Resenha Política, por Robson Oliveira

Segundo o IPEC, Marcos Rogério e Marcos Rocha estão com 45% das preferências dos eleitores do estado. Uma disputa empatada entre dois bolsonaristas que tende a se resolver pelo detalhe

Robson Oliveira
Publicada em 21 de outubro de 2022 às 08:40
Resenha Política, por Robson Oliveira

EMATER 

São graves as denúncias de assédio eleitoral que supostamente foram feitas por dirigentes da Emater a servidores para que sejam “voluntários”nas ruas a pedir votos em favor do candidato à reeleição Marcos Rocha, do União Brasil.  

DENÚNCIAS 

No primeiro turno havia suspeitas do uso indevido da máquina com a presença de servidores em cargo confiança “voluntariamente” nas esquinas das principais avenidas da capital pedindo votos, mas sem denúncias objetivamente formadas. Neste segundo, com a exoneração de alguns destes servidores, as suspeitas começam a tomar forma. É urgente coibir tais irregularidades capazes de desequilibrar um pleito tão acirrado.  

VERSÕES 

As exonerações dos secretários de estado Júnior Gonçalves (Casa Civil) e de Luana Rocha (Ação Social), inesperadamente, provocaram nos bastidores políticos vários burburinhos e diferentes versões. O primeiro, irmão do candidato a vice-governador, justificou que o afastamento se deu em razão da necessidade de estar full time (tempo total) na campanha de reeleição de Marcos Rocha. A segunda, esposa do governador, nada foi dito.  

ARTICULADOR 

Júnior Gonçalves tem sido com toda certeza o principal artífice da portentosa coligação que catapultou Marcos Rocha para o segundo turno numa campanha em que figurou por bastante tempo como o franco favorito. Embora seja alvo das principais críticas na campanha por razões privadas e externas à administração pública, revelou-se, pouco a pouco, um articulador de uma competência política invejável. É, sem dúvida,  o mais operante colaborador do governador e o alvo favorito de todos e em razão disto alguém a ser atingido.  

 INGENUIDADE 

Os ânimos andam alterados entre os partidários das campanhas de governador em Porto Velho e exigem dos principais coordenadores temperança para que não repitam as cenas de pugilato captadas ardilosamente entre um motoqueiro (apoiador de Marcos Rocha) e o coordenador da campanha de Marcos Rogério, advogado Guilherme Erse. Foi uma ingenuidade o advogado se atracar em via pública por vias de fato, mesmo sendo insultado por um funcionário de uma empresa de ensino privado.  

ARMADILHA 

Pelas cenas veiculadas nas redes sociais é possível intuir que Erse caiu numa provocação supostamente armada para que o registro das agressões servisse de fato político com potencial escandaloso. Mesmo não causando a dimensão esperada, é uma cena repugnante que deve ser reprovada e Erse terminou caindo numa armadilha. Ontem, logo cedo, ele soltou uma nota explicando os motivos da exasperação e reconheceu que não se orgulha do ocorrido. A nota mostra que sabe distinguir o certo do errado mesmo quando nossa paciência é abespinhada ao extremo. 

EMPATE 

Mais uma pesquisa divulgada com os números dos dois candidatos a governador exatamente iguais. Segundo o IPEC, Marcos Rogério e Marcos Rocha estão com 45% das preferências dos eleitores do estado. Uma disputa empatada entre dois bolsonaristas que tende a se resolver pelo detalhe. Particularidade cujo número dos candidatos pode servir como diferencial.  

FERRADA  

Ao que parece os governistas não se deram conta de que a troca de acusações com Henrique Prata (idealizador do Hospital do Amor) afeta muito mais a campanha do que imaginam. No interior do estado, Prata firmou laços fortes com o setor produtivo e com associações filantrópicas de modo que consegue arregimentar todos os anos eventos enormes de arrecadação destinada à manutenção do hospital do câncer, em Rondônia. Instigar os aliados a fustigar Prata devido a seu engajamento na campanha do opositor do governador não é a melhor tática. Bastaria ter feito os esclarecimentos sobre os repasses financeiros do tesouro ao hospital, como ocorreu no primeiro turno, sem se imiscuir nas questões pertinentes aos órgãos de controle. Até porque não há destes órgãos nenhuma ação que aponte irregularidade nas prestações de contas, pelo menos por enquanto. Ao escalar um aliado para mexer nesse vespeiro o governo tem tudo para se ferrar.  

MONOPÓLIO 

Prata não quer que o estado destine parte dos recursos do SUS para clínicas privadas que oferecem também o tratamento do câncer. É um monopólio que esta coluna num passado não muito longe criticou porque tenta impedir que outras clínicas possam conseguir o credenciamento para oferecer as especialidades hoje ofertadas pelo Hospital do Amor. A administração pública deve atentar é para os preços praticados pelos mesmos serviços e optar em destinar os parcos recursos do estado para quem ofereça os serviços de excelência com preços mais vantajosos para o tesouro. Monopólio seja privado, seja filantrópico, seja de outra natureza, somente é indispensável quando o resultado é bom para coletividade.  

CONTRASSENSO  

Henrique Prata é livre para exercer as opiniões que lhe convém, o que é reprovável é vincular o futuro do hospital ao resultado eleitoral que julga ser o melhor para ele. Os governos passam, cedo ou tarde, mas o Hospital do Amor não tem porque interferir nas eleições, mesmo quando provocado por um governo acuado pela contrapressão e pela inanição administrativa.  

ENERGISA 

A  Consultoria Global Great Place to Work, uma das mais respeitadas do mundo, escolheu a Energisa como a melhor empresa para se trabalhar no Brasil. Em apenas quatro anos instalada em Rondônia a empresa mostra que é possível superar as adversidades, cumprir com sua função social e valorizar cada colaborador que dedica as próprias energias no desenvolvimento dos projetos que estão sendo executados nos municípios rondonienses.  

SUSTENTABILIDADE 

O título é um feito a ser comemorado pelo presidente da Energisa, André Theobaldo, que tem se esmerado para transformar uma das maiores empregadoras do estado em modelo empresarial - especialmente depois das críticas que inicialmente recebeu na instalação. Ainda há quem torça o nariz para a empresa, mas é indiscutível sua importância para Rondônia: são mais de três mil empregos diretos e indiretos gerando renda para o rondoniense. No setor elétrico nacional a Energisa tem também se destacado pela inovação com foco na sustentabilidade e na qualidade dos serviços prestados com segurança.  

INCOMPREENSÃO 

Os funcionários, força motriz da excelência da empresa, são bem preparados com uma visão empresarial que visa a qualificação permanente para que os serviços ofertados à população sejam da melhor qualidade. Embora a Energisa ainda seja alvo de incompreensões, especialmente por razões políticas, o destaque recebido em São Paulo merece aplausos. As contrapartidas que a empresa tem destinado aos municípios comprovam a responsabilidade social para com Rondônia.  

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