidrográfica de Rondônia, e promover estratégias baseadas em ações climáticas, de acordo com critérios técnicos. Por meio do Projeto, espera-se promover a recuperação ambiental e proteção das nascentes e cursos hídricos, nas áreas rurais e urbanas degradadas por atividades humanas diversas, dar segurança ambiental a essas áreas de preservação permanentes, garantir a restauração e manutenção do fluxo hídrico e a qualidade da água.
Ações do Projeto já podem ser vistas em Cerejeiras e Cacoal. No fim do ano passado, foi assinado o convênio com o município de Espigão do Oeste, onde a microbacia do rio Palmeira, responsável pelo abastecimento urbano, sentiu os efeitos da estiagem na região e comprometeu a distribuição de água para a população. Com níveis preocupantes em seus mananciais, os municípios de Corumbiara, Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste estão classificados em situação crítica, enquanto Castanheiras, Colorado do Oeste, Mirante da Serra, Ministro Andreazza, Parecis, São Miguel do Guaporé, Santa Luzia d’ Oeste, Seringueiras e Teixeirópolis, estão em nível de alerta.
Barraginhas devem acumular até 300 mil litros de água
PROTEÇÃO
Para o governador Marcos Rocha, o trabalho desenvolvido no projeto será revertido em benefícios diretos para a população nos municípios envolvidos e representa um passo importante para garantir o abastecimento de água para as residências e também, à indústria e comércio. “Esse é um projeto com aplicação dos recursos estaduais e municipais, e que incentiva medidas voltadas à proteção do meio ambiente, em conformidade com as necessidades dos moradores”, salientou.
O secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos, destacou que o projeto atende à recuperação de nascentes e plantio de mudas de árvores nativas e demais espécies de fácil adaptação com a região, para recuperar as bacias do rios atingidos. “Para isso pretendemos mobilizar as partes envolvidas, para que realizem reuniões com os proprietários rurais que estão na área de abrangência do projeto, visando a sensibilização e adesão às ações de recuperação e conservação das microbacias dos rios, que estão sendo prejudicados com o fenômeno El Niño e as mudanças climáticas. Esses episódios climatológicos extremos estão afetando diretamente a população de alguns municípios, porém, com planejamento técnico e financeiro, o Governo do Estado está respondendo com ações efetivas e de efeitos duradouros, como esta ação de recuperação das nascentes”, concluiu.
Curvas de nível visa frear o processo de erosão
Responsável pela execução do projeto de revitalização do rio Palmeira, em Espigão do Oeste, Jorge Valdemir Murer, especialista em Educação Superior e Gestão Ambiental, falou sobre o andamento dos trabalhos. De acordo com o gestor, a atenção está voltada para toda a microbacia do rio, desde a primeira nascente até a foz, realizando a construção de curvas de nível, barraginhas e subsolagem, para logo em seguida, começar a desassorear nascentes, envelopar com pedras rachão, isolar a área e recompor a mata ciliar.
“Durante esse período em que ainda está chovendo bastante, estamos intensificando ações voltadas à construção de curvas de nível, visando frear o processo de erosão, evitar a perda de solo fértil e para concentrar água no lençol freático, mantendo a pastagem por mais tempo durante a estiagem. Já as barraginhas conseguem acumular em média de 250 a 300 mil litros de água, por barragem, e estamos executando de duas a três barraginhas por propriedade”, destacou.
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