O último dia de um ano indizível por conta de uma pandemia tem mensagem emblemática contra o presidente da república.

2020 foi feio e mau como Jair Bolsonaro.

Quem imaginou mais velórios que festas reunindo as famílias?

A felicidade se mostrou em raros momentos e envergonhada. 

Por decreto suspenderam os abraços, as despedidas de nossos mortos, a oração coletiva. 

O inimaginável passou a fazer parte do nosso dia a dia. 

As mortes diárias e aos montes colocaram em relevo a nossa fragilidade como seres humanos.

A incapacidade dos governos em socorrer os cidadãos com o mínimo de dignidade, provou a importância de investimentos na saúde pública. 

A irresponsabilidade com aglomerações, negação da pandemia e da ciência expôs o nível de estupidez de muitos. 

As promessas e simpatias de fim de ano pra conquistar sucesso profissional, amor ou bens materiais, que importam quando todos e todas querem mesmo é saúde?

Muita gente morreu só por causa do coronavírus e também só por falta de socorro, testes e leitos na hora certa. 

Não vai rolar esta noite aquela sensação besta, mas agradável, de que dias melhores virão só porque o calendário mudou. 

Temos uma longa espera de desejos pela frente e sabemos disso. 

Um vírus implacável nos fez ver que a vida melhor depende de políticas públicas, ações cidadãs coletivas e não de promessas individuais. 

O distanciamento como proteção nos obrigou a pensar no outro pra sobreviver, mas uma grande parcela se mostrou indiferente, aliada da morte.

De extraordinário e bom, celebremos o descomunal esforço dos cientistas para encontrar rapidamente a vacina contra um vírus tão poderoso na propagação e letalidade. 

Pedir qualquer coisa que não seja vacina pra todo mundo e fora Bolsonaro é decidir seguir sem humanidade. 

2020 nos forçou a superar três grandes desafios: sobreviver à Covid-19, manter a calma e sustentar a esperança. 

Temos o dever de seguir com amor e coragem, confiantes na ciência e resistentes contra a estupidez que aliena e mata.

Os brasileiros precisam desejar além da vacina, o impeachment de Jair Bolsonaro, o presidente que fez tudo para que o coronavírus matasse mais. 

Aí sim, a sensação gostosa do recomeço!

E com todas as rezas, simpatias e um bom banho de descarrego com as ervas abre caminho, busca longe, chega-te a mim e vence tudo. 

Vacina e fora Bolsonaro! 

Pela memória dos que perdemos neste ano e por dias melhores.