Punições, más notícias, curas e perigos: o vírus que nos apavora ainda é o centro das nossas vidas
O isolamento continua sendo a maior indicação das autoridades da saúde, mas é provável que, a partir de meados da semana que vem, comecem, mesmo que lentamente, a haver mudanças nessa situação e a economia volte, ao menos, a engatinhar. Esperemos para ver
Claro que tem que haver punições. Quem foi irresponsável, tem que ser processado e se, no final de todo o procedimento legal, for considerado culpado, que seja punido exemplarmente. Mas não se deve jogar à execração pública, ainda mais sem provas e apenas baseando-se em disse-que-me-disse e Fake News, nomes de pessoas que nada tiveram a ver com os episódios. Mas eles foram graves, sim! Não foi apenas uma. Não foram só duas. Ao menos três grandes festas, em Porto Velho, com aglomerações e uma delas com pelo menos 40 pessoas, foram as responsáveis pelo aumento de grande número de casos de corona vírus em Rondônia, nas últimas semanas. Antes que estourassem o escândalos das Coronafest, tínhamos apenas 42 contaminações confirmadas e, desses, pelo menos oito pessoas já totalmente recuperadas. Estávamos no patamar do Estado com menor número de infectados. Contávamos com dezenas de leitos de UTI e apenas um paciente internado. A quarentena, os cuidados, os alertas, davam resultados concretos. A partir daí, começou uma sucessão de problemas. Primeiro, gente da saúde pública estava nas festas. Um passou a doença para o outro, até que pelo menos duas dezenas de casos fossem confirmados e outros tantos estejam sob suspeição. Porto Velho, que tinha pouco mais de 30 registros da Covid 19, está caminhando agora para 90 casos. Com tendência a piorar. Afora isso, houve um relaxamento nos cuidados. Muita gente sem máscara. Centenas e centenas de pessoas (como ocorreu em todo o país), fazendo filas imensas nos bancos, mas principalmente na Caixa Federal), para conseguir o dinheiro emergencial liberado pelo governo Bolsonaro.
Em Rondônia, a situação em Ariquemes também é preocupante. Mais de 20 casos em poucos dias. Desses, três foram de pessoas que estiveram nas Coronafest de Porto Velho. Em nível nacional, a grande mídia continua apavorando o país, com noticiários 24 horas apenas com péssimas notícias e registrando o número crescente de casos e de mortos. Poucos informam que a maioria dos contaminados (cujos números continuam sendo contabilizados no total de contágios), já está curada. O novo ministro da Saúde, escolhido a dedo pelo presidente Bolsonaro, deve anunciar medidas que, sem deixar de lado os cuidados para que a doença não se alastre, ao menos comecem a mostrar uma luz no final do túnel para que a produção, mesmo que em slow motion, seja retomada. O isolamento continua sendo a maior indicação das autoridades da saúde, mas é provável que, a partir de meados da semana que vem, comecem, mesmo que lentamente, a haver mudanças nessa situação e a economia volte, ao menos, a engatinhar. Esperemos para ver...
QUARENTENA PODE ACABAR EM UMA SEMANA?
Dentro de uma semana (sábado que vem, dia 25) pode acabar a quarentena em Rondônia, a menos que a prorrogação após os 40 dias, dependa de determinação específica e autorizada pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública e pelo Ministério da Saúde. Decreto nesse sentido foi assinado na sexta à noite, pelo governador Marcos Rocha. Ele manteve todas as restrições e exige muitos cuidados, mas pode ocorrer que, a partir do próximo final de semana, caso não haja recrudescimento dos casos de corona; se a saúde pública estiver preparada e todos os cuidados (como uso obrigatório de máscaras em coletivos e estabelecimentos comerciais) forem seguidos, há uma luz no final do túnel de que a quarentena no Estado se abrande. O governo rondoniense tem tratado a questão do combate à doença com grande seriedade. Não fossem grupos irresponsáveis que andaram fazendo pelo menos três festas com muita gente, quando a Covid 19 se espalhou, continuaríamos sendo o Estado com menor número de casos do país. Agora, vamos esperar que a situação se mantenha sob controle, para voltarmos, aos poucos, à alguma normalidade. Saberemos até o dia 25...
SÓ NA CAPITAL, 17 NOVOS CASOS. SÃO 128 NO ESTADO
O número de casos de atingidos pela Covid 19 aumentou de novo, em Rondônia. Só em Porto Velho foram 17 novos contaminados, somando 88 pessoas atingidas pela doença. No Estado, o número saltou de 110 de sexta para 128 no sábado. Ariquemes tem 21 casos, um a mais do que na sexta. É a segunda cidade mais afetada pela doença, até agora. Nos demais municípios, nenhum registro novo. Os números continuam iguais: seis casos em Ji-Paraná e seis em Ouro Preto; três em Rolim de Moura. Já Alto Paraíso, Buritis, Jaru e Vilhena, todos com apenas uma notificação confirmada. Do total de casos, 28 são considerados curados. Houve, infelizmente, quatro mortes: duas em Porto Velho e duas em Ji-Paraná. Há apenas três pacientes internados no Estado, mas apenas um considerado em estado mais grave, no Cemetron. Ainda há 38 casos suspeitos aguardando o resultado de exames do Lacen. O lado bom da moeda dá um número positivo: 1.031 pessoas que tinham alguns sintomas que poderiam representar estarem contaminados, tiveram seus exames negativados. Em Porto Velho, o maior número de casos se concentra em dois bairros: Mato Grosso e Nova Porto Velho. Das duas pessoas mortas na Capital, uma morava na Nova Porto Velho e outra vítima no bairro Ronaldo Aragão.
