Rede de cooperação incentiva uso de tecnologia nos serviços jurisdicionais

Incentivar o uso intensivo da tecnologia na prestação de serviços jurisdicionais foi um dos temas do terceiro encontro de juízes de cooperação da Rede Nacional de Cooperação Judiciária.

Luciana Otoni Agência CNJ de Notícias
Publicada em 07 de junho de 2019 às 15:39
Rede de cooperação incentiva uso de tecnologia nos serviços jurisdicionais

A terceira edição do encontro, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta última quarta-feira (5/6), reuniu em Brasília juízes de diversas regiões do país e debateu a importância do compartilhamento de informações entre os órgãos judiciais para um atendimento mais célere nos atos processuais que dependem de mais de um magistrado ou tribunal.

O primeiro painel do evento,“Cumprimento de Cartas Precatórias e Cartas Rogatórias – Evolução para videoconferência", foi apresentado pelo juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Bráulio Gusmão. O magistrado destacou a edição do Provimento nº 75 da Corregedoria Nacional de Justiça. A norma, publicada em setembro de 2018, trata da utilização do sistema de transmissão de voz e imagem (videoconferência) para manutenção de contato permanente da Corregedoria Nacional de Justiça com os juízes.

O provimento estabelece que todas as unidades jurisdicionais de primeiro e segundo graus e de tribunais superiores deverão estar dotadas com equipamentos necessários à transmissão de voz e imagens em tempo real. Bráulio Gusmão tratou da importância do Poder Judiciário migrar os procedimentos das cartas precatórias e rogatórias para o uso da videoconferência.

“O desafio da Rede Nacional de Cooperação Judiciária é pensar um normativo que não seja burocrático sobre como se dará isso e partindo da premissa de que, inicialmente, a audiência deva ser realizada por videoconferência, de forma que o próprio juiz do processo possa colher a prova”, disse Bráulio Gusmão.

O uso intensivo da tecnologia no Poder Judiciário tem sido uma das diretrizes da gestão do ministro Dias Toffoli à frente do CNJ. No início deste mês, o Conselho apresentou novas funcionalidades do Processo Judicial Eletrônico (PJe). O PJe Mídias permite o registro audiovisual de audiências de maneira ágil, segura, transparente, com baixo custo e por meio de um sistema amigável e gratuito a todos os tribunais brasileiros. 

Execução penal

A transferência de presos foi o tema do segundo painel do encontro, em palestra ministrada pelo juiz auxiliar da Presidência do CNJ Carlos Gustavo Vianna Direito e pelo diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon.

Ambos trataram da necessidade da troca de informações entre órgãos dos poderes Judiciário e Executivo e da padronização de procedimentos no cambiamento (transferência) de presos entre unidades penitenciárias do país. Conforme os dados, atualmente, há demanda pela transferência de quase 5 mil detentos entre unidades penitenciárias.

Em relação a medidas para administrar a superpopulação carcerária, atualmente com quase 800 mil detentos, Carlos Gustavo Vianna apresentou aos juízes detalhes sobre o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) que vem sendo implantado pelo CNJ.

O sistema, que será obrigatório em todos os tribunais do país até o fim deste ano, prevê, entre outras ações, uma única identificação no território nacional das pessoas com processo de execução penal em curso. Entre as medidas a serem implantadas está ainda a identificação biométrica e fotográfica dos detentos.

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