Se a ditadura vencer, todos perdem
"Não importa o partido, não importa sua pontuação nas pesquisas. Acima da disputa entre eles há uma batalha maior. Democracia versus ditadura", aponta
(Foto: ABr)
Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia - Muito oportuna a proposta de Ciro Gomes na sua live de ontem. Chamou todos os pré-candidatos a denunciarem coletivamente, ao Brasil e ao mundo, as reiteradas ameaças de golpe de Bolsonaro em sua escalada para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.
Não importa o partido, não importa sua pontuação nas pesquisas. Acima da disputa entre eles há uma batalha maior.
Democracia versus ditadura.
Acho que todos - de Lula a Eymael - deveriam se reunir publicamente e assinar um manifesto em que reafirmam sua confiança nas urnas e seu compromisso com o resultado apontado por elas, seja ele qual for.
Mais ou menos nos seguintes termos: 1) confiamos de forma irrestrita no sistema eleitoral brasileiro que nunca deu sequer razão a uma denúncia de fraude desde a implantação em 1996; 2) nos comprometemos a aceitar o resultado das urnas seja ele qual for; 3) seja quem for o vencedor, este deverá ser proclamado e empossado novo presidente da República e assim será reconhecido por nós; 3) todas as decisões e demais encaminhamentos necessários ao desenrolar do processo eleitoral são de responsabilidade exclusiva, em última instância, do Tribunal Superior Eleitoral, cujas resoluções acatamos de modo irrestrito; 4) reafirmamos nossa convicção na democracia como o melhor regime político para levar à pacificação e ao crescimento econômico e à redução das desigualdades e 5) repudiamos quaisquer tentativas de reconduzir o Brasil ao pesadelo de uma ditadura.
Além de firmar esse pacto democrático, os candidatos deveriam convidar Bolsonaro a assinar também.
Como ele não vai aceitar, os dois campos vão ficar bem demarcados.
De um lado, os democratas; do outro, o candidato a ditador.
Se a ditadura vencer, todos perdem.
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
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