AINDA O QUE VALE É O ISOLAMENTO TOTAL
Por falar nisso, a Prefeitura da Capital ainda aguarda decisão sobre o recurso que interpôs, para que tenha validade o decreto do prefeito Hildon Chaves, que autoriza a abertura paulatina do comércio de Porto Velho, facilitando o retorno lento e gradual das atividades da economia na Capital rondoniense. Ao menos até o final de semana, continuava valendo decisão de um juiz plantonista, que proibiu a abertura das lojas e considerou inválido o decreto. Quem lê detalhadamente o decreto (e não fosse essa situação de quase histeria que vivemos), compreende que a lei municipal é muito bem feita, com todos os cuidados necessários, com a segurança devida e com a volta muito lenta das atividades, que começaria em alguns setores e iria se expandindo, até meados de maio. Mas, enfim, o que tem valido até agora, em todos os níveis, são decisões judiciais pela manutenção do total isolamento, mesmo que isso quebre o país. Por enquanto, não há mudança na questão do decreto porto velhense...
CAMPANHA BUSCA 40 TONELADAS DE ALIMENTOS
Mais de 100 mil reais arrecadados; mais de quatro mil cestas básicas e 17 toneladas de alimentos. Tudo isso para ser distribuído para famílias pobres, entre aqueles que não podendo trabalhar por causa da crise da Covid 19. A campanha “SOS-RO- Juntos Somos Mais Fortes”, liderada pela Associação dos Magistrados de Rondônia; com participação do Ministério Público e inúmeras outras entidades, quer ainda arrecadar pelo menos 40 mil toneladas de alimentos, além de distribuir cerca de 10 mil máscaras de proteção à população carente. A primeira parte das doações foram entregues para moradores do bairro Escola de Polícia. As doações podem ser entregues na sede da Associação do MP (rua Itália, 2263) e no SESC Esplanada. Doações em dinheiro podem ser depositadas na conta da Ameron (Sicoob, agência 3325, conta corrente 61.580-3). O CNPJ é 04.917.407/0001-39.
PODE SER UM TIRO NO PÉ
Holofotes. Mídia. Olhares voltados para as urnas, mesmo não se sabendo se terá eleição ainda este ano. Tanto em nível nacional quanto estadual (também há situações semelhantes em algumas cidades) há sim aproveitadores, que se alimentam da crise do corona para tirar sua casquinha e não ficar fora do único assunto que tem sido pauta do jornalismo na maioria dos veículos de imprensa. Compreende-se alguns interesses reais, de gente verdadeiramente solidaria e preocupada com a população (o que é a grande maioria), mas há que se repudiar aqueles que só pensam em si mesmos, imaginando que aqui e ali vão conquistar parte do eleitorado. Toda a população está vivendo dias de medo, eventualmente até pânico. Se os aproveitadores forem um dia desmascarados, o tiro dado hoje, lá na frente, pode atingir o próprio pé. É apenas um conselho. Quem avisa, amigo é!
DOS 42 CASOS NA SAÚDE, 12 CONFIRMADOS
Depois de colocar 42 servidores da saúde em quarentena, porque poderiam estar com o corona vírus ou ter tido contato com colegas que tivessem a doença, a Secretaria de Saúde do Estado começou a divulgar noticias menos ruins sobre o assunto, neste sábado. Após a realização de exames, 12 servidores foram confirmados com a doença, mas outros 16 casos já foram completamente descartados. Todos estão negativados e já voltaram ao trabalho normal. Dez ainda aguardam resultados dos exames. Mais quatro farão os exames nesse final de semana. O alto índice de contaminação até agora (28,5 por cento), entre os 42 casos suspeitos, é realmente preocupante, mas o que a Sesau informa é que o contágio não foi em serviço, mas veio da participação de algumas pessoas nas famigeradas Coronafest. Em breve, mais detalhes sobre o assunto.
LAERTE PROTESTA CONTA ABUSO DE PREÇOS
Está cheio de razão o presidente da Assembleia, deputado Laerte Gomes, quando exige dura ação do Procon contra o aumento abusivo de preços de produtos e serviços, ainda mais nessa terrível crise do corona vírus. Laerte quer também o Ministério Público e a própria Secretaria de Finanças do Estado agindo, contra esses reajustes exagerados dos preços, causando ainda mais prejuízos à população, ainda mais nesse momento de grave situação que nos aflige. “Infelizmente, em meio ao drama já vivenciado pela população, decorrente da pandemia do Coronavírus, com a grave ameaça à vida, o comprometimento de empregos, a desestabilização da economia e os problemas sociais decorrentes deste conjunto de fatores, surge um outro problema preocupante, que é a cobrança de preços abusivos de produtos e serviços, principalmente de gêneros alimentícios”, protestou Laerte. É realmente uma vergonha esses abusos, em vários setores, dos aproveitadores de um momento de desgraça. Que caia sobre esses aproveitadores, o duro peso da lei!
PERGUNTINHA
Na sua opinião, uma abertura gradual dos setores de comércio e de produção seria uma medida correta ou um grande risco que poderia piorar ainda mais a crise do corona vírus no Brasil?
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