Quilombos em Rondônia enfrentam concentração de fumaça 193% acima do limite em 2024

O pior cenário foi na comunidade quilombola Pedras Negras. Houve impacto no turismo, nas plantações e no modo de vida: ‘Por semanas, não víamos o sol’

Fonte: Por Francisco Costa e Josi Gonçalves - Publicada em 17 de março de 2025 às 15:34

Quilombos em Rondônia enfrentam concentração de fumaça 193% acima do limite em 2024

O Quilombo Pedras Negras ficou cinza com tanta fumaça. (Arte: InfoAmazônia - Utópika Estúdio)

 

As queimadas aumentaram a concentração de fumaça em várias regiões da Amazônia em 2024. Em Rondônia, as comunidades quilombolas Pedras Negras, Santa Fé, Forte Príncipe da Beira, Jesus, Vale do Guaporé, Laranjeiras e Santo Antônio do Guaporé registraram níveis de poluição por material particulado fino (PM2.5) até 193% do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A concentração de poluentes nessas regiões foi a mais alta entre julho e dezembro de 2024 entre os territórios quilombolas, revela análise exclusiva da InfoAmazonia.

O pior índice foi registrado na comunidade Pedras Negras, no município de São Francisco do Guaporé, a 762 km da capital Porto Velho. A OMS estabelece que a concentração de PM2.5, um dos principais poluentes da fumaça, não deve ultrapassar 15 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Mas, em Pedras Pretas, a poluição por fumaça alcançou a média de 44 µg/m³, 193% acima.

Para descobrir quais foram os territórios na Amazônia com maior concentração de fumaça no segundo semestre do ano passado, a InfoAmazonia coletou dados do Copernicus (CAMS), do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas (ECMWF). Depois, identificou as localidades quilombolas mais impactadas por meio de informações regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). — leia a metodologia da análise aqui.

Nas comunidades quilombolas de Rondônia, os níveis elevados de poluição se mantiveram ao longo de julho a outubro. A presença contínua da fumaça comprometeu a qualidade do ar e impactou a vida nos territórios que dependem do meio ambiente para a agricultura, pesca e outras atividades de subsistência econômica.

Esta é a terceira reportagem da série “Invisíveis da Fumaça”, uma parceria entre a InfoAmazonia e o Voz da Terra. A análise exclusiva investigou a poluição do ar atribuível às queimadas históricas, que ocorreram entre julho e dezembro de 2024.

FOTOS E MAIS NO SITE: https://www.vozdaterra.com/2025/03/quilombos-em-rondonia-enfrentam.html

Quilombos em Rondônia enfrentam concentração de fumaça 193% acima do limite em 2024

O pior cenário foi na comunidade quilombola Pedras Negras. Houve impacto no turismo, nas plantações e no modo de vida: ‘Por semanas, não víamos o sol’

Por Francisco Costa e Josi Gonçalves
Publicada em 17 de março de 2025 às 15:34
Quilombos em Rondônia enfrentam concentração de fumaça 193% acima do limite em 2024

O Quilombo Pedras Negras ficou cinza com tanta fumaça. (Arte: InfoAmazônia - Utópika Estúdio)

 

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As queimadas aumentaram a concentração de fumaça em várias regiões da Amazônia em 2024. Em Rondônia, as comunidades quilombolas Pedras Negras, Santa Fé, Forte Príncipe da Beira, Jesus, Vale do Guaporé, Laranjeiras e Santo Antônio do Guaporé registraram níveis de poluição por material particulado fino (PM2.5) até 193% do limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A concentração de poluentes nessas regiões foi a mais alta entre julho e dezembro de 2024 entre os territórios quilombolas, revela análise exclusiva da InfoAmazonia.

O pior índice foi registrado na comunidade Pedras Negras, no município de São Francisco do Guaporé, a 762 km da capital Porto Velho. A OMS estabelece que a concentração de PM2.5, um dos principais poluentes da fumaça, não deve ultrapassar 15 microgramas por metro cúbico (µg/m³). Mas, em Pedras Pretas, a poluição por fumaça alcançou a média de 44 µg/m³, 193% acima.

Para descobrir quais foram os territórios na Amazônia com maior concentração de fumaça no segundo semestre do ano passado, a InfoAmazonia coletou dados do Copernicus (CAMS), do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas (ECMWF). Depois, identificou as localidades quilombolas mais impactadas por meio de informações regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). — leia a metodologia da análise aqui.

Nas comunidades quilombolas de Rondônia, os níveis elevados de poluição se mantiveram ao longo de julho a outubro. A presença contínua da fumaça comprometeu a qualidade do ar e impactou a vida nos territórios que dependem do meio ambiente para a agricultura, pesca e outras atividades de subsistência econômica.

Esta é a terceira reportagem da série “Invisíveis da Fumaça”, uma parceria entre a InfoAmazonia e o Voz da Terra. A análise exclusiva investigou a poluição do ar atribuível às queimadas históricas, que ocorreram entre julho e dezembro de 2024.

FOTOS E MAIS NO SITE: https://www.vozdaterra.com/2025/03/quilombos-em-rondonia-enfrentam.html

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