Rondônia leva produção agroindustrial e políticas públicas do agronegócio para a Expoacre 2019

Produtos rondonienses fazem parte do leque de negócios da Expoacre. São palmitos, cocadas, café e uma diversidade itens para apreciação do público acreano

Vanessa Moura Fotos: Ésio Mendes/Nilson Santos
Publicada em 29 de julho de 2019 às 12:25
Rondônia leva produção agroindustrial e políticas públicas do agronegócio para a Expoacre 2019

Governador de Rondônia, Marcos Rocha, e do Acre, Gladson Cameli, reforçam cooperação para desenvolvimento do agronegócio

O estande institucional de Rondônia e a exposição de produtos da agroindústria fazem parte dos atrativos da Expoacre 2019 que teve início no último sábado (27) e segue até o dia 4 de agosto, em Rio Branco.

O governador Marcos Rocha esteve na feira acompanhado da primeira-dama e secretária da Assistência e Desenvolvimento Social (Seas), Luana Rocha, e, juntos, reforçaram a política pública do Estado de geração de emprego e renda através do agronegócio. ‘‘Rondônia está presente na Expoacre, assim como o Acre esteve presente na nossa feira, a Rondônia Rural Show. O governador Gladson Cameli disse que aprendeu conosco que a Expoacre não deveria ser só para festa, mas um local para negócios, e assim ele fez. O nosso estande aqui faz parte de um convite do governo acreano para mostrar os nossos produtos, inclusive com degustação. Está muito bonito, bem organizado e em um local privilegiado’’, considera o governador.

A aproximação Rondônia e Acre é considerada essencial para o crescimento econômico da região. Marcos Rocha citou, como um dos pleitos conjunto levado até o governo federal com bom resultado, o avanço da obra da ponte que liga os dois estados e que deve ficar pronta ainda este ano. Também há união de esforços para destravar a economia como a melhoria das rodovias, o alfandegamento para favorecer o intercâmbio comercial com países vizinhos e, pauta considerada prioritária, a regularização fundiária.

‘‘A regularização fundiária permite que o nosso produtor tenha mais segurança com o documento das terras em mãos. Isso possibilita conseguir recursos juntos às instituições financeiras para fazer os investimentos necessários para aumentar a produção do agronegócio, gerando emprego e renda. Nós estamos trabalhando isso com o governo federal, alguns pontos estão sendo acertados e temos certeza absoluta que irá acontecer’’, afirma Marcos Rocha.

Marcos Rocha e Gladson Cameli, assim como demais líderes de estados amazônicos

Parceria entre Rondônia e Acre é consolidada na Expoacre

importantes para o desenvolvimento do país, estão imbuídos em mudar a realidade da região com a missão de preservar a natureza, mas, ao mesmo tempo, oferecer condições de desenvolvimento para a população. ‘‘É inadmissível que tenham pessoas passando fome, por isso esse trabalho é tão importante, a geração de emprego e renda que vem através da regularização fundiária, do aumento de produção, a desburocratização das ações do Estado’’, disse o governador de Rondônia.

O estado de Rondônia está trabalhando questões pontuais para destravar a economia. ‘‘A Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social vem trabalhando, também, com alguns projetos juntos com as associações para dar condições de desenvolvimento, através do extrativismo, do uso de recursos naturais. Fizemos, nos dias 25 e 26, um curso voltado ao terceiro setor com o foco na regularização das associações,  que era algo que tinham dificuldade e, por isso, não conseguiam receber recurso do Estado’’, afirma Luana Rocha.

Marcos Rocha afirmou, ainda, que os estados do Norte formaram um bloco e, juntos, estão pleiteando melhorias para a população junto ao governo federal. ‘‘Eu nunca vi o presidente tão próximo, fazendo tantas reuniões com governadores, Jair Bolsonaro é o homem certo, no lugar certo, pois está atendendo as demandas daqueles que querem o desenvolvimento do país’’, considera.

