Queiroz mostra fidelidade ao clã, confessa crime da 'rachadinha', mas diz à Justiça que Flávio 'não sabia de nada'

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, admitiu ao MP-RJ a existência de um esquema de rachadinha no gabinete do parlamentar quando ele ocupava uma cadeira de deputado estadual na Alerj

Brasil 247
Publicada em 25 de novembro de 2020 às 11:42
Queiroz mostra fidelidade ao clã, confessa crime da 'rachadinha', mas diz à Justiça que Flávio 'não sabia de nada'

Fabrício Queiroz e família Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, admitiu, por escrito, a existência de um esquema de “rachadinha” no gabinete doentão deputado estadual quando este ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Queiroz, contudo, negou que Flávio e o seu chefe de gabinete na época tivessem conhecimento do funcionamento do arranjo para se apropriar de parte dos salários dos demais funcionários do gabinete.

De acordo com reportagem da CNN Brasil, o depoimento de Queiroz consta de uma petição anexada ao processo sobre o caso  que tramita no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.  No documento, o ex-assessor “admitiu que havia um acordo pelo qual os assessores por ele indicados para ocupar cargos no Gabinete haveriam de lhe entregar parte de seus vencimentos” e que “tal acordo teria sido realizado sem consulta ou anuência do então Deputado Estadual nem de seu Chefe de Gabinete, valendo-se da confiança e da autonomia que possuía”. 

Os promotores, contudo avaliam que a declaração do ex-assessor como uma inverdade. Na denúncia, o MP ressaltou não ser “crível que o referido assessor houvesse arrecadado milhões de reais em repasses de assessores da Alerj, ao longo de mais de dez anos, sem que seus superiores tivessem conhecimento do fato e nem auferido qualquer vantagem do ilícito praticado”. 

Ainda conforme o Flávio Bolsonaro é o “líder da organização criminosa e integrante do núcleo político, que nomeava determinadas pessoas, previamente aderentes ao intento delitivo, para diversos cargos comissionados na Alerj, geralmente ‘funcionários fantasmas’, que não exerciam de fato as funções públicas, com o único propósito de ‘emprestarem’ seus dados qualificativos e contas bancárias para permitir o desvio dos recursos em troca de um percentual desses valores”. 

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