Seca do Madeira reacende a necessidade de diálogo sobre a recuperação da BR-319
Hoje o Amazonas é o principal fornecedor desses produtos para o Estado e com a falta de chuvas, as balsas que saem da capital amazonense, estão sendo abastecidas apenas com a metade da carga
A baixa do Rio Madeira, único modal de escoamento da produção de Rondônia e Porto Velho a Manaus e vice-versa, está impactando negativamente os negócios. Em razão da falta de chuvas, além dos riscos de acidentes, a navegação noturna está suspensa e o tempo de percurso que normalmente é de 4 dias, chega a ser de 8 a 10 dias, e as embarcações estão reduzidas à metade da sua capacidade.
A iminência do desabastecimento de combustíveis e gás de cozinha em razão da seca histórica do rio, tem sido motivo de preocupação por parte da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO). A dependência do transporte entre os dois estados exclusivamente via fluvial, abre a reflexão para que a recuperação da BR-319 seja uma prioridade.
Hoje o Amazonas é o principal fornecedor desses produtos para o Estado e com a falta de chuvas, as balsas que saem da capital amazonense, estão sendo abastecidas apenas com a metade da carga. Embarcações que saiam com 5 milhões de litros de combustível, só conseguem navegar com a metade da carga. Para garantir a navegação, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) intensifica a dragagem em diversos no Rio Madeira.
O presidente da FIERO, Marcelo Thomé reafirma a necessidade do avanço na agenda da recuperação da rodovia, por meio do diálogo entre os diversos atores que compõem esse cenário. “É hora de acharmos soluções entre o setor empresarial, governos, no intuito de não comprometer a atividade industrial, o escoamento da produção e o abastecimento de produtos a diversos municípios dos dois estados”, diz.
Thomé acredita que uma das soluções é transformar a rodovia em uma Estrada Parque (EP), fazendo que ela seja sustentável, não comprometa a fauna, flora e a mata nativa da região. “Acredito que já exista maturidade para refletir e encontrar alternativas para que esta obra fundamental seja concretizada. De forma organizada, ela reduzir o isolamento e melhorar a qualidade de vida das pessoas que residem ao longo desta região”, comenta.
O presidente da FIERO considerou positiva a vinda da comitiva do governo federal a Manaus nesta quarta-feira, 4. Liderada pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Geraldo Alckmin, a comitiva pôde ver de perto a atual situação da seca dos rios. Diante da situação, foi anunciada a criação de um grupo de trabalho no Ministério dos Transportes para avaliar e permitir o avanço do licenciamento para a retomada das obras na BR-319.
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