EXPOSIÇÃO

O secretário da Agricultura Evandro Padovani, juntamente com o presidente da Emater Luciano Brandão e técnicos explicam como é feito fomento do agronegócio em Rondônia

No estande institucional de Rondônia, a divulgação da 9ª Rondônia Rural Show (De 26 a 30 de maio de 2020) tem chamado a atenção do público que, devido à repercussão internacional da feira agropecuária rondoniense, demostra curiosidade para saber como funciona e o que fazer para participar.

Também são divulgadas, na feira, as políticas públicas do agronegócio com a presença do secretário de Estado de Agricultura (Seagri), Evandro Padovani, e do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater), Luciano Brandão, além de técnicos que ficarão os nove dias do evento no local.

Também é uma oportunidade de troca de ideias, inovações e conhecimento sobre o agronegócio.  ‘‘Nós assinamos um termo de cooperação em janeiro deste ano com os governadores do Acre e Rondônia que incluir intercâmbio de assistência técnica, extensão rural, pesquisa, fomento, infraestrutura e feiras. A nossa presença na Expoacre já faz parte deste termo de cooperação’’, explica Padovani.

Além disso, produtos rondonienses fazem parte do leque de negócios da Expoacre. São palmitos, cocadas, cafés e uma diversidade itens para apreciação do público. ‘‘Nós fizemos um trabalho junto com o pessoal das agroindústrias familiares que tem certificação e fizemos o convite. Temos cinco representantes de Rondônia com diversos produtos, mostrando a qualidade de nossos produtos e expandindo o mercado consumidor. Agradecemos ao governo do Acre que nos apoio nessa iniciativa’’, ressaltou o secretário da Seagri.

DA FALÊNCIA À AGROINDÚSTRIA DE COCADAS

A falência da padaria e cinco coqueiros no quintal. Esse foram os dois elementos que, aliados à determinação de Elienete Gomes e a família fizeram nascer a agroindústria AK Kolly, produtora de cocadas na comunidade Terra Santa, área rural de Porto Velho. Essa é uma das agroindústrias rondonienses presentes na Expoacre.

A agroindústria surgiu com a produção vinda de cinco coqueiros no quintal da residência

‘‘Estamos lisonjeados por ter sido convidados para esse evento. Já no primeiro dia conseguimos fechar negócios, despertar o interesse de representantes que vão estar revendendo nossos produtos. Além disso, conseguimos trocar ideias com colegas acreanos de como conseguir registrar uma agroindústria porque o nosso governo é facilitado, e eles vão levar essas dicas para o governo do Acre para chegarem onde chegamos’’, conta Elienete.

A qualidade, a forma de apresentação bem embalada e a certificação dos produtos tem despertado o interesse do público. ‘‘Temos o selo do Prove [Programa de Verticalização da Pequena Produção Agropecuária do Estado de Rondônia] que o governo nos proporcionou, isso dá mais segurança e permite a expansão dos negócios’’, considera. Elienete ressalta o trabalho da Seagri, Emater e Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) no apoio para melhorar a qualidade da produção.

Com a padaria falida e cinco coqueiros no quintal, Elienete teve a ideia de inventar receitas de cocadas. No começo, os produtos eram vendidos na escola e mercados próximos a residência. E foi assim que a agroindústria começou a expandir, passou a utilizar 300 cocos por semana e agora a demanda é de 700 cocos por dia. ‘‘Hoje, além da minha família, temos funcionários de fora, emprego oito pessoas’’, disse. E fica a lição: ‘‘Através da dificuldade descobrimos capacidades que às vezes não sabemos que temos’’.

SUSTENTABILIDADE E PROGRESSO EM NOVA CALIFÓRNIA

A diversidade de produtos do Projeto Reca estão expostos na feira acreana

Criado na década de 80, o projeto Reca (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado) possui mais de 2.500 hectares de Sistemas Agroflorestais (SAFs), no distrito de Porto Velho, Nova Califórnia, e é de lá a produção de produtos como palmitos de pupunha, doces, geleias, licores polpas de frutas, óleos e manteigas expostos no setor do agronegócio da Expoacre.

