Resenha Política, por Robson Oliveira
O telespectador gosta de um debate quente com alguns sopapos, mas sabe diferenciar entre baixaria e críticas
LABAREDAS
Desde que o presidente da Fundação Pio XII mantenedora do Hospital do Amor, Henrique Prata, anunciou seu apoio ao candidato a governador Marcos Rogério (PL) as retaliações da campanha do candidato Marcos Rocha somente aumentaram as deduções sobre supostos desvios de finalidade nas aplicações dos recursos. Para piorar, entre estas ilações apresentaram a compra de picanha e cerveja com notas fiscais de um supermercado já falido com datas aparentemente adulteradas. A proteína animal e a bebida alcoólica, levadas à campanha eleitoral, segundo informações da direção do Hospital do Amor, foram adquiridas com recursos próprios e destinadas a uma residência que abrigava médicos visitantes, no ano de 2012. As labaredas desse churrasco agora deverão parar na justiça por uma representação da OAB-RO.
FAKE NEWS
No primeiro turno os candidatos ao governo compareceram na OAB-RO para assinatura de um pacto por eleições limpas com o compromisso de combaterem as fake news e defenderem a democracia. Em razão do pacto, a direção do Hospital do Amor encaminhou à seccional da Ordem um pedido de providências para que apure notícias que julga serem falsas, feitas pela campanha de Marcos Rocha, exatamente sobre a prestação de contas dos recursos recebidos do SUS que teriam sido utilizados pelo hospital para compra de picanha e cerveja. Na denúncia, segundo a representação, as notas dadas como prova teriam sido adulteradas para dar azo de veracidade à informação amplamente divulgada, provocando danos à reputação da entidade filantrópica. A OAB-RO encaminhou à Procuradoria Eleitoral para a devida análise. É um tema que desgasta a campanha de Rocha, mas insistem no erro. Bastaria informar que todos os débitos passados e futuros serão pagos e que não há por parte do executivo estadual interesse de fechar o hospital. Tentar desqualificar Prata é uma bala perdida.
DEBATE
Ontem, na TV Rondônia, Marcos Rocha e Marcos Rogério voltaram a se encontrar no último debate. Foi um embate cheio de sopapos com foco especialmente para os assessores do que programa de governo. Quem assistiu percebeu as fragilidades de cada candidato, embora cada torcida se avexe para apontar que o seu foi bem melhor que o outro. Pouco importa o pitaco do engajado porque o telespectador (eleitor) não é bobo como muitos acreditam ser e sabe distinguir entre os dois o menos ruim. O telespectador gosta de um debate quente com alguns sopapos, mas sabe diferenciar entre baixaria e críticas. Não houve vencedor na noite de ontem e o melhor bloco foi o último quando o mediador deu boa noite.
NARRATIVAS
Numa disputa eleitoral acirrada a guerra de narrativas passa a dar o tom do final de campanha e a desconstrução do adversário assumiu espaço maior que as propostas para Rondônia. São essas narrativas que predominam nas mídias sociais com caneladas para todos os lados. Do pescoço para baixo está valendo tudo, lamentavelmente.
ADESÃO
Ontem o governador recebeu a adesão à campanha do deputado federal Léo Moraes (PODEMOS), terceiro colocado no primeiro turno. Pode ser que o anúncio tenha sido um pouco atrasado e não seja capaz de influenciar no resultado das eleições com a mesma força de uma semana antes. Mas é um reforço na campanha de Marcos Rocha consistente especialmente numa eleição sem favoritos.
VERSÕES
Pela live onde anunciou a adesão ao governador foi possível perceber diversas reações negativas de pessoas que se apresentaram como eleitores do deputado. Alguns também de elogios foram registrados. É normal em situações semelhantes quando o candidato decide abrir o voto e empenhar apoio a um adversário, com Léo não foi diferente. O que chamou mais atenção na escolha é que o parlamentar optou pelo candidato que tem como principal articulador o prefeito da capital Hildon Chaves, desafeto público de Léo Moraes. Daí as versões sobre a adesão se multiplicarem feito rastilho de pólvora. E são versões das mais diversas imaginações que não caberiam nas bobinas de papel das gráficas de Porto Velho para imprimi-las. O que importa em si é que Marcos Rocha conseguiu nessa reta final uma campanha mais adensada que o adversário Marcos Rogério.
DESGASTE
Há quem avalie que Léo Moraes tenha cometido um erro político monumental ao optar em declarar voto ao principal adversário da eleição uma vez que Rocha está na busca da reeleição. É cedo para conclusões e qualquer posição que tomasse receberia críticas. Mas há quem acredite que a neutralidade seria o melhor caminho para o deputado e o caminho mais confortável que evitaria as versões mais variadas envolvendo as tratativas da adesão. É cedo para aferir qualquer cenário. O tempo dirá. O fato é que com o apoio recebido Marcos Rocha dá mais um passo no eleitor da capital onde o deputado possui influência. E o outro Marcos perde espaço. As urnas responderão muitas das indagações sobre a união de Marcos Rocha, Léo Moraes e Hildon Chaves.
ARTICULADOR
Júnior Gonçalves, principal alvo das críticas no debate, é o verdadeiro fiador da adesão de Léo Moraes à candidatura de Marcos Rocha. Não é por outra razão que virou o personagem favorito dos ataques feitos por Marcos Rogério a Marcos Rocha. Independente de que seja anjo ou demônio, o ex-chefe da casa civil é o cara da campanha. Nenhum outro revelou tanta habilidade nos bastidores quanto ele. Quer gostem ou não.
CAMPEÃO
Sábado e domingo combinam com cerveja e picanha, razão pela qual este colunista e dublê de torcedor quer festejar o Flamengo campeão (sábado) e meus candidatos vitoriosos (domingo). Caso os resultados sejam confirmados, será o final de semana perfeito, já que o prazer combina com picanha e cerveja, uma combinação que já foi um dia a cara do brasileiro.
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