Religião fora da política já!

É importante que a religião e a política sejam bem separadas para garantir que todos tenham a oportunidade de participar do processo político, independentemente da crença religiosa que professam

Antônio Tavernard
Publicada em 06 de novembro de 2023 às 12:06
Religião fora da política já!

Religião é parte importante da vida de muitas pessoas. Ela fornece orientação moral, conforto espiritual e senso de comunidade. A política, por sua vez, envolve o processo de tomada de decisões que afeta a vida de todos. A mistura entre religião e política é perigosa, na medida em que as crenças religiosas têm sido usadas para justificar políticas públicas que levam à discriminação, à intolerância e à violência.

No Brasil, o Estado é laico. Isso significa que a religião não pode influenciar as decisões governamentais. No entanto, na prática, a religião tem adquirido um papel central na política brasileira. As bancadas evangélicas, por exemplo, têm crescido bastante, e as crenças religiosas de seus parlamentares têm sido utilizadas para justificar determinadas posições políticas. Isso leva a conflitos entre diferentes grupos religiosos, uma vez que não há e nunca houve consenso entre as religiões a respeito de vários temas nevrálgicos de nossa sociedade, tais como a legalização do aborto e o uso da Cannabis medicinal, para citar apenas dois entre tantos outros exemplos. Alie-se a isso o fato de que a mistura entre religião e política pode levar à violação dos direitos humanos, quando a propositura de leis que promovem a discriminação contra determinadas minorias é justificada com base em argumentos religiosos.

É importante que a religião e a política sejam bem separadas para garantir que todos tenham a oportunidade de participar do processo político, independentemente da crença religiosa que professam. Essa salutar separação protege os direitos humanos e permite que os cidadãos sejam tratados de forma igualitária, inclusive ajudando a prevenir a discriminação e a intolerância contra minorias religiosas. Manter as decisões políticas apartadas de questões religiosas e dogmáticas é, por isso, princípio basilar de uma sociedade democrática.

Sendo assim, a ideia de criar capelanias nas escolas de Rondônia, proposta pelos deputados da nossa Assembleia Legislativa, afronta o Estado laico e a democracia. Como todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, conforme determina a Magna Carta, resta saber se em cada escola haverá também um pastor, um padre, um umbandista e um espírita para aconselhar nossas crianças.

Antônio Tavernard - servidor público

Comentários

  • 1
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    Cicero V. de Souza 07/11/2023

    Não só religiosos(as) como militares ainda na ativa

  • 2
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    Christian 07/11/2023

    Os crentes serão perseguidos por todos os lados. Que possamos nos manter firmes pois Jesus já alertava quanto as perseguições. 

  • 3
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    serio? 07/11/2023

    "..como todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, conforme determina a Magna Carta, resta saber se em cada escola haverá também um pastor, um padre, um umbandista e um espírita para aconselhar nossas crianças". se essa fala fosse real, porque cada vez mais criam "COTAS" ? Cotas nada mais é que, oportunidade para um grupo e exclusão de outro!

  • 4
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    euzinho 07/11/2023

    Já basta "crente" se metendo na vida alheia, ...Agora na política é atraso de vida do povo brasileiro, que eles governam de acordo com o que " a bíblia diz...." não com senso do que a sociedade precisa na educação, saúde, etc.

  • 5
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    Laíse 06/11/2023

    Excelente!

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