Queda no diagnóstico e tratamento do câncer de mama precisa ser revertida, alerta oncologista

O médico Ramon Andrade de Mello ressalta que o atendimento tardio também afeta o sistema de saúde

Ramon Andrade de Mello
Publicada em 25 de outubro de 2022 às 16:17
Queda no diagnóstico e tratamento do câncer de mama precisa ser revertida, alerta oncologista

Com o diagnóstico precoce do câncer de mama, as chances de cura são de 95%, mas pesquisa recente mostra queda em procedimentos de detecção e tratamento da doença. “Precisamos reforçar as campanhas e alertas às mulheres sobre importância dos exames regulares a partir dos 50 anos de idade”, afirma o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.

De acordo com os dados do Panorama de Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde (SUS), os procedimentos de detecção e tratamento da doença registraram apenas 17% de alcance no ano passado, a menor taxa de cobertura mamográfica para mulheres entre 50 e 60 anos. Em 2019, o percentual ficou em 23%, também distante da recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 70% para mulheres a partir dos 40 anos de idade.

“O câncer de mama desponta como o de maior incidência entre as mulheres. O início tardio do tratamento é preocupante pois reduz as chances de cura e de qualidade de vida”, ressalta o oncologista. Segundo ele, o atraso no atendimento, além de afetar a saúde das mulheres, também traz impactos para os sistemas de saúde, aumentando os custos dos tratamentos.

O estudo também aponta que os números de exames caíram 40% em 2020, e 18% em 2021, na comparação com dados de 2019. “A pandemia trouxe impactos diretos no tratamento das doenças oncológicas. Esses efeitos ainda serão percebidos por um longo tempo”, analisa Ramon Andrade de Mello.

Sobre Ramon Andrade de Mello

Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO). 

Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

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