‘‘Essa está sendo uma experiência nova para a gente, esperamos bom negócios. Trabalhamos sempre pensando em não prejudicar o nosso ambiente, inclusive com produção orgânica’’, afirma a produtora rural Silvana Lopes.

O vigilante Valdeci Jacob, que mora no Acre, já aproveitou a oportunidade para levar para casa um produto sustentável e rondoniense. ‘‘Eu gosto muito de produtos naturais, inclusive tem uma área de terra que estou fazendo reflorestamento e esse projeto me chamou atenção. Degustei e aprovei o produto’’, garante.

COISA FINA DA AMAZÔNIA, FITAS DE COCO

Coco assado no açúcar mascavo, uma ideia que tem conquistado os rondonienses e agora chega também ao Acre. Não se trata de um doce, mas é uma espécie de cereal, coisa fina da Amazônia com valor popular.

A ideia de Eliel Cruz surgiu através da busca por inovar, usando produtos naturais e foi se aperfeiçoando. A agroindústria teve início no município de Ouro Preto do Oeste há cerca de três anos. ‘‘Estou muito feliz. Essa é a primeira vez que venho ao Acre e está sendo muito boa a aceitação do produto. Oferecemos a degustação e o público pergunta quando que o produto chegará ao Acre. Isso é muito gratificante’’, considera Eliel Cruz.

NOVAS PORTAS PARA OS BISCOITOS RONDONIENSES

Cansada de trabalhar de empregada, Grethen Fabricia Argolo da Costa decidiu empreender. No começo, os biscoitos eram feitos no forno convencional e em pouca quantidade. ‘‘E hoje, através da Emater, das instituições financeiras que abraçou a ideia já conseguimos financiar equipamentos. Também temos o apoio do Sebrae, que inclusive nos levou para São Paulo’’, conta.

A agroindústria localizada em Ariquemes emprega diretamente seis pessoas e ainda os representantes de vendas. Além do mercado rondoniense, de

Expositores do setor de agroindústrias rondonienses destacam bons negócios durante a Expoacre 2019

Guajará-Mirim até Vilhena, os biscoitos chegam até o Paraná, e agora tem a expectativa de alcançar o mercado consumidor acreano através da Expoacre.

‘‘Está um maravilha. A cada dia nos surpreendemos mais. O público está aderindo a ideia dos biscoitos, produção de Rondônia. Agrademos a parceria do governo de Rondônia e Acre por essa oportunidade. Abriu uma porta enorme para nossos produtos, fizemos vários contatos de pessoas querendo representar a marca’’, conta Grethen.

 SABOR DIFERENCIADO  E PRODUÇÃO ORGÂNICA SÃO DIFERENCIAIS DO CAFÉ  DE RONDÔNIA

Por fora uma embalagem reciclável, o que já sinaliza a preocupação com o desenvolvimento sustentável. Dentro, um café diferenciado, puro e orgânico. A agroindústria localizada em Ariquemes surgiu há cerca de sete anos. Era um sonho de infância de Maria Aparecida Heringer que emprega atualmente cinco pessoas, ela, o marido e os três filhos.

‘‘Agradeço ao nosso governo de Rondônia por nos dar essa oportunidade de expor os produtos de Rondônia no Acre. Já tivemos a visita de vários representantes comerciais que querem fechar negócios. Dois desses contatos já deram resposta que vão trazer o produto para o Acre’’, conta Maria.

O governo acreano estima que a Expoacre movimente ao menos R$ 50 milhões em volumes de negócios, com uma expectativa de 30 mil pessoas passando pelo parque por dia, chegando a 250 mil ao longo dos noves dias de evento.

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