Rio baixo e barranco alto tornam ainda mais desafiador o trabalho dos profissionais a bordo da embarcação
Equipe de imunização realiza maratonas para levar proteção de casa em casa nas comunidades onde o barco não atraca
Acesso às comunidades localizadas em barrancos exige ainda mais dos profissionais de saúde
A jornada do Barco Saúde Dr. Floriano Riva Filho, uma iniciativa da Prefeitura de Porto Velho, completou seu 4º dia de atendimentos no baixo Madeira. Coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), a embarcação segue um roteiro que começou em Calama, passou pelo distrito de Nazaré e será concluído em São Carlos.
Entre os serviços oferecidos em cada localidade estão atendimentos médicos com clínico geral, ortopedista, ginecologista, pediatria, fisioterapia, psicologia, enfermagem, exames laboratoriais, distribuição de medicamentos e vacinação, que também faz um trabalho itinerante levando proteção para quem não possui condições de deslocamentos.
DE CASA EM CASA
Trabalho que se torna uma batalha diária contra as adversidades naturais, intensificadas pelo verão amazônico. O nível baixo do rio Madeira torna a navegação mais difícil, e o acesso às comunidades, localizadas em barrancos que chegam a 100 metros de altura, exige ainda mais dos profissionais de saúde.
Equipe carrega consigo todos os tipos de vacinas do PNI
“Nessa época, o sol é muito quente e o calor se torna um desafio no cumprimento da missão. Mesmo assim isso nunca foi obstáculo para a equipe de imunização, enfrentamos sol e chuva, calor e lama, mas não deixamos de vacinar ninguém”, reforça o vacinador Cleber Cardoso.
A equipe da Divisão de Imunização da Semusa carrega consigo todos os tipos de vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI). De casa em casa, os profissionais verificam cartões de vacina e atualizam o esquema vacinal, garantindo que toda a família esteja protegida contra doenças.
Na manhã de quinta-feira, os vacinadores partiram de Nazaré para Boa Vitória, uma das 12 comunidades atendidas. Elza Lina dos Santos, uma moradora local, recebeu a vacina contra tétano que estava atrasada.
Profissionais vão de casa em casa verificando cartões de vacina e atualizam o esquema vacinal
“É um trabalho muito bonito esse, de ir nas casas levar vacina. Nessa época o barranco está alto, tem muitos idosos que não conseguem ir à unidade ou no barco buscar a vacina e vindo em casa ajuda demais”, agradece a moradora.
Após um longo dia de trabalho, Cleber Cardoso compartilha a sensação de dever cumprido. "É de gratidão. Ficamos muito felizes quando aplicamos uma dose de vacina. Igualmente felizes ficamos quando pegamos um cartão atualizado, pois temos a certeza de que aquela pessoa está protegida”, diz o vacinador.
José Vieira Leite, de 80 anos, é outro exemplo de como o trabalho dos profissionais do barco saúde impacta vidas. Ativo e independente, ele foi até a unidade de saúde de Nazaré para renovar sua receita de medicamento para hipertensão e aproveitou para atualizar seu esquema de vacinação.
José Vieira renovou sua receita de medicamento para hipertensão
"Tinha três vacinas atrasadas. Minha saúde é boa, mas a gente precisa ter cuidado, né? Fui muito bem atendido aqui, nem vim para tomar vacina, mas olharam meu cartão e me recomendaram. Achei ótimo”, conta José.
Nesta quinta-feira (20), a secretária da Semusa, Eliana Pasini, acompanhou de perto o trabalho dos profissionais em Nazaré e reforçou o compromisso da gestão com a saúde da população ribeirinha.
“Como os distritos já contam com a unidade de saúde e atendimentos básicos, a gente busca trazer as especialidades que possuem maior demanda. É um trabalho desafiador, são muitos profissionais e uma grande logística, mas que tem surtido resultado. Essa é a sétima viagem do barco desde 2021, com cerca de 57 mil atendimentos realizados”, declara a secretária.
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